09/2008
ALEXANDRE ZABOT - Fisico. Doutorado em Astrofisica. Professor da Universidade Federal de Santa Catarina. www.alexandrezabot.blogspot.com.br
Como vimos em artigo anterior, os costumes tinham tanta força no Medievo medieval, que bastava algo ser praticado costumeiramente para que se impusesse como devendo ser praticado, sem necessidade alguma de lei escrita e formal. A variedade de costumes era imensa na organização medieval, porque a noção de liberdade também era incomparavelmente maior do que é hoje, quando um Estado organizado teoricamente é o garantidor das liberdades individuais e, na prática, muitas vezes constitui a maior ameaça a essas mesmas liberdades.
Em decorrência da variedade de costumes, era também imensa a de situações do camponês diante da terra. Na França, concretamente, até o Código Civil imposto por Napoleão, cada lugar tinha o seu direito próprio, praticado e reconhecido havia séculos; variavam as terminologias, variavam as extensões dos direitos, mas de modo geral era muito maior a margem de liberdade individual do que ficou sendo depois. Régine Pernoud registra a variedade terminológica que havia entre os que trabalhavam a terra francesa: “Hóspedes, colonos, lites, servos são termos que designam condições pessoais diferentes. E a condição das terras apresenta uma variedade ainda maior: censo, renda, champart, fazenda, propriedade en bordelage, en marche, en queuaise, à complan, en collonge; conforme as épocas e as regiões, encontramos uma infinidade de acepções diferentes na posse da terra com um único ponto comum: é que, salvo o caso especial do alódio livre, há sempre vários proprietários, ou pelo menos vários, a ter direito sobre um mesmo domínio. Tudo depende do costume, e o costume adapta-se a todas as variedades de terrenos, de climas e de tradições - o que de resto é lógico, já que não se poderia exigir daqueles que vivem num solo pobre as obrigações que podem ser impostas, por exemplo, aos camponeses [das regiões ricas] da Beócia ou da Touraine.” (PERNOUD, Régine. Luz sobre a Idade Média. Mem Martins: Publicações Europa-América, 1997, p. 42).
Em toda a Europa Medieval, a mesma variedade de situações podia ser encontrada. No caso de Portugal, havia uma hierarquia ascendente de situações entre os camponeses medievais, desde o adstrito à gleba - o único ao qual poderia caber, com alguma propriedade, a designação de servo de gleba - até o enfiteuta, ou seja, aquele que para efeitos práticos era o verdadeiro dono da terra, a título vitalício e hereditário, embora não possuísse o título de propriedade e o respectivo senhorio dela. Entre o adstrito e o enfiteuta, havia em Portugal duas outras categorias: a dos colonos livres, que trabalhavam onde e para quem queriam, conforme melhor lhes aprouvesse, e a dos herdadores, que ainda não tinham a autonomia e a segurança dos enfiteutas, mas já possuíam uma ligação com a terra muito mais estável e garantida que a dos simples servos; eram, na verdade, proprietários verdadeiros do solo em que trabalhavam, podendo, porém, perder sua propriedade exatamente como um fazendeiro moderno, se não for bem nos negócios, pode ser obrigado a vender sua propriedade, ou pode perdê-la para o Estado ou para um banco ao qual deva dinheiro. Nesse sentido, a posição do enfiteuta era melhor e mais segura do que a do herdador.
Outra coisa que deve ser considerada é que também no relacionamento de senhores com trabalhadores manuais de certa forma ocorreram vinculações de tipo feudal, já que o feudalismo perpassava toda a sociedade e não se limitava, como geralmente se supõe, às relações entre nobres de vários níveis. Ouçamos, ainda, Pernoud: “O que se pode todavia saber com segurança, é que houve na Idade Média, para lá da nobreza, um conjunto de homens livres que prestavam aos seus senhores um juramento mais ou menos semelhante ao dos vassalos nobres e um conjunto não menos grande de indivíduos de condição um pouco imprecisa entre a liberdade e a servidão. (...) Um grande número de camponeses é livre; nomeadamente aqueles a quem se chamava plebeus ou vilãos, não tendo os termos, bem entendido, o sentido pejorativo que depois tomaram; o plebeu é o camponês, o trabalhador, pois rutura designa a ação de romper a terra com a relha da charrua; o vilão é de uma maneira geral aquele que habita um domínio, villa.” (op. cit., p. 42-43)
ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - é licenciado em História e em Filosofia, doutor na área de Filosofia e Letras, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História.
Um bosque e uma fonte são acenos de amanhecer, contrários ao ocaso do caminho de tantas pessoas.
As crianças, adolescentes e adultos da Associação Socioeducacional Casa da Fonte, idealizada e mantida pela Companhia Saneamento de Jundiaí - CSJ, plantaram um bosque de mil árvores, no último dia oito de outubro, a partir da ideia e sob o leme de Rafael Vettori, empresário do grupo econômico da CSJ/ TERA. Alguns alunos escreveram a respeito. Disseram que, em suas vidas, seria plantado um pontinho de esperança e alegria, com mais árvores no mundo. Falaram também: do ambiente mais gostoso de ficar, com borboletas, joaninhas, pássaros, flores... Consideraram um privilégio plantar uma árvore pois, segundo eles, “você está dando espaço para uma vida e uma família de passarinhos”.
O projeto começou a tomar forma no início de agosto. Veio o paisagista Nik Sabey, de olhar com sementes, e trouxe suas fadas e gnomos.
A preparação das crianças foi feita pela Karol e o José Antonio da DAE na palestra com o tema “Conhecendo a Mata Atlântica” e a dinâmica, “Sentindo a Mata Atlântica.”, através de uma caixa sensorial. Em seguida, sob orientação da profa. Patrícia Stocco, pintaram uma plaquinha com o nome de sua árvore e o seu. Aproximaram-se, atraídos pela proposta da CSJ, TERA e da DAE, a Fábrica de Árvores, Instituto Olinto Marques de Paulo, Regen Ecossistemas e STIHL.
Misturaram-se às atividades cotidianas, onde se sobressaem lápis coloridos, bolas, brinquedos: enxadas, pás, perfuradores, espécies nativas da Mata Atlântica, funcionários da: CSJ, TERA, Regen Ecossistemas, Stihl.
A cada passo, o olhar maravilhado e de questionamento dos alunos. Ansiosos, aguardaram o dia da concretização do bosque, para eles o dia de plantar vida e alguns afirmaram que, adultos, trariam os filhos para mostrar a sua árvore e contar a sensação ao plantá-la. No abertura, juntaram-se: Parimoschi (Gestor de Governo e Finanças, representando o Prefeito), Waltinho (Diretor Presidente da DAE), Antonio Carlos (Diretor da CSJ), Francine (Diretora do FUNSS), Vereador Albino, os irmãos Camila e Lucas Gianella (do grupo econômico CSJ/ TERA), Padre Márcio Felipe (Reitor do Santuário Santa Rita de Cássia), Lions Clube São Paulo Elos, Rotary Jundiaí Leste, Grupo de Escoteiro Prempeh, moradores do bairro e admiradores do projeto, para festejar o meio ambiente.
Ao final do dia do plantio, o Rafael nos brindou com um texto da escritora americana Bassie Stanley (1879-1952): “O que é sucesso? Rir muito e com frequência; ganhar o respeito de pessoas inteligentes e o afeto das crianças;(...) apreciar a beleza, encontrar o melhor nos outros; deixar o mundo um pouco melhor, seja por uma saudável criança, um canteiro de jardim ou uma redimida condição social; saber que ao menos uma vida respirou mais fácil porque você viveu...”.
Na segunda-feira, após o plantio, evidenciamos que, para os alunos, ter uma árvore e plaquinha com o próprio nome, além do pertencimento, deu-lhes identidade. Sentir-se indivíduo do bem, salva.
A brisa e a chuva macia, agora, acalentam os berços repletos de vida nova para que se façam bosque e como encontramos no Livro do Gênesis (1, 31): “E Deus viu tudo quanto havia feito, e era muito bom”.
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.
O Papa João Paulo II ao final de sua vida, quando sofria muito, disse: “Quanto mais se sofre, mais é preciso rezar”. Foi o próprio Senhor quem mandou “rezar sempre e nunca desanimar” (cf. Lc 18,1); foi Ele quem prometeu que toda oração feita em seu nome seria atendida (cf. Jo 16,23s). Ele não falha; todavia a hora de Deus nem sempre é a nossa hora:
“Ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação” (2 Cor 6,2; cf. Is 49,8).
Sem oração é impossível caminhar na fé e fazer a vontade de Deus. O Senhor Jesus nos manda: “orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo” (Lc 18,1), e São Paulo nos recomenda: “Orar sem cessar” (1 Ts 5,17).
A oração é para a alma o que o ar é para o corpo.
Jesus é muito claro sobre tudo isto: “Sem Mim nada podeis” (Jo 15,5). A oração pode mudar todas as coisas; o arcanjo Gabriel disse à Maria: “Para Deus nada é impossível” (Lc 1,37). “Tudo é possível ao que crê” (Mc 9,23), nos garantiu o Senhor. E mais, “pedi e vos será dado” (Lc 11,9). “Tudo o que pedirdes na oração, crede que o tendes recebido, e ser-vos-á dado” (Mc 11,24).
São Paulo recomenda com insistência: “Orai em todo o tempo” (Ef 6,18), “perseverai na oração” (Cl 4,2), “orai sempre e em todo o lugar” (1 Tm 2,8). “Antes de tudo recomendo que se façam súplicas, orações, petições, ações de graças por todos os homens […]” (1 Tm 2,1). Além do mais, o próprio Senhor nos deu o exemplo:
“Entretanto espalhava mais e mais a sua fama, e concorriam grandes multidões para ouvi-lo e ser curadas das suas enfermidades. Mas ele costumava retirar-se a lugares solitários para orar” (Lc 5,15-16).
Leia também: O que é “orar sempre”?
5 maneiras de reativar sua vida de oração
Defeitos a se evitar na oração
Há muitas formas de oração e todas elas são boas, desde que sejam feitas ‘com o coração’, como nos tem pedido insistentemente a grande Mãe de Deus.
Escrevi um livro com as orações mais belas que a Igreja guardou em seu coração nestes dois mil anos: “Orações de todos os tempos da Igreja”; nele você irá encontrar profundas orações para todos os dias e para ocasiões próprias. Se você não sabe rezar, abra este livro e deixe Deus falar ao seu coração. O grande pregador de Notre Dame de Paris, padre De Ravignân S.J., dizia:
“Meus queridos amigos, acreditem-me, depois da experiência de 30 anos de ministério, eu sinto o dever de notificar e testemunhar o seguinte:
Todas as defecções e todas as deficiências; todas as misérias e todas as falhas; todas as quedas assim como os passos mais horríveis fora do caminho reto, tudo isto deriva de uma única fonte: falta de constância na oração.
Vivam uma vida de oração; aprendam a transformar qualquer coisa na oração, quer os sofrimentos, quer as dores e qualquer tipo de tentação.
Rezem na calma e na tempestade, rezem à noite como ao longo do dia, rezem indo e voltando, rezem embora se sintam cansados e distraídos.
Rezem também a contragosto e peçam a Jesus que agoniza no Jardim das Oliveiras e no Calvário aquela força e aquela coragem de rezar que Ele nos mereceu com suas dores e seu sangue.
Rezem, porque a oração é a força que salva, a coragem que dá a perseverança, a mística ponte lançada por Deus sobre o abismo que separa a alma de Deus”.
No processo de beatificação de Dom Bosco, um dos inquisidores perguntou: “Quando Dom Bosco rezava; ele era tão ocupado?” Ao que o defensor respondeu: “Seria melhor perguntar quando é que Dom Bosco não rezava! O dia todo ele estava em estado de oração”.
Nada melhor do que ir rezar diante de Jesus no Sacrário, ou Tabernáculo. Ele está ali, como vítima de Amor oferecida permanentemente ao Pai, por cada um de nós. Não foi Ele mesmo que disse: “Vinde a Mim, vós que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei […]” (Mt 11,28).
Já vi muitos receberem graças diante do Sacrário. Vi jovens deixarem as drogas, vi mulheres recuperarem seus maridos, vi doenças serem curadas.
Os homens são consoladores inoportunos, disse Jó.
Vamos ao Sacrário, com fé, lembremo-nos da viúva de Naim, de Lázaro morto e ressuscitado, dos leprosos curados, de Madalena perdoada, da hemorroísa, do cego Bartimeu…
No Sacrário Ele nos espera; permite que nós mesmos marquemos a hora; Ele está sempre à disposição, a qualquer hora.
Tenho comigo que qualquer problema pode ser resolvido quando vamos ao Sacrário. Diante do Santíssimo tudo pode ser resolvido. Se não for do jeito que queremos, será segundo a vontade de Deus, que será melhor para nós.
Na capela do Santíssimo, onde faço adoração diária, muitos me pedem orações: “reze por mim, meu marido morreu”; “reze por mim, meu marido me deixou”; “reze por mim, meu filho está preso…”.
E os pedidos continuam. Resolvi chamar aquele lugar de “Capela das lágrimas”, pois ali, muitos, especialmente as mulheres, vêm derramar as lágrimas diante de Jesus.
Elas estão certas: “Vinde a Mim, disse o Mestre”. Não se canse de incomodar o Mestre. Ele quer ser incomodado. Lembre-se que Ele contou o fato daquele homem que recebeu um amigo à meia noite, e foi na casa do vizinho pedir pão para o amigo. O vizinho já estava dormindo e não quis atender o outro. (cf. Lc 11,5s)
“E eu vos digo: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e ao que bater, se lhe abrirá” (Lc 11,8-10).
Na hora da dor, refugie-se também nas santas chagas de Jesus. As chagas de Jesus são refúgio seguro. São Boaventura dizia: “Se eu nada mais puder fazer meu Jesus, procurarei as vossas chagas e aí permanecerei”.
Dom Bosco dizia que se quisermos muitas graças devemos ir ao Sacrário muitas vezes; se quisermos poucas graças, basta visitá-lo poucas vezes; mas, se não quisermos graça alguma, basta nunca visitarmos a Jesus sacramentado. A decisão é nossa!
FELIPE AQUINO - é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter:
Admito que não gosto muito de escrever sobre política, muito menos em tempos de eleição, mas o que tenho visto, ouvido e lido nos últimos dias praticamente me arremessou para tela do computador, sem alternativa de assunto.
Considero esse pleito presidencial algo muito singular, porque os dois candidatos são, cada qual por motivos diferentes, ou muito odiados, ou muito idolatrados. Vou me reservar ao direito de não adentrar nos méritos e deméritos sobre os presidenciáveis, eis que, a esta altura das coisas, cada eleitor já deveria estar a par deles, de um lado ou de outro.
Minha questão aqui é outra. Trata-se de respeito. Segundo creio e posso estar errada, cada qual tem direito de acreditar no que quiser e de votar de acordo com tais convicções. Até aí, por mais que eu discorde, que repudie certas posturas, sou obrigada, legal e moralmente, a respeitar quem pensa de modo diverso e isso é um exercício diário, nada simples quando penso que a escolha do outro também irá me impactar.
O que não consigo aceitar é o ódio que nasce de algumas falas e parece transbordar pelos poros de muitas pessoas. Exemplifico: em um determinado local em que me encontrava, ao lado de outras pessoas que comungam de ideais ambientalistas, ouvi um rapaz dizer, em alto e bom som, ao ter dificuldades para cortar um pedaço de madeira, que bastaria pensar que ali estava um eleitor do candidato X para ter mais forças para, com o machado, realizar o trabalho.
Fiquei chocada! Que ódio é esse que beira à barbárie? Porque verbalizar é dar início a violência real, é colocá-la no mundo, ainda que como ideia. Não bastava odiar o candidato, mas era necessário direcionar esse sentir aos eleitores dele. Preferi ficar calada, já tendo sido plateia involuntária, sem qualquer vontade de proporcionar mais audiência.
E aí vem outro problema. Os que preferem exercer seu direito ao escrutínio secreto, sem se tornarem cabos eleitorais de figuras pintadas como Bem versus o Mal são chamados de “isentões”, como se não se jogar no meio das ofensas múltiplas fosse sinônimo de covardia. Então, ao que parece, dessa forma, democracia só se exerce na base da ofensa, do ódio cego? Não há mais espaço para o bom debate, concluo.
De minha parte, jamais me furtei a defender o lado que, de acordo com minha experiência de vida, considero o mais adequado e, se me questionam, não hesito em apresentar meus argumentos. Nunca me acovardei politicamente, mas não aceito a provocação da horda, da legião que insiste de separar, categorizar e a cancelar (ideia abominável) as pessoas.
Uma coisa é desaprovar um candidato, outra é afirmar que todos os seus eleitores são pessoas desprezíveis. Tenho muitos amigos queridos que votam em candidato diverso do meu e de igual modo que não gosto de todo mundo que comunga das mesmas opiniões políticas que eu.
Assim, afirmar que determinados Estados do país são desprezíveis só porque majoritariamente o candidato de preferência teve menos votos lá, tal como fizeram defensores dos DOIS CANDIDATOS, além de não resultar em nada positivo, é discriminatório, ofensivo, reprovável e injusto. Sem dizer que em nenhum estado do Brasil houve unanimidade a favor de qualquer candidato! Somos todos brasileiros, acima de tudo e isso deveria importar para quem se pretende democracia.
Então, pergunto, do que adianta criticar as condutas alheias e fazer ainda pior, espalhando Fake News, difamando instituições, credos, e tentar justificar tudo isso porque se quer um país melhor? Continuo defendendo meu direito à discordância, na luta pelos ideais nos quais acredito, mas não admito a violência alheia, verbal ou física. No exercício da democracia e do respeito pelo direito do outro, ainda estamos na idade da pedra.
CINTHYA NUNES é jornalista, advogada, professora universitária e lamenta, de um modo geral, a política brasileira – cinthyanvs@gmail.com/ www.escriturices.com.br
Agudeza é um substantivo feminino que expressa a propriedade do que é agudo No sentido figurado indica perspicácia, sagacidade, subtileza e agudeza de pensamento.
Tem como sinónimos: esperteza, paleio, argúcia, artifício. Astúcia, finura, lábia, sagacidade.
Uma pessoa subtil é definida no dicionário como sendo alguém ”hábil, talentoso, que tem agudeza de espírito”. Não dá para negar que subtileza é uma virtude das mais promissoras e que conquistá-la é muito importante para a satisfação pessoal e, consequentemente dos relacionamentos de forma geral.
Pensamentos em algumas dicas que facilitem a aquisição desta virtude em nossas vidas:
2.Descomplique as situações. O talento para simplificar as coisas faz toda a diferença na qualidade de vida. Ser subtil é entender as pessoas a situações com leveza, ou seja, sem considerações. A subtileza é uma característica das pessoas que evitam envolver-se em conflitos e estando neles agem de forma conciliatória porque entendem que brigas e discussões são infrutíferas e de consequências muito negativas. Descomplicar a vida é procurar as soluções e não os problemas; é ser activo e empreendedor apesar das dificuldades. Uma pessoa talentosa constrói pontes onde há vales.
Tipologia das agudezas. Com base na tipologia das agudezas estabelecidas por Gracian, podemos aprender duas dimensões que operam na formulação e uma agudeza: em primeiro lugar, uma dimensão dialéctica que decompõe os conceitos para estabelecer semelhanças e diferenças entre eles; e m segundo lugar, uma dimensão retórica, rersponsável por dar expressão e ornamentar a comparação dos conceitos. Tais devem sempre anedar juntas na elaboração das agudezas, conforme esclarece Cracian:
“Atende a dialéctica à conexão d termos, para formar bem um argumento, um silogismo; e a retórica ao ornato das palavras, para compor uma flor eloquente, que é um tropo, uma figura.” Se compararmos esse preceito coma definição que nos dá Matteo Peregrni sobre a essência da agudeza, veremos que para o tratadista italiano também é indispensável encontrar aí as duas dimensões mencionadas:.
(…) para investigar internamente a natureza das agudezas admiráveis discorro deste modo: numa sentença não outra coisa senão palavras, objectos ou coisas isoladamente consideradas, são pura matéria: então a agudeza se rege necessariamente pela ligação.
Esta pode –se considerar entre as palavras e palavras, entre coisas e palavras, entre coisas e coisas, e em cada uma destas maneiras pode ser artificiosa ou, ainda, sem artifício”.
Pelegrini é incisivo ao afirmar que a agudeza se rege necessariamente pela ligação entre as coisas ou as palavras. Uma vez que estas, sozinhas, são pura matéria sem proção de sentido ou efeito retórico. A ligação entre elas é, poi, estabelecida pela dial+etica, que as analisa para descobrir as suas semelanças e diferenças. Essa facukdade de captar as possíveis identidades entre dois ou até mais conceitos em princípio distantes é denominado por Tesauro de perspicácia. Esse procedimento, como informa Peregrini, pode ser expresso com ou sem artifício, mas esse último interessa ao campo de estudo da agudeza.
(…) a agudeza pressupõe-se como uma coisa artificiosa.O artifício, porque há de trazer à luz o admirável, que deverá ser comum, mas grandemente raro; e porque há de formar um objecto visível altamente aprazível ao intelecto, a sua raridade e virtude se explicarão em apresentar uma disposição rtecíproca e conveniente ebtre as partes artificiosamente ligadas na sentença(…).
Logo nas expressões e ditos agudos, é preciso que haja artifício e que este seja raro e surpreendente.
Tesauro denomina de versatalidade a capacidade de apropriação do código retórico-poético disponível para criar uma expressão aguda, que transmita de modo eficiente e agradável a engenhosa analogia de conceitos distantes. Assim, concluímos que a perspicácia e a versatalidade (nos termos de Tesauro), a ligação e o artifício(nos termos de Peregrini), enfim, a dialética e a retórica são faculdades, elementos e dimensões inpresindíveis à expressão de agudeza- Pode dizer-se que no século 17, a agudeza, melhor se realiza p+ela intercessão entyre dialética, retórica e poesia.
Esta interceção permite identificarmos procedimentos agudos em todas as etapas do processo retórico, desde o raciocínio conceituoso de” inventio” até as soluções inusitadas da “elocutio”.
Exemplos de frases em que se usa a palavra agudeza:
“Aí:ele consegue combinar com competência, didatismo nas e explicações físicas e agudeza na percepção das implicações metafísicas.”.
“Tem sido, mais e mais, um atleta mais cerebral, sem perder a conhecida e necessária
ANTÓNIO FRANCISCO GONÇALVES SIMÕES - Sacerdote Católico. Coronel Capelão das Frorças Armadas Portuguesas. Funchal, Madeira. - Email goncalves.simoes@sapo.pt
JORGE VICENTE - Fribourg ( Suiça)
ALEXANDRE ZABOT - Fisico. Doutorado em Astrofisica. Professor da Universidade Federal de Santa Catarina. www.alexandrezabot.blogspot.com.br
Dizer quem foi o filosofo e ensaísta Jean Guitton, parece-me desnecessário, pois é sobejamente conhecido.
Escreveu vários livros; obras dedicadas a " católicos inteligentes"; entre elas: " O Livro da Sabedoria e das Virtudes Reencontradas", editado pela Editorial Noticias, e o " Trabalho Intelectual" Coleção Universitária, da " Logos".
Foi o único leigo a participar no Concilio Vaticano II. Era professor da Sourbone e membro da Academia de França.
Poderia escrever muito mais sobre este Homem da cultura, amigo de Francois Mitterand e de vários Papas; mas, o que pretendo levar ao conhecimento do leitor amigo, é o que se passou, quando do foi incorporado no exército.
O jovem Guitton, que possuía incomensurável fé, perguntou a conhecido sacerdote, se durante o tempo de militar, deveria rezar, de joelhos, ao lado da cama, como era seu costume.
O padre, respondeu-lhe deste modo: " É dever do crente, não se envergonhar da sua fé, e praticá-la em público; mas, compreendo a sua posição..."
Jean Guitton, animado de fé invulgar, indiferente aos camaradas presentes na caserna, ajoelhou-se e orou, perante o respeito e admiração de todos.
Passaram-se longos vinte anos. Guitton, já notável professor, soube que camarada de camarata tinha falecido. Apareceu no funeral.
O pai do companheiro de caserna, professor universitário, diretor da Faculdade de Ciência, logo reconheceu Guitton. Agradeceu a presença e confidenciou-lhe:
Que o filho, que era ateu como ele, falava-lhe muito de Guitton, e admirava-lhe a sua extraordinária cultura; mas, principalmente, o que mais o surpreendera foi a coragem, o exemplo, que deu, como crente, ao ajoelhar-se na caserna, para rezar.
Jean Guitton, desde jovem, não se coagia, como católico, de se afirmar como crente, nos cargos que ocupava, assim como nas numerosas entrevistas e conferencias, que concedeu.
Bem diferente de muitos, que são crentes duplos: católicos no templo, agnósticos, na vida quotidiana – na política, na empresa, na sociedade, – receando que a fé que professam, possa prejudicar-lhes a careira profissional que iniciaram.
Jean Guitton, faleceu a 21 de março de 1999, com 98 anos, confiante na misericórdia divina, pois receava não ter posto todos os dons que recebera, ao serviço de Deus e da Igreja. - Declarou numa entrevista concedida a revista francesa.
HUMBERTO PINHO DA SILVA
O Céu, é a minha Pátria de safiras,
de rosas e cristal,
de que fui desterrado, por meu mal,
para um mundo de medos e mentiras,
- pombas e gaviões;
roubados e ladrões;
valentes e poltrões;
muitos outros e tais,
vão enchendo os hóteis e as tavernas;
as velhas construções; casas modernas;
as cadeias, palácios, hospitais!!!
E mais, e mais, e mais!...
Ó minha Pátria amada, azul e rosas;
ó minha Pátria amada, toda de oiro:
perco-te para sempre, meu tesouro,
se me perco na Via Dolorosa!...
Não me quero perder!... Quero voltar!...
Quero voltar, ó Pátria de safiras,
nas asas das canções que tu me inspiras,
pois tu és o meu lar!
Não posso viver longe
da luz e da harmonia que tu tens:
eu sou um desterrado dos meus bens,
por muito que este mundo me lisonge!
Não!...Não!...Quero voltar!...
Quero regressar!...
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Afastem-se de mim, que vou chorar!
A respeito da vocação maravilhosa que Deus nos deu, achei o texto de Dom José Alberto Moura, ex-arcebispo de Montes Claros:
“Vivemos num contexto social de muitas éticas até confrontantes. As desculpas para não se seguirem valores inerentes à natureza e a verdades objetivas são muitas. A título de se ser moderno ou não retrógrado passa-se, não raro, por cima da verdade e do direito em função do modismo ou da satisfação pessoal.
Na trilha e na busca de sentido para a convivência matrimonial, pode haver ledo engano de realização humana quando homem e mulher não se unirem em vista de uma real vocação conjugal. O impulso para o casamento, baseado unicamente no sensorial ou no desejo de os dois se gratificarem na complementaridade afetiva e sexual, frequentemente pode ser rompido com algum desequilíbrio de doação de um pelo outro.
Havendo, porém, em ambos, a consciência e o pacto de mútua ajuda para conseguirem um ideal de vida por motivo de um sentido de vida maior, dá-se base de fecundidade na vocação matrimonial. Para isso, é preciso orientação e formação para o valor do casamento como verdadeira vocação. Preparação para tanto é fundamental.
Caso contrário, viveremos cada vez mais a panaceia de uniões que não levam à realização das pessoas que se casam, com as consequências muitas vezes danosas para tantos filhos! Não à toa Jesus Cristo fala da união para sempre do casamento entre homem e mulher, para a busca da felicidade, que está num ideal de vida buscado perenemente. A bênção divina está no bojo de tal encaminhamento. Mas é preciso, nessa direção, haver preparação, vontade e responsabilidade de construção da vida a dois para valer.
Nada, assim, vai tirar o casal do sério de uma vida de amor e doação autênticos. Meios coadjuvantes para isso encontramos na ordem natural e sobrenatural: diálogo, compreensão, boa vontade, colaboração, valorização do outro, perdão, oração, meditação na Palavra de Deus, sacramentos, aceitação das observações do outro, aconselhamento...
Muitos são os obstáculos para que o amor matrimonial corra nessa perspectiva. A influência do paganismo, da mediocridade, a falta de formação e influência de grandes meios de comunicação materialistas dificultam a juventude a se pautar na vida por valores acima apresentados. Aliás, na sociedade vemos duas vocações de fundamental importância: a família e a política. Justamente para as duas há muita falta de preparo. As consequências são óbvias!
A Palavra de Deus nos auxilia para valorizarmos a vocação matrimonial: ‘Maridos, amai as vossas mulheres como o Cristo amou a Igreja e se entregou por Ela... Assim é que o marido deve amar a sua mulher, como ao seu próprio corpo... Por isso o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher e os dois serão uma só carne’ (Ef 5,25.28.31).”
São palavras de muita sabedoria, principalmente quando o Arcebispo se refere à ‘aceitação das observações do outro’; sem isso, o casamento estremece. Sabemos que homem e mulher perfeitos não existem, muito menos sonhos para uma vida sem problemas. Leia esta história:
Um homem entra num restaurante com uma avestruz atrás dele. A garçonete pergunta o que querem, e o homem pede: ‘Um hambúrguer, batatas fritas e uma coca para mim e o mesmo para ela’. Depois, a garçonete traz a conta no valor de R$ 32,45. O homem coloca a mão no bolso e tira o valor exato para pagar.
No dia seguinte, eles retornam ao local e o homem diz: ‘Um hambúrguer, batatas fritas e um suco de laranja para mim e o mesmo para a avestruz’. Depois, de novo, o homem coloca a mão no bolso e tira o valor exato para pagar a conta: R$ 34,80.
Isto se torna uma rotina até que, um dia, a garçonete pergunta:
– Vão pedir o mesmo?
– Não, hoje vamos querer um filé à francesa com salada – diz o homem.
Após trazer o pedido para ambos, a garçonete diz:
– Ficou em R$ 87,60.
O homem coloca a mão no bolso e novamente tira o valor exato para pagar, colocando o dinheiro em cima da mesa. A garçonete não controla sua curiosidade e pergunta:
– Desculpe, senhor, mas como faz para ter sempre o valor exato a ser pago?
– Há alguns anos eu achei uma lâmpada velha e, quando a esfregava para limpar, apareceu um gênio e me ofereceu dois desejos. Meu primeiro desejo foi que eu tivesse sempre no bolso o dinheiro que precisasse para pagar o que eu quisesse.
– Que ideia brilhante! – falou a garçonete. – A maioria das pessoas deseja ter um grande valor em mãos ou algo assim, mas o senhor só será rico enquanto viver!
– É verdade, tanto faz se eu for pagar um litro de leite ou uma Mercedes, tenho sempre o valor necessário no bolso – respondeu o homem.
E a garçonete perguntou:
– Agora, o senhor pode me explicar a companhia da avestruz?
– Meu segundo desejo foi ter uma companheira com quadril grande, pernas longas e que sempre concordasse comigo em tudo...
PAULO R. LABEGALINI - Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre - MG)
EUCLIDES CAVACO - Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.
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HORÁRIOS DAS MISSAS NO BRASIL
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Os nossos problemas tendem a se agravar enquanto a infância e os cidadãos, suas vontades e necessidades forem tratados com descaso, esquecimento e cumplicidade da sociedade contemporânea. Nesta trilha, por ocasião das datas que homenageiam no Brasil as crianças (doze de outubro) e os professores (quinze de outubro), reflitamos sobre a ausência de incentivos à educação.
Tal aspecto gera um processo falho e imperfeito, deixando de se formarem coerentemente crianças e jovens, constrangendo-os no futuro a viverem privados de uma visão crítica, permanecendo alienados e massificados, contrariando frontalmente direitos fundamentais básicos.
Ao dificultar as condições dos profissionais do ensino, o Poder Público prejudica a formação em geral, impedindo o acesso a uma instrução de qualidade, o que significa escravizar o adulto de amanhã, aprisionando-o aos grilhões da ignorância, atentando diretamente contra a sua dignidade humana. Vítimas da indiferença e da insensatez de nossas autoridades, eles mantém o inquestionável papel de guardiões da ética, valor que os dignifica para exercerem o ofício de zelar pela integridade da consciência humana, apesar dos inúmeros obstáculos que lhe são impostos em nosso país.
Para os católicos há outra celebração, o DIA DE NOSSA SENHORA APARECIDA, Padroeira do Brasil a 12 de outubro indicando a importância de reverenciarmos os valores cristãos, humanos e familiares, sem os quais é impossível construir uma sociedade fraterna e solidária, capaz de operar as necessárias transformações comunitárias. E invocando o poema de Casimiro de Abreu, retratando a relevância do período da infância na vida de cada cidadão, podemos dizer: “Oh! Que saudades que tenho/ da aurora da minha vida/ da minha infância querida/ que os anos não trazem mais”.
Efetivamente, toda criança precisa hoje é de muita atenção do Estado, da família e da sociedade – determinação contida na própria Constituição Federal do Brasil - e tempo para se divertir sadiamente. É preciso que os mais velhos retomem os sentimentos puros da infância, conscientizando-se destes aspectos, para construírem um mundo melhor para abrigar os homens de amanhã, propiciando-lhes boa educação com limites, preparação religiosa e respeito ao próximo, num esforço para que todos possam se sentir valorizados como seres humanos.
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito Padre Anchieta de Jundiaí. É ex-presidente das Academias Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas. Autor de diversos livros (martinelliadv@hotmail.com)
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