12/2008
ALEXANDRE ZABOT - Fisico. Doutorado em Astrofisica. Professor da Universidade Federal de Santa Catarina. www.alexandrezabot.blogspot.com.br
Existe uma tendência natural para que os grupos humanos - e até mesmo as pessoas individuais - assentem seu domínio sobre uma área física. Pode ser um território nacional, um Estado propriamente dito, como também pode ser um clube, um sítio de fim de semana, uma casa, um escritório, um “espaço gourmet”, até mesmo um mero “cantinho” dentro de casa. Mas é sempre um lugar, físico, concreto, que constitui um “território” psicológico do grupo ou da pessoa, conferindo uma agradável sensação de soberania, de plenitude de liberdade, de autossuficiência e segurança.
Lembro de ter lido na obra clássica “A cidade antiga”, de Fustel de Coulanges, que quando um grego saía de sua terra natal e embarcava rumo a qualquer outro ponto da bacia do Mediterrâneo, para fundar novas colônias da “Magna Grécia”, costumava levar um vasinho com terra do seu local de origem, para enterrá-lo nos fundamentos da nova povoação que iria estabelecer alhures. Simbolicamente, a terra do local de origem continha as cinzas dos seus antepassados; levar um pouco daquela terra significava estender até o novo lar a mesma continuidade com seu passado ancestral.
Sou de família portuguesa, muito tradicional e observante dos nossos costumes ancestrais em tudo, até mesmo na alimentação. Éramos camponeses do Norte de Portugal transplantados para São Paulo... Nossa casa era, psicologicamente falando, “território português”. Cheguei a conhecer a aldeia em que meu pai nasceu em 1913, há mais de um século. Cheguei a conversar com uma velhinha que, quando menina, meu pai carregou no colo. Tenho em casa uma miniatura, feita de barro, da casinha de pedra em que, durante mais de 300 anos, morou nossa família. Foi-me enviada por uma prima que ainda tem casa ao lado da nossa aldeia. Coloquei essa miniatura dentro de uma armação de vidro, no meu apartamento. Dentro da miniatura, instalei um vasinho com um pouco de terra que trouxe da aldeia. Fiz exatamente o mesmo que faziam os gregos da Antiguidade. Minhas duas irmãs têm, em seus apartamentos, miniaturas iguais, também mandadas pela nossa prima. Algo do nosso “território psicológico” está simbolizado e marca presença nesses objetos.
Convivi muito, desde a infância, com realidades culturais diferentes de colegas e amigos que tinham, igualmente, seus “territórios”, com costumes próprios que faziam lei e todos, nas respectivas comunidades, observavam. Convivi com famílias italianas, de regiões diferentes da Itália. Os “baresi”, provenientes de Bari, no extremo Sul da Itália (com os quais se aparenta meu bom amigo e colega João Umberto Nassif), eram completamente diferentes dos napolitanos, dos romanos ou dos vênetos, na comida, nos costumes, na fala, até mesmo na filosofia de vida. Convivi muito com um tio por afinidade, florentino, da região Centro-Norte da Itália, completamente diferente de todos os demais italianos.
Tive colegas sírios e frequentei muito suas casas, seus ambientes e seus clubes. Entrei dentro de sua cultura, de seu modo de ser, e cheguei a sentir profundas afinidades com eles, que viviam em um ambiente tão diferente do meu. Até hoje, a comida árabe é uma das minhas prediletas. Também os sírio-libaneses tinham seus “territórios” e exigiam respeito. Igualmente convivi com judeus, com japoneses, com gregos e com alemães. Todos com os seus costumes, suas regras de conduta, seus “territórios”.
Compreender e saber respeitar essa legítima variedade é indispensável para um professor. Cada aluno, numa sala de aula, traz consigo uma bagagem cultural que, ainda que subconscientemente, constitui seu “território” próprio. Constitui gravíssima ofensa ultrapassar os limites da individualidade. Isso é regra básica do convívio social e, para um professor, é obrigação sacratíssima, tanto mais que, pela diferença de condições e de idades, o aluno se sente como “parte mais fraca” nesse relacionamento. Se não tiver muito senso, facilmente o docente pode fazer, em relação ao discente, uma violência terrível, sem se dar conta disso.
Já tenho visto professores zombarem abusivamente e sem qualquer direito, das crenças religiosas de alunos. Isso é inadmissível. Pode-se não concordar, mas é preciso respeitar. O mundo das crenças faz parte do “território” soberano e inviolável do outro.
Para um professor, é muito importante tentar entender cada aluno, nas suas peculiaridades, nas suas idiossincrasias, nas suas crenças, nos seus critérios valorativos. É preciso intuir - no sentido etimológico do termo, ou seja, entrar dentro de - o interior de cada um, com respeito, com real vontade de compreender e ajudar. Muitas vezes, isso é difícil, mas quando um docente consegue adquirir o costume de proceder assim, tesouros surpreendentes se revelam a cada momento. É por isso que sempre digo que numa sala de aula os bons professores aprendem muito mais do que ensinam.
ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - é licenciado em História e em Filosofia, doutor na área de Filosofia e Letras, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História.
Caminhei ao lado da moça em direção ao sepultamento de seu marido. Interessante: vi-a apenas uma vez, há uns dois meses, embora já soubesse dela. De imediato me cativou: meiga, da simplicidade, prestativa e determinada.
Manhã dolorosa de domingo. Os pais que devolviam o filho após um período acelerado da doença. As irmãs ali.
Padre Márcio Felipe de Souza Alves, Reitor e Pároco não Santuário Santa Rita de Cássia enviou mensagem ao pai: “Asseguro-lhe minhas orações. Tenha a plena certeza de que seu filho fez a sua Páscoa definitiva. Ele está nos braços de Deus. Esta é a nossa fé, nós acreditamos nisso. Ele que peregrinou neste mundo e, aos olhos do mundo, podemos até pensar e dizer: ‘A enfermidade o venceu’, mas na realidade o vencedor é ele, porque tendo caminhado na sua peregrinação aqui, pode ganhar o Céu”.
A esposa ressentida, mas sem questionamentos e desespero. Na serenidade de quem acompanhou passo a passo a enfermidade de seu querido, além mesmo, algumas vezes, de sua estrutura física. Todos os dias, por inúmeras vezes, reafirmou seu amor por ele. Disse-me que sua dedicação era a resposta do quanto ele a fizera feliz nos cinco anos de convivência.
Surgiu-me, enquanto ela falava desse amor bonito, além dos protocolos da sociedade, uma canção que ouvi diversas vezes em casamento, mais ou menos assim: “Ó dia de sol/ de grande esplendor, / a Igreja e o Cristo/ nosso Pai e Senhor, / alegre cantemos/ um hino ao amor...”
Não fui ao casamento deles, embora convidada pelo pai do moço, amigo muito querido meu e um grande incentivador. Pelo que entendi, eles fizeram desse curto tempo de vivência, por certo com seus percalços, um hino de amor.
Durante o percurso contou-me, já com saudade bonita, que se conheceram fazendo atividade física no Bolão – Ginásio de Esportes Dr. Nicolino de Luca. Depois, foram a vários lugares, dentre eles locais em que se respira espiritualidade como Aparecida, Cachoeira Paulista, na qual fica a sede da Canção Nova.
Como havia uma coroa da Movimento dos Focolares, perguntei-lhe se já participara dele. O Movimento dos Focolares ou Obra de Maria é um movimento católico fundado por Chiara Lubich (1920-2008) em 1943 na cidade de Trento, norte da Itália. Confirmou. Participei também durante alguns anos e me fez bem. Recordei-me de versos de uma música do Movimento: “Tu já despertaste do sono/ E viste que a morte não há/ Que tudo começa na hora/ que dissestes: ‘Talita Cumi’. / Não, a morte não existe, / É um sono somente, / Não posso temer, / Tu, num dia de sol, / virá como outrora/ dizer-me pra sempre ‘Talita Cumi’.” Cântico baseado na ressurreição da filha de Jairo (Marcos 5, 35-43). O Senhor segurou a mão da menina e disse-lhe: “Talita cumi”, que quer dizer: “Menina, ordeno-te, levanta-te!”
A moça ainda me falou que, em um dos encontros religiosos em que fora com ela, o dormitório era coletivo. Colocaram-no em uma cama de frente para uma imagem de Nossa Senhora. Ele ficou silente, com o olhar além da estatueta. Olhos nos olhos da Senhora da Ressurreição.
Antes do sepultamento, colocou, em meio às coroas, um buquê. Talvez, no silêncio e na dor de seu coração, pedia que levasse o seu ramo de flores, orvalhado pelas lágrimas, para plantar no jardim do Céu.
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.
Jesus veio ao mundo para salvá-lo. Depois de cumprir até o fim a sua missão, passando pela morte e ressurreição, deixou a Igreja para continuar a obra da salvação de cada pessoa. Para isto, enviou os Apóstolos: “Ide a todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). Esta é, portanto, a missão da Igreja e também de cada um de nós que recebeu o santo Batismo.
Cada cristão deve ser, como diziam os Padres da Igreja, “alter Christus” (um outro Cristo) que vai pelo mundo propagando o Evangelho, com a vida e com as palavras. Em cada cristão, consciente disso, Cristo continua a Sua missão salvífica. Assim, Ele nos deu a honra e a glória de o ajudarmos a construir o Seu Reino, que também é nosso. Desfrutará das delícias desse Reino eterno, todo aquele que tiver trabalhado para construí-lo.
Antes de Jesus partir para a Casa do Pai, Ele rezou profundamente pelos seus. É a oração sacerdotal de Jesus, que São João teve a felicidade de captar, naquela noite amarga em que o Senhor foi traído por Judas, negado por Pedro e abandonado pelos apóstolos. Antes de sofrer a Paixão, e enfrentar a morte, ele recomendou-nos ao Pai:
“Não peço que os tires do mundo, mas que os livre do mal. Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo” (Jo 17,15-16).
Não somos do mundo, não pertencemos a este mundo, mas Jesus nos quer vivendo nele, para levá-lo a Deus.
Jesus precisa do cristão na sociedade, para ser ” a luz do mundo e o sal da terra”(Mt 5,13-14). Sem os cristãos, o mundo não tem luz e não tem saúde moral e espiritual.
Diante de tantas profanações da pessoa humana, diante de tanta corrupção, diante de tanto roubo, de tanto crime, de tanta prostituição e pornografia, enfim, diante de tantas trevas, não é difícil de se concluir que a luz de Cristo ainda brilha muito pouco, mesmo numa civilização que se diz cristã. Por isso tudo, é urgente evangelizar; é urgente acender a luz de Cristo, no mundo do trabalho, no mundo da ciência, no mundo da economia, no mundo das leis, no mundo do comércio…
E esta é exatamente a missão que o Senhor confiou a cada um de nós leigos, que vivemos no mundo.
Leia também: Como é o amor de Deus?
Como se manifesta o amor de Deus?
Jesus Cristo, o único Salvador!
O documento do Concilio Vaticano II, sobre os leigos, Apostolicam Actuositatem, conclama-nos a abraçar a missão de iluminar o mundo com a luz de Cristo:
“Nosso tempo exige dos leigos um zelo não menor pois as circunstâncias atuais reclamam deles um apostolado mais intenso e mais amplo” (AA,1).
“Faz-se porém mister que os leigos assumam a renovação da ordem temporal como sua função própria” (AA,7).
O santo Concilio, iluminado pelo Espírito, deixou claro a nossa missão: consagrar o mundo em que vivemos a Deus. Estabelecer nele as Suas leis, construir nele o Seu Reino. E nesta imensa tarefa, ninguém está dispensado. Alguém já disse que no Reino de Deus não há desempregados e nem aposentados. Todos são indispensáveis. Cada um recebeu dons próprios que os outros não receberam; é mister colocar esses dons a serviço da construção do Reino de Cristo para a glória do Pai e a salvação dos irmãos.
A mola propulsora de todo este trabalho há de ser sempre o amor a Deus e aos irmãos. Deus nos deu tudo: a vida, o ser, o mundo material com todas as suas belezas e riquezas, e nos deu o Seu Filho Único para sofrer e morrer pela nossa salvação. O que mais poderíamos pedir a Deus? Nada. Resta-nos agradecer. Mas não apenas com palavras e orações, mas com o comprometimento de toda a nossa existência no Seu projeto de reunir de novo todos os homens em Jesus Cristo, pela Igreja.
Cristo veio a nós e deu-nos a maior prova de amor que alguém poderia dar – deu a Sua vida – a fim de que pudéssemos voltar para a Casa do Pai, onde a felicidade é eterna. E Ele precisa agora de cada um para salvar a todos. Então, o nosso agradecimento será realizado se lhe entregarmos o coração e as mãos.
Jesus ama loucamente cada uma das suas criaturas humanas, pois cada uma delas é única, irrepetível, criada à sua imagem e semelhança. Por isso Ele não quer perder nenhuma de suas ovelhas, por mais fraca que seja. Ele garantiu que há mais alegria no céu porum único pecador que se converta; mais até por causa de noventa e nove justos que já fazem penitência (Lc 15). Veja como Ele ama cada um com um amor eterno!
Cada um de nós aqui na terra, pode fazer acontecer uma festa entre os anjos de Deus lá no céu, toda vez que convertemos um pecador do seu mal caminho. Esta é uma grande prova de amor a Deus. Não importa que você não possa converter a muitos; mas Deus espera que você converta para Ele aquele que está ao alcance do seu braço; aquele que é o seu próximo mais próximo.
Comece amando-o, gratuitamente. Não diga a ele logo: “Deus te ama”, pois ele pode não acreditar. Diga-lhe primeiro: “eu te amo”; e prove isto com os seus atos. Só depois, você vai dizer-lhe: “Deus te ama”; aí, então, ele vai acreditar, e vai querer conhecer o seu Deus. O amor é o combustível da evangelização. Ninguém pode evangelizar se não for movido pelo amor; amor a Deus e amor aos filhos de Deus.
A única recompensa que deve esperar aquele que abraçou esta missão, é a alegria de agradar ao seu Deus e ter o seu nome escrito no céu. Se buscarmos outra recompensa que não seja esta, perdemos todo o mérito diante de Deus. “Já receberam a sua recompensa” (Mt 6,2.5.16).
Ouça também: Querigma: Como podemos perceber o amor de Deus por nós?
Cada um de nós deve se apropriar daquela palavra do Apóstolos:
“Anunciar o Evangelho não é glória para mim; é uma obrigação que se me impõe. Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho! Se o fizesse da minha iniciativa, mereceria recompensa. Se o faço independentemente de minha vontade, é uma obrigação que se me impõe” (1 Cor 9,16-18).
Quando Deus chamou o profeta Jeremias para revelar sua dura palavra aos hebreus que já não obedeciam as Suas leis, o profeta teme medo, e viu-se como se fosse uma criança despreparada para a missão. Mas o Senhor não pensava assim.
“Ah! Senhor Javé, eu nem sei falar, pois que sou como uma criança”.
Replicou porém o Senhor:
Não digas: “Sou apenas uma criança; porquanto irás procurar todos aqueles aos quais te enviar, e a eles dirás o que Eu ordenar. Não os deves temer porque estarei contigo para livrar-te – oráculo do Senhor” (Jer 1, 4-8).
Quando o Senhor nos envia em seu Nome, seja ao próximo mais próximo, seja aos confins da terra, Ele nos dá a Sua graça; e, mais ainda, a Sua própria Presença.
“Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28,20).
Não tenhamos, portanto, nem medo e nem desânimo, pois a obra é Dele, e a batalha lhe pertence, somos apenas os seus comandados.
FELIPE AQUINO - é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter:
No ano passado a tentativa não foi bem-sucedida. Ao contrário, resultou em tragédia, sem nunca termos certeza sobre o autor dos crimes. Após certa análise do local, o pessoal da rua concluiu que um gato fora o responsável por destruir o ninho dos sabiás. Já haviam nascido dois filhotes que foram brutalmente assassinados, para desolação dos pais, que ficaram ainda uns dois dias rondando os destroços do ninho.
Aqui no nosso bairro temos, por ora, o privilégio de observar, nas áreas verdes que nos cercam, ninhos de algumas aves, como beija-flores, maritacas, João-de-barro, rolinhas, bem-te-vis e, entre outros, os sabiás laranjeiras. Assim, há quase um ano um casal do seresteiro da madrugada resolveu fazer morada em uma árvore da rua.
A árvore, de pequeno porte, não oferecia exatamente um porto seguro para as aves, mas por razões que desconheço, foi a escolhida. Admiradora de aves que sempre fui, acompanhei a época da postura dos ovos e da minha janela conseguia ver a mãe alimentando os filhotes famintos. Quando os filhotes foram mortos, ficamos todos desolados pelos novos pássaros que não cantariam no verão seguinte.
Quase um ano depois, no entanto, o ninho foi reconstruído, exatamente no mesmo local, em altura que me parece imprudente, de fácil alcance. Não tenho como saber se é o mesmo casal, mas desconfio que sim. Até o namoro terminar foram muitas noites de cantoria, uma toada lamuriosa, cheia de sustenidos, altas horas da madrugada.
Temos evitado demonstrações públicas perto do ninho, um acordo que fechamos entre vizinhos, até porque nunca me convenci completamente da culpa que recaiu sobre felinos sorrateiros. Contudo, permaneço admirando de longe, observando o vai-e-vem dos pais em busca de alimento, guardiões incansáveis sob o sol forte ou sob a chuva e o frio das últimas semanas.
A natureza é mesmo admirável e quer chamemos de perseverança, instinto ou fé, a vida busca brechas e não se dobra ou desiste facilmente. Não sei se desta vez haverá novos sabiás cantores ao término da temporada, mas torço todos os dias para vê-los ensaiando os primeiros voos, na promessa de ganhar os céus.
O sabiá-laranjeira é uma ave icônica, por sinal. Inspirou muitas músicas e poemas célebres. Resistente, sobrevive em meio ao cinza e a poluição. É um brasileiro por definição. Um bravo. E a imagem dos sabiás esperançosos (ou imprudentes?) remeteu-me a uma analogia. Neste momento em que escrevo o país todo vive a incerteza do que será após as eleições e admito que não faço a menor ideia, tampouco me sinto autorizada a engrossar o cordel dos fanáticos que dividem o país em lados adversários.
Acredito no conceito de democracia e não que a verdade, seja lá o que isso for, esteja apenas de um lado. Por óbvio que tenho minhas convicções, mas neste campo em específico, assim como tantos similares, busco a imparcialidade, o que as pessoas confundem com abstenção. Complicado.
Enfim, leitor, se você chegou até estas linhas finais, sabe melhor do que eu se já temos ou não novos dirigentes. E se as coisas não forem como desejamos, cada qual a seu modo, sigamos juntando outros galhos, outras folhas, enquanto nos é dado reconstruir novos ninhos, novas promessas de futuro, afinal de contas, “nossa terra tem palmeiras, onde canta o sabiá”.
CINTHYA NUNES é jornalista, advogada, professora universitária e definitivamente não aprecia anos eleitorais – cinthyanvs@gmail.com/www.escriturices.com.br
A palavra “miudeza” provém do substantivo “miúdo” com o sufixo “eza”, formando o adjectivo “miudeza” Estam palavra expressa a qualidade do que é miúdo, minudência, tenuidade e delicadeza.“Miudeza” tem ainda outros sinónimos: detalhes, minúcias, particularidades, minudências. pormenores, pontos, minuciosidades, particularizações.
Há tempos tomei conhecimento de que houve uma exposição designada de “o murmurar os búzios e as miudezas da alma, da autoria de Pedro Mourana, com curadoria de Jorge Dias. Soube que este artista pintou uma série de quadros a ilustrar poemas de um livro com o mesmo título da exposição, obra da autoria de Rudêncio Morais., o Falso Poeta, seu pseudónimo.
Nos quadros expostos foram colocados símbolos que nos permitem leituras aproximadas à intenção daquilo que o pintor desejava transmitir, embora houvesse alguma ligação com o livro referido. Foi possível ver algumas “miudezas da alma”.
Foi possível ver, por exemplo: uma pomba branca, um rato, gatos, um pavão, búzios em diferentes quadros. Uma árvore sagrada, uma cadeira num quarto escuro, Estes símbolos recordam, em diferentes culturas, uma árvore sagrada quase os mesmos significados, nomeadamente, pomba branca -paz, Deus, rato. Negatividade e fertilidade; gato, positividade, negatividade, feitiçaria e fertilidade, búzios, árvore sagrada, altar,e cadeira no quarto - segurança e protecção de deuses~
Nas culturas moçambicanas, para que os ratos signifique, negatividade é preciso que através deles tenha sido enviado um feitiço. Já os gatos. A partir de determinado tipo de miar, prenunciam algum agouro.. Nestes significados não há qualquer verdade científica, além de m que ela não é superior à religiosa ou à espiritual. Trata-se de uma forma de estar diferente, que trazida para a arte , chama -.nos a atenção a um trânsito entre a realidade e a ficção., área nas quais em poesia africana se transmite automaticamente, sem necessariamente sgnificar que não haja distinção entre uma e outra área. É que no seu dia a dia, o africano é educado para a vida, através da arte. Os mitos, as adivinhas, as “ estórias”, lendas, provérbios, entre outros modos de fazer literatura. Não esperam para um momento certo e demarcado para acontecer. Mourana verteu nos seus quadros uma vertente estética ao mesmo tempo representação de uma forma de nossa fé. Mourama verteu nos seus quadros uma verdadeira estética ao msmo tempo uma representação duma forma de nos fazer ler a vida, Convidou-nos a dialogar com o mundo que nos foi apresentado, até porque do jeito que o fez, remonta, em parte, às nossas sociedades tradicionais, das quais nem sempre, hoje, em tempos modernos, nos recordamos.
O autor da exposição diz ainda”falo os nossos rituais de nascimento: poder baptizar as nossas crianças, poder dar-lhes o “remédio da panlinha”, para apaziguar perturbações trazidas pela lua. Dos nossos rituais pós-nascimento, os qu retiram a mãe e a criança o resguardo preconizado pelo pós-parto- Dos rituais ligados à morte, apaziguamento, do nosso jeito, mas em forum doméstico. Não mencionamos isso em nossa vida publica.
Todos estes exemplos foram trazidos à luz da leitura de expressão de Perdro Mourana, qu nos traz elementos simbólicos que convidam ao debate sobre a espiritualidade, sobre as culturas moçambicanas - até com outros mundos e outras espiritualidades(sugestivas de uma leitura intercultural, pela partilha do mesmo espaço na mesma expoição). Esta exposição transporta-mos também para o surrealismo,
A palavra “miudezas” na Bíblia .No Egipto
, o Senhor falou com Moisés e Aarão e disse-lhe “Este mês srá o vosso mês mais importante e o primeiro dos meses do ano. Digam a todo o povo de Israel o seguinte: No dia dez deste mês cada um de vós escolha um cordeiro por família, um por cada casa. Se a família for pequena para comer todo o cordeiro, então o chefe da família e o seu vizinho mais próximo comerão juntos, repartindo o cordeiro conforme o número de pessoas e a quantidade que cada um pode comer. O cordeiro não deverá ter defeitos, deve ser um macho de um ano; m vez de cordeiro pode ser um cabrito. Deverão guardá-lo até o dia catorze deste mês e, nesse dia. Todos os israelitas o matarão, ao entardecer. Com o sangue do animal marquem as duas ombreiras e a verga da porta da casa onde o estiverem a comer. Nessa noite comerão a carne assada ao lume, como pão sem fermento e com plantas amargas. Não comam nem um só pedaço da sua carne crua ou cozida em água, apenas assada ao lume, mesmo a cabeça, as patas e as “miudezas”.
Não devem deixar ficar nada para o dia seguinte; o que dele sobrar para o dia seguinte deve ser queimado. Quando comerem o cordeiro ou cabrito, deverão estar vestidos como se fossem viajar, ter os pés calçados e o cajado na mão e comer depressa, pois é a Páscoa do Senhor.. Nessa noite passarei por todo o Egipto e farei morrer o primeiro filho de todas as famílias Egípcias e a primeira cria de todos os seus animais e exercerei a minha justiça contra todos os deuses do Egipto, porque eu sou o Senhor. O sangue há-de servir-se para assinalar as casas onde se encontram. Assim, quando eu vir o sangue, passarei adiante e nenhum de vós morrer´, quando eu ferir de morte os egípcios. Este dia devera ser entre vós recordado e celebrado com grande festa em honra do Senhor. Ficam obrigados a celebrá-lo para sempre, bem como os vossos descendentes. Durante sete dias, comerão pão sem fermento, portanto, não deverá haver fermento nas vossas casas, desde o primeiro dia. Todo aquele que comer pão cm fermento, durante esses sete dias será excluído do povo de Israel. Tanto no primeiro dia como no sétimo. Deverão reunir-se para uma assembleia solene de oração. Nesses dias não se trabalhará,, a não ser o que é preciso fazer para cada um preparar a sua comida. A Festa dos pães sem Fermento, é uma festa que deverão celebrar, porque naquele dia fiz sair o povo de Israel do Egipto como um exército. É uma obrigação que também os vossos descendentes têm de celebrar para sempre, Comerão pão sem fermento,, desde a tarde do dia 14 catorze, até à tarde do dia vinte e um do primeiro mês. Durante sete dias não deverá haver fermento nas vossa casas, E todo aquele que comer pão com fermento será excluído da comunidade de Israel, quer seja estrangeiro, quer seja Israelita. Portanto, não comam nada que tenha fermento, onde quer que vivam, deverão comer pão sem fermento.
Moisés mandou chamar todos os anciãos de Israel e disse-lhes:”Vão escolher um cordeiro ou um cabrito, por cada uma das vossas famílias e matem-no para celebrar a Páscoa. Em seguida, pequem num ramo de hissopo e embeba-no no sangue, que estará numa bacia, depois marquem com esse sangue a verga e as duas ombreiras da porta. Nenhum de vós deverá transpor o limiar da porta até de manhã. Quando o Senhor passar para ferir de morte os egípcios, ao ver o sangue na verga r nas duas ombreiras da porta , passará adiante e não deixará que a destruição entre nas vossas casas. Respeitem. portanto, esta lei, como lei eterna para vór e para os vossos descendentes. E quando entrarem na terra que o Senhor vos dará como prometeu, deverão continuar a celebrar esta festa. E quando os vossos descendentes perguntarem o que é que ela significa, devem responder-lhes:” Isto é o sacrifício da Páscoa, em honra do Senhor, porque quando ele feriu de morte os Egípcios, livrou as casas dos Filhos de Israel no Egípto e poupou as nossas famílias..E foram cumprir o qu o Senhor tinha ordenado.
ANTÓNIO FRANCISCO GONÇALVES SIMÕES - Sacerdote Católico. Coronel Capelão das Frorças Armadas Portuguesas. Funchal, Madeira. - Email goncalves.simoes@sapo.pt
JORGE VICENTE - Fribourg ( Suiça)
ALEXANDRE ZABOT - Fisico. Doutorado em Astrofisica. Professor da Universidade Federal de Santa Catarina. www.alexandrezabot.blogspot.com.br
Em 1973 desloquei-me a Lisboa, em trabalho, e fiquei hospedo na Avenida Sidónio Pais, no: " Avenida Alameda".
Segundo a Sociedade Administrativa, o hotel tinha em todos os quartos: duas camas, quarto de banho e sala de espera, com dois sofás -camas, e telefone.
Paguei – ia acompanhado, – por duas pessoas, cento e vinte escudos ou seja: cerca de sessenta cêntimos, na moeda actual!
No mesmo hotel, o pequeno-almoço, ricamente servido, custava, nessa época, 7$50 e o almoço ou jantar, 25$00!
O preço incluía vinho branco ou tinto, à discrição.
O hotel possuía parque privativo para recolher o automóvel, caso o cliente o tivesse.
Bons tempos!...
Agora, apesar dos vencimentos serem bem mais superiores do que outrora, quem da classe média, se pode dar ao luxo de se hospedar, numa visita à Capital, a poucos metros da Praça do Pombal, a preços tão modestos?
Nesse tempo, a classe média, ainda podia usufruir esses luxos!...
Recordo, que muitas famílias viviam só com um vencimento ou reforma. Agora nem dois, muitas vezes, chegam para as despesas ordinárias.
Tenho diante de mim, folheto da Inspecção Geral das Actividades Económicas, com sede na Avenida Duque d'Avila, em Lisboa, indicando os preços máximos de venda ao público, em 1973.
Na capa pede-se que as donas de casa, o consultem quando forem às compras.
Declara o folheto (bloco) que: " Em todo o Pais não podem serem praticados preços mais elevados, mas sim os indicados ou mais baixos."
A título de curiosidade colhi alguns, dos preços máximos, em 1973:
Açucar refinado corrente (kg) 6$60
Arroz carolino branco (kg) 9$90
Bacalhau(1ª Qualidade Grande) 43$00
Bolos (cidade do Porto) nos Cafés de 1480 a 2$30
Gasóleo (litro) 2$40
Gasolina (litro) entre 5$70 a 6$70
Leite pasteurizado ( litro) 4$10
Óleo girassol (litro) 21$00
Pão (60 gr) $40 no domicilio
Sal (kg) 2$00
Lavagem automática do automóvel 22$50
Limpeza de vestuário a seco:
calças 25$00
gabardina 60$00
vestido 45$00
Compare, agora, o leitor, os preços, e tire dai as ilações.
HUMBERTO PINHO DA SILVA
Senhor! - quando olho o céu, todo estrelado,
com a lua, a brilhar, na noite imensa,
não há ninguém - ninguém! - que me convença
de que o homem mereça o Teu cuidado.
Pois, que é o homem para Ti?!... Um quase nada,
um punhado de terra, um grão de areia!
Se não fora o Teu amor, que se amerceia
do reles pó da rua, tão calcada,
não havia memória do seu nome!
Homem!: - Ama a Quem te ama!...Que se some,
a tua voz, a esse coro de beleza
que,ao nosso Deus e Pai, todo bondade,
todo amor, e perdão, e caridade,
entoa, noite e dia, a Natureza!...
Administrar o tempo é uma arte. Muitos acham que conseguem fazê-lo bem com disciplina rígida no comportamento pessoal; outros procuram se organizar no tempo com moderação nas mudanças de hábitos. Respeito o estilo de cada um, mas como estudo o assunto há anos e também ganhei experiência nos contatos profissionais que mantive em cursos e palestras, hoje ensino que alguns passos são essenciais à pessoa que procura melhorar a sua produtividade profissional:
E se, com o tempo, isso tudo funcionar com naturalidade, certamente existirá uma parcela de ‘tempo ganho’ pelo profissional que conseguiu melhorar a autodisciplina e organização pessoal. O que fazer com esse tempo?
Nos cursos, ao fazer esta pergunta, cheguei a ouvir de tudo um pouco, menos ‘rezar’. Por que será? Seria medo de passar vergonha ao professar a fé em público? Acho pouco provável essa hipótese e acredito ser falta de prioridade à oração.
São Vicente de Paulo rezava muitas horas por dia! Dizia que só assim seria possível praticar obras de caridade em nome de Deus. Quanto mais rezava, mais caridade praticava, iluminado pelo Espírito Santo. Valeu a pena priorizar dessa maneira o tempo, não? Hoje, ele também é santo e intercede pelas nossas ações.
Ação e oração, oração e ação, não importa a ordem. O importante é sabermos administrar o tempo e deixarmos uma parcela maior desse precioso recurso para evangelizar. Evangelizar orando! Evangelizar testemunhando o amor de Jesus e de Maria por nós! Evangelizar participando dos trabalhos na comunidade! Evangelizar dando as mãos ao irmão carente! Mas, antes de evangelizar, a participação na Eucaristia não pode faltar.
O Pe. Robert Degrandis, no livro ‘A Cura pela Missa’, diz que “o centro da fé católica é o sacrifício da missa. Devemos acreditar que a missa é muito mais do que até hoje imaginamos, porque ela é uma cerimônia de cura. Na missa, Cristo transforma as nossas necessidades físicas, emocionais e espirituais. Se realmente cremos em Jesus presente na hóstia consagrada, obteremos a integridade ao receber seu corpo em nós”.
Muitos outros religiosos enfatizam que as partes da santa missa constituem elementos de uma cerimônia de cura. Santo Agostinho, por exemplo, escreveu sobre as curas que testemunhou em sua igreja, como resultado de as pessoas receberem a Eucaristia.
É maravilhoso ir à casa de Deus e participar da celebração do grande mistério da vida, da morte e da ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. A nossa fé, a nossa oração e o nosso louvor a Deus nos colocam em estado de graça durante a missa.
E no decorrer da missa, somos perdoados pela Misericórdia Divina no ato penitencial, louvamos a Trindade Santa no hino de louvor, ouvimos a Palavra de Deus na proclamação do Evangelho, professamos a nossa fé no creio, fazemos os nossos pedidos na oração da comunidade, oferecemos as nossas vidas ao Senhor no ofertório, adoramos a Deus no Santo, presenciamos a transformação do pão e do vinho em corpo e sangue de Jesus na consagração, recitamos a oração perfeita que o próprio Jesus nos ensinou no Pai-nosso e, após o Cordeiro, chegamos à comunhão...
Ao recebermos o corpo santo de Cristo, vivenciamos o imenso amor e a infinita misericórdia de Deus para conosco ao permitir que, mesmo pecadores, tenhamos a graça de receber a própria pessoa que cura – Jesus, o centro da missa. Principalmente por isso, após a comunhão, devemos rezar ou cantar, dando graças por estarmos sendo abençoados naquele momento.
Se não bastassem todas essas maravilhas na missa, sabemos ainda que a Virgem Maria também está nos ouvindo como verdadeira mãe, e intercede por nós. Por isso é que, no ministério de música, cantamos quase o tempo todo, explodindo de alegria por sermos católicos.
E após a bênção final, o sacerdote nos envia às ações cristãs, dizendo: ‘Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe’. Demos graças a Deus!
Ø Quem desejar receber minhas mensagens curtas diárias, responda informando seu número de whatsapp. Eis a mensagem do dia 30 de setembro:
Conta-se que quando Jesus voltou aos céus, quarenta dias após a ressurreição, os anjos o receberam com uma festa surpresa e se apressaram em dar uma sugestão:
- Agora, Senhor, podemos ir à Terra e continuar o seu trabalho de evangelização?
- Não – disse Jesus. – Deixei essa tarefa aos homens.
Perplexo, um dos anjos pensou: ‘Como assim, deixar a missão de evangelização do mundo nas mãos de homens pecadores! E se falharem, qual será o plano B?’
Lendo esse pensamento, Jesus respondeu:
- Não há plano B. Eu confio neles na tarefa de falarem de mim e estarei com eles até o fim dos tempos. O plano B seria um remédio genérico e, em matéria de salvação, não há remédio genérico, somente há o medicamento original: os homens evangelizando os homens!
Bom dia.
PAULO R. LABEGALINI - Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre - MG)
EUCLIDES CAVACO - Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.
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