Em meados do século, andava preocupadíssimo. O que havia de me acontecer?!...
Uma tragedia! De hora em hora dirigia-me ao WC, quase sempre em grande aperto.
Apreensivo consultei o médico de família.
Solicitou várias análises, e deu-me a triste noticia, que melhor seria expor o problema ao urologista.
Recorri à Internet, com auxílio do médico, já que não conhecia nenhum. Após confrontar currículos, escolhemos o que nos pareceu mais indicado.
Fui. Realizou exames, alguns dolorosos, e concluiu, que provavelmente teria de me submeter a uma operação, depois de realizar as análises que recomendara.
Entretanto almocei com o amigo Miguel. No desenrolar da conversa, veio á baila a minha desgraça.
Atentamente me escutou. Mas logo me disse – que conhecia sujeito, que sofria, como eu, da próstata, mas que controlava, a doença, comendo sementes de abóbora, sem sal.
-" Por que não experimentar?" – interrogou o Miguel.
Pensei de mim para mim: se as sementes não resultarem, também mal não me fazem.
Semanas depois realizei as análises indicadas pelo urologista, e fiquei estupefacto: o P.S.A. descera substancialmente.
Mais tarde soube que este "medicamento" é bastante divulgado – até médicos o usam, – mas não posso deixar de o difundir, para bem dos leitores, porque há sempre quem o não conheça.
HUMBERTO PINHO DA SILVA
No meu tempo de infância ainda havia donas-de-casa a tempo inteiro. Eram senhoras, em regra da Classe-Média ou Média-Alta, que cuidavam do maneio do lar.
Realizavam toda a lida: cozinhavam, passajavam a roupa branca, passavam a ferro, varriam e educavam os filhos acompanhando-os nos estudos.
Em regra, sobejavam-lhes tempo para visitar amigas e familiares. Muitas tinham dia certo para receberem, oferecendo o tradicional chá, acompanhado de saboroso bolo caseiro, que orgulhosamente confecionavam.
As mais abastadas tinham empregada para executarem tarefas domésticas, às quais chamavam: criadas.
Rapariguinhas analfabetas ou quase, recrutadas na província.
Nas horas de lazer, as senhoras, bordavam ou tricotavam.
Prendas de mãos, que aprenderam com as mães, que as educavam para futuras esposas e rainhas do lar.
Nessa recuada época, o marido da Classe-Média, envergonhava-se quando a esposa trabalhava fora. Era ponto de honra: só por necessidade admitia que contribuísse para o orçamento familiar.
Respeitava-se religiosamente o velho anexim: " O homem abarca, a mulher arca."
Nesse tempo, quem governava o país era Salazar – homem que nascera no século XIX, – e tudo fazia para manter a mulher no lar, como dona-de-casa.
Em conversa com a jornalista francesa Christine Garnier, disse: " A ausência da mulher desequilibra a economia doméstica e a perda de dinheiro que daí resulta, raramente é compensador pelos ganhos exteriores. "- " Férias Com Salazar", Edição Parceria António Maria.
O estadista receava que a mão-de-obra feminina, no trabalho, provocasse descida na remuneração e desemprego. Nesse remoto tempo muitas famílias podiam viver com um só salário, agora nem dois chega para as despesas quotidianas. Se quisessem recompensar essas antigas donas-de-casa, que dedicaram a vida à família, e agora, na velhice se encontram dependentes, sem qualquer rendimento, bastava alargarem o desconto no I.R.S. para o conjugue dependente. Já não digo reformá-las com o salário mínimo, como pensou o Dr. Mário Soares.
Se outrora os jovens buscavam noiva de bom dote, hoje, sabedores que um só salário não chega, para sustentar família, procuram moça que tenha emprego bem remunerado... e o mesmo fazem as futuras noivas.
São tempos prosaicos, não românticos, onde o amor se vai tornando num negócio...por vezes bem asqueroso.
HUMBERTO PINHO DA SILVA
Ao folhear: " A Conquista da Felicidade", de Bertrand Russel, deparei com trecho que considero curioso, e digno de ser bem pensado:
“ (...) Embora o dinheiro por si mesmo não seja suficiente para tornar as pessoas importantes, é difícil ser-se importante sem dinheiro. Além disso mede-se a inteligência pelo dinheiro que se ganha. Um homem que ganha um dinheirão é um homem inteligente; um homem que não ganha tanto, não é."
A propósito vou contar-vos interessante episodio ocorrido com senhora, mãe de amigo meu, já falecido:
Certa ocasião, a mãe – professora do secundário, – precisava de consultar um cardiologista, mas não conhecia nenhum de confiança.
Dialogando com colegas sobre o assunto, recomendaram-lhe um, afirmando ser muito competente.
A senhora, ficou radiante, mas logo indagou: " Qual é a marca do carro do médico?"
Disseram-lhe que era viatura utilitária, já antiga.
Respondeu tristemente a senhora, desiludida:
-" Não deve ser grande cardiologista para ter um carro tão antigo!..."
Este caso verídico, foi-me contado pelo filho da senhora doutora.
Como ela, quantas vezes não se avalia a inteligência, a capacidade e a cultura, pelo dinheiro que possuem ou os bens que têm?!
Senhora brasileira, residente em São Paulo, ao conhecer que minha filha era catequista, e semanalmente dava aulas na paróquia aos pequerruchos, perguntou-me: " Quanto ganha?" É que tenho uma moça que podia também ganhar alguma coisa."
Desiludia, ao afirmar – que nada usufruía. Acrescentei, para estupefação sua, que ainda gastava muito com prendinhas aos miúdos.
Há, também, quem pense que os articulistas e os escritores que colaboram na grande imprensa – a não ser os consagrados, – recebem pelo trabalho. Desenganem-se quem assim julga. Alguns, para verem o nome em letra de forma, têm até que mendigarem...
Mas se soubessem disso, os leitores diriam: “E nós que pensávamos que era inteligente e ganhava muito com os escritos!…"
Gente há que tudo mede pela quantidade de dinheiro que se recebe, porque avaliar doutro modo, requer inteligência e reconhecer que comunicar, muitas vezes, é uma necessidade imperiosa, e não mero lucro.
HUMBERTO PINHO DA SILVA
Quem não se recorda, com saudade, da velha casa onde nasceu e se criou?
Casa velhinha, em que cada canto e recanto, se revive amorosos retalhos dos tempos que já não são.
Nasci numa velhíssima casa de alforge, de três alargados pisos, com mais de duzentos anos!
Havia, no rés-do-chão, alçapão, que dava acesso a lôbrega e sinistra cave, infestada de aracnídeos, que era o terror da acriançada, mormente do benjamim.
Recordo – como recordo! Deus meu! - da ampla e soturna sala de jantar, de paredes forradas a papel encarnado, recobertas de - baixos-relevos, aguarelas, pratos de faiança, e quadros de gravuras antigas. Em duas sóbrias colunas de nobre madeira, repousavam delicadas estatuetas em gesso patinado. Nas portas cobertas a esmalte branco, pendiam, das sanefas, pesados reposteiros.
Tomávamos nela as refeições, mas apenas em dia festivo ou quando havia visitas de cerimónia; ordinariamente tínhamos outra salinha, mais acolhedora, para o trivial.
Lembro-me – como me lembro! - o espaçoso armário de portadas verdes, embutido, quase dissimulado, no vão da escada. Nas sólidas prateleiras, dormiam inúteis velharias, entre elas: balança de dois pratos, maciços globos coloridos de vidro, palmatória de latão, pautas de música da avó Sofia, garrafas de vinho do Porto, e antigos jornais, relatando notáveis acontecimentos do passado.
Nesse antiquíssimo casarão, decorreu a minha nem sempre feliz adolescência, cadenciada pelo embalador e dormente tiquetaque do antigo relógio de pêndula, que pertencera a minha bisavó Júlia.
Nessas rijas paredes de estuque e granito, decorreram aventuras e desventuras, e senti, com mágoa, paulatinamente, escorrer como areia fina entre dedos, sonhos idealizados, que não pude ou não soube concretizar. Em " Portugal Pequenino" Raul Brandão invoca o encanto das vetustas casas que passavam de geração a geração:
" Que linda casa quando vem dos pais que a herdaram dos avós! Cada prego foi pregado para a eternidade. Mais tarde até na velhice e ainda que corras mundo, todos os teus sonhos se passam sempre entre aquelas paredes, e empurras as portas perras dando-lhes o jeito que lhes davas em pequeno para as abrires..."
Camartelos, pás e picaretas, desventraram, sem dó, a velhíssima casa da minha infância. Ficou-lhe o imponente esqueleto, mirando altivamente as águas açodadas do Douro, e o casaria acastelado da cidade da Virgem.
É a triste sorte, neste tempo prosaico, das vetustas residências do século XIX.
O encanto que recorda Raul Brandão, já não pode sentir a geração do século XXI, porque foram desfiguradas, demudadas em esquerdo – direito.
Jamais terão os jovens o prazer, o fascínio, de viverem nessas velhas casas de outrora; algumas tinham jardinzinhos aconchegantes, caramanchões coroados pelos robustos braços de contorcida glicínia, que desabrochava ao raiar da primavera, toucadas de formosos e olorosos cachos arroxeados,
Nessas vetustas casas, que eram dos avós ecoavam pelos taciturnos corredores, antigas vozes dos entes queridos, que já partiram. Em cada quarto, em cada saleta, sentia-se reviver, a cada passo,os ancestrais falecidos – bisavós, avós e pais.
Eram casas que tinham alma, que recordavam quem éramos e de onde viemos.
HUMBERTO PINHO DA SILVA
Estou ouvindo o relógio diligente,
na sala sonolenta, escura, antiga,
marcando, paulatino e sem fadiga
as horas que, no mundo, vive a gente.
Baila o pêndulo, grave, lentamente,
a tiquetaquear sua cantiga;
e, no rítimo certo a que se obriga,
advinha-se um fundo transcendente.
também meu coração, como um relógio,
cá vai marcando as horas dos meus dias,
no seu constante tiquetaquear,
- Cautela, coração!...Não sejas frio!...
Marca-me horas de amor, e de alegrias,
enquanto neste mundo eu possa andar!...
PINHO DA SILVA – (1915-1987) – Nasceu em Santa Marinha, Vila Nova de Gaia. Frequentou o Colégio da Formiga, Ermesinde, e a Escola de Belas Artes, do Porto. Discípulo de Acácio Lino, Joaquim Lopes , e do Mestre Teixeira Lopes. Primo do escultor Francisco da Silva Gouveia. Vilaflorense adotivo, por deliberação da Câmara Municipal de Vila Flor.
Tem textos dispersos por várias publicações, entre elas: “O Comércio do Porto”, onde mantinha a coluna “ Apontamentos”, e o “Mundo Português”, do Rio de Janeiro, onde publicou as “ Crônicas Lusíadas”. Foi redator do “Jornal de Turismo”, membro da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, e secretário-geral da ACAP. Está representado na selecta escolar: " Vamos Ler", da: Livraria Didáctica Editora, com o texto : " Barcos e Redes"
No bulício contínuo da cidade,
entre as gentes e carros apressados,
entre motores, pregões, palavriados,
sinto-me solitária nulidade...
Ninguém quer meus tesouros de bondade;
meus cabedais de amor, arrecadados;
meus sentimentos mal avaliados;
meus sonhos de beleza e de humildade...
Ninguém!... Não vale a pena insistir mais!...
Insistir, para quê?!...Ninguém me escuta,
ninguém vê, ninguém sente, ninguém há
capaz de comprender e crer, jamais,
que não valem riquezas por que luta,
mas só esta riqueza, que Deus dá!...
PINHO DA SILVA – (1915-1987) – Nasceu em Santa Marinha, Vila Nova de Gaia. Frequentou o Colégio da Formiga, Ermesinde, e a Escola de Belas Artes, do Porto. Discípulo de Acácio Lino, Joaquim Lopes , e do Mestre Teixeira Lopes. Primo do escultor Francisco da Silva Gouveia. Vilaflorense adotivo, por deliberação da Câmara Municipal de Vila Flor.
Tem textos dispersos por várias publicações, entre elas: “O Comércio do Porto”, onde mantinha a coluna “ Apontamentos”, e o “Mundo Português”, do Rio de Janeiro, onde publicou as “ Crônicas Lusíadas”. Foi redator do “Jornal de Turismo”, membro da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, e secretário-geral da ACAP. Está representado na selecta escolar: " Vamos Ler", da: Livraria Didáctica Editora, com o texto : " Barcos e Redes"
Amarelo, mimoso, silitário,
na terra calcinada, e feita pó,
amarra-o a raiz, tal qual um nó,
ao solo miserável e primário.
É tal qual como Cristo no Calvário;
olhar o seu estado, mete dó;
esfarinham-lhe a terra, como mó:
a fogueira do sol e o vento vário.
Entretanto, nos úberes jardins
e estufas bem tratadas, os jasmins
e as orquídeas, ditosos, vão crescendo...
Quem se lembra do pobre malmequer,
sujeito a ser pisado por qualquer,
sem adubo, sem água, padecendo?!
PINHO DA SILVA – (1915-1987) – Nasceu em Santa Marinha, Vila Nova de Gaia. Frequentou o Colégio da Formiga, Ermesinde, e a Escola de Belas Artes, do Porto. Discípulo de Acácio Lino, Joaquim Lopes , e do Mestre Teixeira Lopes. Primo do escultor Francisco da Silva Gouveia. Vilaflorense adotivo, por deliberação da Câmara Municipal de Vila Flor.
Tem textos dispersos por várias publicações, entre elas: “O Comércio do Porto”, onde mantinha a coluna “ Apontamentos”, e o “Mundo Português”, do Rio de Janeiro, onde publicou as “ Crônicas Lusíadas”. Foi redator do “Jornal de Turismo”, membro da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, e secretário-geral da ACAP. Está representado na selecta escolar: " Vamos Ler", da: Livraria Didáctica Editora, com o texto : " Barcos e Redes"
Quantas vezes, passando por aqui,
a vi ali, sorrindo, nesse muro;
sonhava, certamente, no futuro,
no futuro sonhando, não 'stá ali.
Passando, tristemente, por aqui,
eu olho para ali, que é um monturo:
- quintal abandonado, um solo duro,
ervas ruins a nascer, aqui, ali...
Reina naquela casa a solidão,
e, se por aqui passo, o coração
diz-me que nem sequer olho para ali;
há muito tempo que ela foi para o Céu,
e, por isso, vale a pena que eu
cirando por ali ou por aqui!...
( Antiga casa do veterinário e O. do Ex. Dr. Mário Saraiva, de cujas filhas Teresinha era muito amiga. Às tardes, eram certas, todas, no muro do quintal.)
PINHO DA SILVA – (1915-1987) – Nasceu em Santa Marinha, Vila Nova de Gaia. Frequentou o Colégio da Formiga, Ermesinde, e a Escola de Belas Artes, do Porto. Discípulo de Acácio Lino, Joaquim Lopes , e do Mestre Teixeira Lopes. Primo do escultor Francisco da Silva Gouveia. Vilaflorense adotivo, por deliberação da Câmara Municipal de Vila Flor.
Tem textos dispersos por várias publicações, entre elas: “O Comércio do Porto”, onde mantinha a coluna “ Apontamentos”, e o “Mundo Português”, do Rio de Janeiro, onde publicou as “ Crônicas Lusíadas”. Foi redator do “Jornal de Turismo”, membro da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, e secretário-geral da ACAP. Está representado na selecta escolar: " Vamos Ler", da: Livraria Didáctica Editora, com o texto : " Barcos e Redes"
Meu lar, já meio morto, arrefecido
nos quadros das paredes, biblots,
e móveis que já foram dos avós:
- um outro, que foi eu, é já partido...
Já morreu, sem ninguém ter percebido;
agora, frente a frente, estamos nós.
Já não vale chorar, que estamos sós:
ninguém se mostrará compadecido...
Ai, velhas esculturas, e faianças;
velhos pratos da China; cortinados;
resposteiros, e arcas; casa antiga;
velha caixa-de-música; lembranças
dos que foram os meus antepassados:
faltou a mão morena, a doce amiga!
PINHO DA SILVA – (1915-1987) – Nasceu em Santa Marinha, Vila Nova de Gaia. Frequentou o Colégio da Formiga, Ermesinde, e a Escola de Belas Artes, do Porto. Discípulo de Acácio Lino, Joaquim Lopes , e do Mestre Teixeira Lopes. Primo do escultor Francisco da Silva Gouveia. Vilaflorense adotivo, por deliberação da Câmara Municipal de Vila Flor.
Tem textos dispersos por várias publicações, entre elas: “O Comércio do Porto”, onde mantinha a coluna “ Apontamentos”, e o “Mundo Português”, do Rio de Janeiro, onde publicou as “ Crônicas Lusíadas”. Foi redator do “Jornal de Turismo”, membro da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, e secretário-geral da ACAP. Está representado na selecta escolar: " Vamos Ler", da: Livraria Didáctica Editora, com o texto : " Barcos e Redes"
Enfada-te, talvez, o meu amor;
constrange-te, por certo, o meu carinho;
e nada há, neste mundo, tão purinho,
nem há sol que irradie mais calor...
Não tem oiro nem prata outro valor
do que este coração - tão pobrezinho,
tão cheio e bondade e de carinho,
pleno de ternura: inda em flor!
Sou filho duma lágrima; um suspiro
da aragem da manhã, tive por pai;
numa rosa nasci, e sou perfume;
erguido para o céu, azul respiro!...
vem deitar.te em meus braços, sem um ai,
que os meus braços aquecem como lume...
PINHO DA SILVA – (1915-1987) – Nasceu em Santa Marinha, Vila Nova de Gaia. Frequentou o Colégio da Formiga, Ermesinde, e a Escola de Belas Artes, do Porto. Discípulo de Acácio Lino, Joaquim Lopes , e do Mestre Teixeira Lopes. Primo do escultor Francisco da Silva Gouveia. Vilaflorense adotivo, por deliberação da Câmara Municipal de Vila Flor.
Tem textos dispersos por várias publicações, entre elas: “O Comércio do Porto”, onde mantinha a coluna “ Apontamentos”, e o “Mundo Português”, do Rio de Janeiro, onde publicou as “ Crônicas Lusíadas”. Foi redator do “Jornal de Turismo”, membro da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, e secretário-geral da ACAP. Está representado na selecta escolar: " Vamos Ler", da: Livraria Didáctica Editora, com o texto : " Barcos e Redes"
OS MEUS LINKS