Então o ano de 2012 acabou tão rápido que, uma vez mais, nem vi passar. De comum com os anos anteriores, teve o de ser um ano de temperaturas loucas, com dias muito frios e outros muito quentes. De diferente, por outro lado, muitas coisas.
Nesse ano, depois de muito tempo de sonambulismo, o povo brasileiro aprendeu a votar de maneira mais consciente e a cobrar transparência dos órgãos públicos. Os primeiros resultados já se fizerem notar, porque nunca tanto “macaco velho” deixou de ser reeleito, bem como os valores levados em conta na hora de escolher um candidato foram diversos. Não adiantou, nesse ano, contratar os melhores publicitários. Quem não tinha passado digno, dentro e/ou fora da política, não conseguiu se eleger.
Em uma decisão histórica, foram diminuídos os excessos e os políticos brasileiros passaram a ter um ganho compatível com o trabalho realizado. Foram cortados os “auxílios” isso e aquilo, bem como a mamata de carros oficiais para todo mundo. Quem quer ter o seu, que compre. De tanto estancadas as sangrias do dinheiro público, a conta começou a dar certo e a saúde, a segurança e a educação já se beneficiam de recursos melhores.
Uma coisa de que gostei muito nesse ano foi de ver a mudança do Poder Judiciário. Já estava na hora! Lá também foram cortadas as mesmas regalias injustificadas. Agora os membros do Poder Judiciário aceitaram, como qualquer um que nada tenha a dever ou a esconder, que também são fiscalizáveis e que prestam um serviço essencial ao povo que, por sinal, paga os subsídios deles. Os advogados comemoraram o acesso efetivo que tiveram aos magistrados e membros do Ministério Público. Os advogados procrastinadores, antiéticos, foram definitivamente excluídos dos quadros da OAB. De um modo geral, a Justiça, em 2012, ganhou em celeridade, transparência e efetividade, sonho que, há muito, vinha sendo de papel...
Comemoração especial, nesse ano, mereceu a saúde pública. Não se teve mais notícia de gente morrendo na porta de hospitais por falta de atendimento ou de leitos. Cessados os desvios de verbas, com administração eficiente e honesta, muita coisa pôde ser melhorada. Ainda estamos longe da perfeição, mas nunca se teve notícia de uma melhora tão efetiva.
Em uma operação histórica das polícias civis, militar e exército, muitos mandados de prisão foram cumpridos e muita gente foi ver o mundo por detrás das grades. De favelas a condomínios de luxo, nada que pudesse esconder atividades criminosas restou sem ser checada. Foram operações dignas e nenhum inocente pereceu. Os chamados poderes paralelos e as milícias, a cada dia mais, estão próximas de terem sua influência extinta.
Além do Brasil, a Europa também conseguiu se reerguer. Com ajuda internacional não intervencionista, mas bem intencionada, os pacotes econômicos abriram fronteiras e selaram mais e novos laços de paz e cooperação. Ainda há muito que fazer, mas os animais tiveram mundialmente reconhecido o direito de não serem submetidos a práticas cruéis e, aos poucos, igualmente o meio ambiente foi alvo de atenções dos dirigentes mundiais.
Nesse ano de 2012, de 366 dias, vi gente nascendo, crescendo, amando e sendo feliz. Nem tudo, é claro, deu certo, mas muito se fez pela humanidade, pelo mundo e muito menos se falou, em vão, no nome de Deus. Para 2012 ter sido um ano melhor, só faltou acontecer... A esperança, contudo, é a derradeira a deixar os corações. Que venha 2012, abençoado... Feliz Ano Novo!
CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA- Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo
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