Nos últimos dias, multiplicaram-se as notícias a respeito da casa do Big Brother Brasil 12, que ultrapassou a bisbilhotice malévola que aguça telespectadores para provocar a lei. Antigamente, os mexericos eram alimentados por gente que ficava, através da fresta da janela, espiando a vida dos outros com o propósito de ter assunto sórdido no dia seguinte ou justificar os seus deslizes. Há quem, em vez de se acertar, se desculpa com os erros do próximo.
A polêmica que envolve Daniel e Monique começou na madrugada do dia 15 de janeiro, no quarto em que os dois protagonizaram cenas quentes debaixo do edredom. Logo após as cenas dos beijos, Monique, embriagada, estaria dormindo e foi estuprada por Daniel? Vamos aos antecedentes. Quem se inscreve para o BBB é cônscio do que excita os mexeriqueiros, aumenta a audiência e atrai patrocinadores. Aceitam, portanto, pensando no prêmio, qualificar-se para isso. Continuando com os precedentes: Monique correspondeu ou não aos beijos? Não justifico de maneira alguma o estupro devido aos beijos, mas para se preservar é necessário prudência e decência. Não teria ela, em momento algum, assediado Daniel? Interessante foi o que postaram no Facebook a respeito dos livros infantis: seriam os príncipes banidos das histórias, já que tanto a Bela Adormecida como a Branca de Neve foram beijadas enquanto dormiam? Recordo-me da mocinha que fora, com o motorista do local onde trabalhava – solteiro cobiçadíssimo -, representar a empresa em evento noturno. No percurso de volta, em estrada escura, levantou “generosamente” a saia e o questionou se as suas pernas eram bonitas. O indivíduo, de imediato, tentou beijá-la. Não correspondido, calou-se. No retorno, a mocinha disse ao chefe que sofrera tentativa de estupro. Por uma questão de bom senso, ouviu-se os dois lados. O motorista assumiu a pretensão do beijo e acrescentou: “Afinal de contas, sou um homem ou um saco de batatas?” Somente uma dúvida, há lei que proteja o homem assediado por mulher?
Voltando ao BBB, posteriormente surgiram outras notícias: Daniel expulso por grave comportamento inadequado, a investigação policial, a afirmação de Monique no Jornal “O Dia: “Só se ele fez comigo enquanto eu dormia. Mas aí ele seria muito mau caráter”. Um ou dois dias depois, a moça negou o estupro e comentou que o que fez, embora estivesse interessada no Rafa, foi porque “deu vontade e entrou o impulsivo”.
Interessante ela citar o termo “caráter”, que é sinônimo de honradez. Há honradez em quem promove, patrocina e participa de um programa com imagens da intimidade das pessoas, de forma direta ou indireta, incentivando situações de promiscuidade e atritos, destruindo os valores da família? Há honradez em quem se expõe e se decompõe por um prêmio? Há honradez em quem se delicia em observar situações que não dignificam o ser humano? O ideal seria expulsarem o programa.
Não assisto ao BBB, mas leio a respeito, pois é preciso conhecer as formas variadas da manifestação do mal, que transforma as pessoas em fantoche, para enfrentá-lo. A omissão também desonra. Diminua a audiência, mudando de canal.
Maria Cristina Castilho de Andrade
É educadora e coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher/ Magdala,Jundiaí, Brasil
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