Julgo que foi Alexander Humboldt que disse: o grau de civilização de um povo mede-se pelo modo como tratam os animais.
Anos há, estando em Cuiabá, a conversar com responsável da Funai, este revelou-me que os índios, das tribos que conhecia, eram incapazes de matar animal por eles criado. O laço de afectividade que os une ao bicho, não lhes permitia, mesmo para alimentação.
Ocorre isso no sertão, e pena é que o mesmo não aconteça na supercivilizada Europa, mormente neste cantinho, que se orgulha, com razão, ser: jardim plantado à beira mar.
Ao entardecer de calmo dia de Maio, do corrente ano, depositava o lixo, senhora de Santo Tirso, quando escutou dolorosos gemidos, que saíam do contentor. Atónita, enxergou no fundo, coberto de sacos, um cachorrinho.
Avisada a Associação dos Animais, de imediato foram tomadas as medidas necessárias.
Lançaram-no para o contentor, talvez, por ser velho e cego de uma vista.
Semanas antes, em Santa Couto Cristina do Couto, um cão foi enforcado e arremessado ao contentor.
Dois casos repugnantes, passados em Santo Tirso, uma das mais belas Vilas de Portugal; mas quantas ocorrências semelhantes não houve noutras localidades, que não chegaram à mass-media?
Casos parecidos, também acontecem com seres humanos. Estou a lembrar-me de crianças maltratadas, pais abandonados pelos filhos, fetos esquartejados, a pedido da mãe, e todo a hedionda barbaria que campeia em Portugal.
A insegurança é gritante.
Outrora, na província, as casas estavam destrancadas. Entrava-se e só depois pedia-se licença; hoje gradeiam-se as janelas e aferrolham-se portas
Nas cidades há medo de sair à noite. No Porto, depois das vinte horas, as ruas despovoam-se e as vitrinas cerradas, a cortinas de ferro.
Que sociedade vamos legar aos nossos filhos e netos?
Políticos que se governam em lugar de governarem. Empresários que realizam negócios ilícitos. Professores espancados pelos alunos. Alunos que espancam outros alunos. Violações, estupros e assassinatos diários, sem haver quem ponha cobro ao desvario.
As crianças vivem em terror constante. Antigamente brincavam na calçada e divertiam-se nos parques; agora nem na escola encontram sossego.
A culpa é de quem? Em primeiro lugar dos promotores da Nova Moral, os que planearam destruir valores assentes no cristianismo. Depois, os que a difundem na mass-media, colaborando no aniquilamento da família, na depravação do jovem, e perversão da mulher.
HUMBERTO PINHO DA SILVA - Porto, Portugal
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