É muito estranho alguém acreditar em horóscopo e não usar de água benta, por exemplo, para se proteger. Bem, logicamente, quem pensa o contrário, também não dá nenhum valor à água benta por um sacerdote e continua preso a superstições, não é mesmo? Mas, se os padres são os legítimos representantes de Jesus na Terra, podemos concluir que, se Ele voltasse, seria novamente condenado à morte?
Infelizmente, se não usasse de proteção Divina, acredito que sim, porque a maior parte do nosso povo perdeu o respeito por quase tudo o que é sagrado e prefere buscar alternativas pagãs para sobreviver. Muitos, só na hora do desespero recorrem a Deus, mas sem amá-lo e – pior! – sem conhecê-lo. Ninguém pode amar a quem não conhece e, quem não ama o irmão sofrido que vê, como vai amar a Deus que não vê? Continua tudo muito estranho, não?
Leitor, lembre-se que o capítulo 2 do livro do Eclesiástico ensina que Deus conduz a vida do ser humano conforme a entrega e retidão do seu coração. Reflita, agora, um pouco nestas Palavras:“Mantém o teu coração firme e sê constante, inclina teu ouvido e acolhe as palavras de inteligência, e não te assustes no momento da contrariedade... suporta as demoras de Deus... tudo o que te acontecer, aceita-o... crê em Deus e ele cuidará de ti... confia nele e a recompensa não te faltará... vós, que temeis o Senhor, esperais coisas boas: alegria duradoura e misericórdia... quem permaneceu nos seus mandamentos e foi abandonado?”.
Parece simples afirmar que acreditamos fervorosamente nas promessas do Antigo Testamento, mas, até que ponto? Será que resistiríamos a uma grande tribulação de dor com dignidade cristã? Antes da certeza na resposta, não devemos esquecer que no capítulo 9 do Evangelho de São Marcos, os discípulos não conseguiram expulsar os demônios por falta de oração! E, ainda, todos os que seguiam Jesus, deixaram-no praticamente sozinho no Calvário – por temerem morrer com Ele na cruz.
Pois é, se até os doze apóstolos decepcionaram Nosso Senhor em tantas oportunidades, não é tão trivial dizermos que somos muito mais fiéis aos ensinamentos Divinos, afinal, eles largaram tudo para se dedicarem exclusivamente à Verdade e, mesmo assim... Mas, talvez, o mais importante hoje não seja este tipo de comparação.
Voltando ao livro do Eclesiástico, não é difícil concluir que só iremos ter paciência nas provações e plena confiança na misericórdia do Pai, quando colocarmos diariamente em prática os dons que recebemos no batismo: fé, esperança e caridade. Rezando sempre para crescer na fé, estudando a Palavra de Deus para não perder a esperança de salvação, e ajudando o irmão necessitado, estaremos plantando mais amor em nossos corações
PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI.
OS MEUS LINKS