Não vou falar do Prefeito, nem do Deputado. A sua obra está registrada na História do Município e do Estado de São Paulo. Lamento é a partida de um amigo como poucos. Um amigo leal, parceiro, devotado, sempre disponível. Conheci mais de perto Ary Fossen quando ambos integramos a primeira gestão Walmor Barbosa Martins, de 1969 a 1973 e, desde então, mais perto ou fisicamente distante, sempre estivemos nas mesmas trincheiras.
Nesses 43 anos pude testemunhar o seu entusiasmo pelas boas causas. Continuou jovem até agora. Toda e qualquer empreitada o levava a um desempenho firme, a um envolvimento emocional com os problemas alheios que lhe eram trazidos. Nunca deixou de atender a uma solicitação, mesmo que ela não fosse exatamente atribuição sua. Bastava alguém precisar dele e a atenção, a paciência e o coração estavam às ordens.
O Sesi nele teve um agente operoso e transformador. As finanças jundiaienses mereceram zelo inexcedível. O movimento dos Cursilhos da Cristandade receberam o melhor de sua dedicação. O amor por Jundiaí se manifestava por inteiro. Não havia causa jundiaiense que não encontrasse nele um defensor intransigente. Prestava contas de sua atuação de forma permanente. Não se esquecia dos projetos alheios. Levou Jundiaí a todos os foros, a todas as instâncias.
Orgulhava-se de sua origem ferroviária, da história de lutas, de sua companheira que era perene inspiração. Marialice foi luz essencial em sua vida pública e os filhos só lhe deram motivo para considerar-se um pai de família plenamente realizado. O sucesso nunca turbou sua singeleza e presteza em servir. Nunca hesitou em reconhecer o mérito daqueles que também ofereciam algo para melhorar o convívio entre as pessoas.
Era apaixonado e partilhava a angústia que o homem sensível sempre experimenta na política partidária, um campo minado e propício às rasteiras, às falsidades e às traições. Foi um dos filhos mais diletos e bem-sucedidos que Jundiaí produziu em todos os tempos. Não será esquecido, porque impossível desconsiderar sua obra, seu sacrifício, o amor que ofereceu à sua gente, à sua terra e à causa de um civismo ético quase impossível de se encontrar neste triste século XXI.
JOSÉ RENATO NALINI - é Corregedor Geral da Justiça do Estado de São Paulo, biênio 2012/2013. E-mail: jrenatonalini@uol.com.br.