Estivemos ministrando uma palestra em homenagem a Mulher Ferroviária, em atenção ao honroso convite que recebemos da Exma. Diretora do Museu – Profª Karin Bizzarro. Além de algumas dinâmicas, exibição de DVD e da nossa apresentação, enriquecida com um CD com slides que montamos, apresentamos um texto de recordações do cotidiano da nossa cidade. Iniciamos assim: “Se você...dançava boleros, no Grêmio CP, ao som das orquestras City Swing e Universal...ia às quermesses da Cruzada, no pátio da Igreja São Bento...comprava sapatos na Vencedora,...fazia footing na rua Barão de Jundiaí, ao lado da Catedral N.S.do Desterro...era freguês da Farmácia Martins...foi à inauguração do Bolão...lia o jornal A Comarca...foi aluna (o) do professor Anselmo Mazzola e, da sua esposa, professora Oscarlina Mazzola...fez pic-nic, pescou ou nadou na lagoa Vila Iracema...passou em frente ao Hotel Petroni...ia a procissão de sexta-feira da Paixão, que tinha o acompanhamento da Banda do Maestro Mário de Souza...
tomava Café Avenida...assistiu missas celebradas pelo Monsenhor Ricci...era paciente do Dr. Nicolino de Luca...se lembra da administração do Prefeito Vasco Antonio Venchiarutti...corria pra dentro de casa, e fechava as portas, quando a boiada passava rumo ao matadouro...se lembra da visita dos alunos do Liceu (salesiano) N. S. Auxiliadora, de Campinas, em 09 de outubro de 1952...assistiu filmes no Cine Ideal...comprou peças de vestuário no Rei das Roupas Feitas... conheceu o chafariz da Vila Arens...levava sapatos para o Sr. Onofre consertar...foi à inauguração do Viaduto da Ponte São João...fez compras no Mercado Municipal, hoje Centro das Artes Glória Rocha...,.e assistiu jogos do Paulista F. C. ,quando o campo era em frente ao Velório Central, dê graças a Deus por estar aqui, hoje.”
O aceno de cabeça, o sorriso nos lábios, o brilho nos olhos e a alegria pelas doces lembranças, durante o desenrolar das citações acima, evidenciaram que a beleza, também, pode estar nas rugas do rosto, no branco dos cabelos, na voz pausada ou nas passadas lentas da terceira idade.
Pra você, que está nos prestigiando com a leitura deste texto e vivenciou algumas estas situações e, tantas outras que poderiam estar aqui destacadas, apresentamos as nossas desculpas por não serem mencionadas por absoluta falta de espaço. O Museu da Cia. Paulista de Estradas de Ferro tem uma importância singular para a vida da nossa cidade, pois ele é “a testemunha ocular da história” das transformações econômicas, sociais, sindicais e culturais de Jundiaí, e de grande parte do interior do estado de São Paulo.
Ligando cidades, fazendo circular riquezas e transportando pessoas, o trem teve papel significativo na logística dos tempos idos. Esse meio de transporte, negligenciado pelos governantes brasileiros, tem até hoje, máxima importância para a economia dos países desenvolvidos. Da antiga “Maria Fumaça” ao supermoderno Trem Bala que “voa” a 300 quilômetros por hora, a ferrovia mantém a sua importância, hoje, com o valor agregado da tecnologia da nova estrada – a infovia.
Registramos, como justo reconhecimento, o sucesso de empresas genuinamente jundiaienses que, graças ao espírito empreendedor de seus executivos, há décadas desenvolvem o progresso da indústria, do comércio, da prestação de serviços e da nossa agricultura, principalmente do cultivo da uva, – legado da saga dos imigrantes italianos.
Não há necessidade de destacar nomes, pois a massa consumidora sabe reconhecer as organizações que investem em excelência de gestão. O poder público e a iniciativa privada da cidade souberam vencer o desafio das descobertas científicas, das inovações tecnológicas e da globalização, posicionando Jundiaí como uma das mais pujantes cidades do Brasil.
Visitar um museu é ratificar a certeza de que o passado estará sempre presente no nosso futuro.
Faustino Vicente – Consultor de Empresas e de Órgãos Públicos. Professor e Advogado – e-mail: faustino.vicente@uol.com.br - Jundiaí (Terra da Uva) – São Paulo - Brasil .
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