PAZ - Blogue luso-brasileiro
Segunda-feira, 17 de Setembro de 2012
FELIPE AQUINO - ACEITE-SE PARA SER FELIZ ll

 

         

 

 

 

 

 

                 

Um caminho para a felicidade

 

 

 

Gilbert Chesterton, o grande escritor inglês, ensina que devemos pedir a Deus serenidade para aceitar o que não pode ser mudado; coragem para mudar o que pode ser mudado, e sabedoria para discernir uma coisa da outra. Quando você se aceita como é, já está se modificando. Se você não tem confiança em si mesmo, as outras pessoas também não terão confiança em você.

Não fique se comparando com outros senão a sua auto-imagem nunca será real. Sempre você encontrará gente melhor ou pior em qualquer atividade. Se preocupe apenas em servir com as qualidades que você recebeu e desenvolveu, e nada mais. Faça tranquilamente a vontade de Deus em sua vida. Seja um bom filho, um bom trabalhador, um bom pai, uma boa mãe, um esposo fiel, um funcionário honesto e competente…Se você adquirir esta maturidade, não ficará mais culpando os outros por seus erros; ao contrário, irá aceitá-los e tirará proveito deles para o seu amadurecimento. Com esta maturidade você será capaz de rir ou de chorar na hora e na medida justa, sem receios. Sua alegria ou sua tristeza virão, de fato, do interior. Assim, você saberá mudar de atitude ou de decisão, se curvará sem receios quando for necessário; será comprometido com a verdade e não com o seu orgulho disfarçado.

Li certa vez uma bela história de um garoto que queria comprar um cachorrinho; foi até a loja de animais e perguntou o preço ao dono: – Entre 30 e 50 reais, respondeu o dono da loja. O menino  puxou uns trocados do bolso e disse: – Eu só tenho 2,50 reais,  mas eu posso ver os filhotes? O dono da loja sorriu e chamou Lady, que veio correndo,  seguida  de cinco bolinhas de pêlo. Um dos cachorrinhos vinha mais atrás, mancando de forma visível. Imediatamente o menino apontou aquele cachorrinho e perguntou: – O que é que há com ele? O dono da loja explicou que o veterinário tinha examinado e descoberto que ele tinha um problema na junta do quadril, sempre mancaria e andaria devagar. O menino se animou e disse: – Esse é o cachorrinho que eu quero comprar! O dono da loja respondeu: – Não, você não vai querer comprar esse. Se você realmente quiser ficar com ele, eu lhe dou de presente. O menino ficou transtornado e, olhando bem na cara do dono da loja, e disse: – Eu não quero que você o dê para mim. Aquele cachorrinho vale tanto quanto qualquer um dos outros e eu vou pagar tudo. Na verdade,  eu  lhe dou 2,50 reais agora e 50 centavos por mês, até completar o preço total. O dono da loja contestou: – Você não pode querer realmente comprar este cachorrinho. Ele nunca vai poder correr, pular e brincar com você e com os outros cachorrinhos. Aí, o menino abaixou e puxou a perna esquerda da calça para cima, mostrando a sua perna com um aparelho para andar. Olhou bem para o dono da loja e respondeu: – Bom, eu também não corro muito bem e o cachorrinho vai precisar de alguém que entenda isso…

Que belo exemplo! Sempre podemos ser úteis e importantes para alguém! A pessoa que se aceita não se sente ameaçada por ninguém; ao contrário, até agradece quando é corrigida ou quando lhe dão sugestões melhores.

Não se deixe irritar e aborrecer pelas pessoas, pelas coisas e pelos acontecimentos. Sorria para os outros, para o mundo, mesmo para o céu cinzento porque atrás dele há um sol a brilhar. Viver bem pode ser a arte de aceitar as coisas da vida. Aceite aquela insônia, sem brigar com ela, sem revolta, assim ela deixará de ser sua inimiga e transformará em amiga. Aceite aquela perda sem revolta, aceita aquela doença sem amargura, trate-a como amiga.

Aprenda a transformar os males em bens e os inimigos em amigos. Aceite o vizinho desagradável, por amor a Deus, porque ele é seu irmão, e assim você o transformará em um bom amigo. A aceitação é uma poderosa alquimia que transforma o mal em bem dentro de nós mesmos. Quanto mais você rejeitar as coisas que o desagradam, mais elas se voltarão contra você como inimigos.

É muito importante também saber se colocar no lugar dos outros para poder entender os seus problemas, e aceita-los. Havia um cego sentado na calçada em Paris, com um boné a seus pés e um pedaço de madeira que, escrito com giz branco, dizia: “Por favor, ajude-me, sou cego”. Um publicitário da área de criação, que passava em frente a ele, parou e viu umas poucas moedas no boné. Sem pedir licença, pegou o cartaz, virou-o, pegou o giz e escreveu outro anúncio. Voltou a colocar o pedaço de madeira aos pés do cego e foi embora. Pela tarde o publicitário voltou a passar em frente ao cego que pedia esmola. Agora, o seu boné estava cheio de notas e moedas. O cego reconheceu as pisadas e o perfume e lhe perguntou se havia sido ele quem reescreveu seu cartaz, sobretudo querendo saber o que havia escrito ali. O publicitário respondeu: “Nada que não esteja de acordo com o seu anúncio, mas com outras palavras”. Sorriu e continuou seu caminho.

O cego nunca soube, mas seu novo cartaz dizia: “Hoje é Primavera em Paris, e eu não posso vê-la”. Veja, uma mudança de atitude pode mudar muita coisa.

Não importa a beleza do seu corpo: a feiúra é dos homens. Não importa o formato do seu nariz: o que importa é inspirar e expirar a fé. Não importa o desenho de suas orelhas, mas o que ouve a sua alma quando Deus e os outros falam. Não importa a cor e o formato dos seus olhos, mas a inocência com que ele vê as coisas. Não importa a fragilidade do seu corpo pouco atlético, mas a fortaleza espiritual do seu coração.

Não importa se você é gordo ou magro: importa que você, de qualquer jeito, seja uma pessoa que ama. Não importa se suas mãos são delicadas ou grossas, negras ou brancas: importa que elas façam o bem e enxuguem as lágrimas dos que choram. Não importa o tipo de cabelo que você tem sobre a sua cabeça, mas os pensamentos que tem dentro dela. Não importa que as suas pernas não sejam belas e bem torneadas, mas que elas sejam ágeis para fazer o bem.

Não importa que a sua voz seja grossa e seu canto seja desafinado, o que importa é suas palavras possam consolar os que choram. Não importa o comprimento dos seus braços: mas o bem que eles fazem. Não importa o perfil do seu corpo: mas a beleza do seu espírito. Não importa a cor da sua pele, mas a brancura da sua alma. Não importa que o seu corpo vá envelhecendo e morrendo aos poucos, importa que o seu espírito vá se renovando dia a dia. Não importa que um dia este mundo acabe para você, o céu é eterno.

 

              

 
 

 

 

FELIPE AQUINO   -   Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.



publicado por Luso-brasileiro às 11:34
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