Quando Deus criou homens de pele branca, amarela, preta, marrom, vermelha, talvez quisesse engalanar o mundo com suas magníficas criaturas. Então, para perpetuar a soberania da igualdade, a todos premiou com inteligência e alma incolores.
A preocupação exacerbada sobre discriminação está se transformando em neurose social ou até maneira indireta de levar vantagens através de atitudes premeditadas.
Vejamos o sistema de quotas para universidades: durante uma década os alunos passam pela peneira de largas malhas, sem avaliações, com aprovação automática, tal e qual florido caminho pelo mundo do faz de conta. No vestibular, as malhas da triagem são drasticamente bitoladas e, independente da etnia, estudantes são igualmente prejudicados. Logo, o sistema de quotas deveria a todos premiar, dando sequência à costumeira admissão automática, pois, ao oferecer chances diferentes aos iguais, surge escancarada a verdadeira discriminação. Se as instituições de ensino fossem eficientes e eficazes e primassem pela excelência, a isonomia seria plena e o sistema de quotas dispensável. Importante frisar que apesar de tudo, chances iguais não garantem resultados idênticos, pois, a conquista é obrigação personalíssima que exige dedicação, esforço, perseverança e muita renúncia, qualquer que venha ser a cor da pele do indivíduo.
Imperativo é poder discernir entre discriminação, direito de preferência e preconceito. Discriminar é tratar de modo injusto, de forma tal que venha a prejudicar ou execrar o outro, por motivos étnicos, sociais ou religiosos. Direito de preferência, ou seja, gostar mais de; ter predileção por; escolher alguém ou algo em relação a outrem; achar melhor uma ação ou atividade em relação à outra, é o livre-arbítrio, a faculdade de tomar decisões seguindo somente o próprio discernimento. O direito de escolher é a democracia do poder ser, da individualidade. Já o preconceito é a nefasta opinião concebida sem reflexão sobre algo ou alguém, de forma irracional, embrutecida e ofensiva.
O ato discriminatório e o preconceito geralmente são praticados por pessoas deseducadas, arrogantes ou assoberbadas, que carregam o peso do orgulho desmedido, ignorando a igualdade entre os homens.
A grande verdade é que a discriminação está fortemente arraigada nas mentes nefárias daqueles que realmente dela fazem uso. O importante é que independente da cor da pele, todos são por Deus condecorados com inteligência e esta, graças ao criador, não tem cor.
VALDEREZ DE MELLO - Psicopedagoga e advogada. Autora do livro "Lágrimas Brasileiras".
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