O Dia Mundial de Oração é realizado a cada ano, na primeira sexta-feira do mês de março, em mais de 170 países. A celebração tem uma concepção ecumênica, ou seja, esse movimento foi iniciado por mulheres em 1887 e, desde então, reúne pessoas de diferentes raças, culturas e tradições religiosas de todo mundo, para orarem em conjunto e compartilharem esperanças e temores, alegrias e tristezas. Efetivamente,
a proposta é que cristãos (católicos, evangélicos, espíritas etc.) possam afirmar a própria fé e compartilhar suas experiências.
Já se disse que a oração é a comunicação e o fruto consciente do relacionamento com Deus durante a qual alguém louva, agradece, intercede pela vida de outro, pede bênçãos a ele ou a terceiros. Através dela desfruta se da presença do Criador, a quem é dirigida, podendo se efetivar de vários modos, em voz alta, falada, em canção ou em silêncio.Por isso que se afirma que orar é um ato ou um gesto de fé, passado de geração a geração.
George S. Patton, afirmou: “Aqueles que rezam fazem mais pelo mundo que aqueles que lutam; e se o mundo vai de mal a pior, é porque existem mais batalhas do que orações”. O autor de “O Pequeno Príncipe”, Antoine de Saint-Exupéry disse com brilhantismo: “A grandeza da oração reside principalmente no fato de não ter resposta, do que resulta que essa troca não inclui qualquer espécie de comércio”.
Santa Terezinha, assim se expressou: “Para mim, a oração é um impulso do coração, um simples olhar dirigido para o céu, um grito de agradecimento e de amor, tanto do meio do sofrimento como do meio da alegria. Em uma palavra, é algo grande, algo sobrenatural que me dilata a alma e me une a Jesus”. E Mahatma Gandhi, patrono mundial da não violência clamava: “ Orar não é pedir. Orar é a respiração da alma. Como o corpo que se lava não fica sujo, sem oração se torna impuro”.
Façamos um convite a nós mesmos: inspirados por esta data comemorativa também nos silenciemos por alguns instantes e oremos. O propósito da prece, segundo o profeta Mateus, não seria o de alterar a vontade de Deus, mas de obter para nós mesmos ou para os outros, bênçãos e graças que Ele já estaria disposto a conceder, mas que deveriam ser solicitadas para se obter. Através da oração, poderemos compreender que a Sua palavra é a que ensina, reconforta e traz esperança, revelando-se nas mais diversas formas, tais como um sorriso infantil, a emoção de uma descoberta, um instante de reflexão, os gestos comuns, a liberdade, a luta por igualdade, o respeito ao próximo e principalmente, a partilha.
A maioria das pessoas tem consciência desses atributos, mas por comodidade e apego material, adapta os ensinamentos religiosos aos próprios interesses. Interpretam-nos de acordo com tudo que lhes convém, modificando a essência clara e extremamente nítida dos princípios e pregações. Cria normas de conduta específicas, justificando isoladamente o egoísmo de que é dotada, permanecendo inaudita aos verdadeiros valores. Pratica uma auto-religião, simula atos caridosos e tenta enigmaticamente esconder-se do remorso que a persegue. É por isso que o mundo se encontra moralmente tão instável e frágil, no qual o predomínio de uma cultura consumista, obediente a ditames exclusivamente econômicos, vem sufocando a espiritualidade e esfriando a convivência humana.
Rezemos para que o mundo seja mais humano, fraterno e solidário e que consigamos manter uma postura digna mesmo diante dos percalços da vida. O músico John Lennon, dentro de sua genialidade, assim justificava certas atitudes: “Quando você fizer uma boa ação e não for devidamente reconhecido, não fique triste. Lembre-se que o sol dá um espetáculo durante todas as manhãs, porém muitos ainda estão dormindo”.
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor, mestre em Direito Processual Civil e professor das Faculdades de Administração e de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta de Jundiaí.
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