Sempre soube que a tecnologia, a informática, vieram para ajudar na organização da burocracia e até, e principalmente, para diminuí-la.
Sim, um número considerável de papéis é extinto de nosso dia a dia em contrapartida à quantidade de arquivos virtuais que se proliferam em nossas máquinas, pen drives, CDs, DVDs, nas nuvens e em outros locais, também úteis para cópias de segurança, ou aquilo que muitas vezes poderíamos chamar até de arquivo morto. Mas estão ali, todos armazenados, embora não palpáveis.
No entanto, de uns tempos para cá venho notando a existência de um fenômeno que decidi chamar de burocracia tecnológica. E como é tecnológica, está no campo virtual.
Ela, assim como aquela burocracia que já conhecemos, surge para viabilizar algumas ações, mas... como é uma burocracia, emperra muitas etapas, também.
Para muitos serviços tecnológicos que utilizamos, é necessário, em algum momento, determinado (s) procedimento (s) de entrave. Dizem que é de liberação, mas a mim me soa como entrave.
Acabo de trocar o computador e por conta disto perdi meu acesso a um dos bancos do qual sou correntista. É necessário começar do zero, cumprir umas três etapas, pelo menos, a fim de tentar obter acesso à minha conta corrente. A instituição afirma que é por medida de segurança, o que não duvido. Só acho estranho que o outro banco onde possuo conta, não me desconhece caso eu troque de computador ou resolva consultar meu saldo na casa de minha irmã. Precauções de segurança são benéficas ao próprio cliente, desde que estas não sejam, antes, um empecilho a ele.
O fato é que mesmo cumprindo o passo a passo, a execução do que é preciso para acessar a tal conta, não se conclui. Resultado: perda de tempo tentando instalar, reiniciando inutilmente o computador, ficando longuíssimos minutos com o atendente ao telefone tentando dar alguma orientação em vão...
Enfim... entraves que nos atrasam, nos esgotam, mas passamos a colecionar vários deles, seja com os bancos, seja com as operadoras de telefonia e por aí vai.
A necessidade de segurança com arquivos virtuais nos faz, por vezes, imprimir documentos, fazer cópias ali e aqui – físicas ou não – evidenciando a burocracia tecnológica.
Ao menos hoje não fiquei sem internet ou computador, o que me possibilitou escrever este artigo.
Amanhã... é outro dia. (?)
Renata Iacovino, escritora e cantora / reiacovino.blog.uol.com.br /
reval.nafoto.net / reiacovino@uol.com.br
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