Amo temperos. Aquilo que dá sabor à vida. Vivifica o paladar, faz a gente ter um gosto...
Vou revezando as temporadas. Ora me fixo mais no manjericão, ora no alecrim, ora no orégano, na sálvia, pimentas, ah, pimentas são um caso à parte.
Temperar salada com cebola é muito bom, mas com alho bem picadinho, hummm.
Sabe aquela expressão "pessoa sem sal"? Pois é, só agora compreendi o fundamento disto. Não é à toa. A mim me parece que as pessoas que não apreciam tempero são exatamente assim: sem sal. Insossas. Transmitem-me uma palidez de alma, um oco de espírito e... Bem, tudo isto são impressões minhas, apimentada que sou.
O tempero tem cara de algo que nos torna quentes, próximos, solícitos, interativos. Uma pausa para o riso, pois isto também faz parte da temperança. Opa, esta palavra é interessante de se pesquisar. E talvez faça um gancho com o equilíbrio que os adoradores de temperos, na minha concepção ficcional, tenham. E me lembra meu ascendente, aquário.
Quanto à falta de sal, bem, isto é um problema com o qual tenho que conviver atualmente. Pressão alta e sal não combinam, daí que passo a gostar de toda comida que está sem sal, uma cotradição face à minha história. Não cozinho, mas quando faço, não coloco uma mísera colher do dito cujo. E para compensar, busco, mais do que nunca, o auxílio de meus amigos temperos. Eles quebram um bom galho, mas verdade seja dita... não substituem.
Sorte (por um lado) da nova geração, que aboliu o paladar para temperos e tem como referência sabores artificiais, já que hoje tudo é congelado, industrializado, quase pronto, pronto, com aroma disso, cheiro daquilo, mas nunca é o que deveria ser! E se alguém tentar ousar essa linha limítrofe, será reprovado pela ausência de paladares rebeldes, que se enterram nos fast foods, v erdadeiros deuses adorados por quem perdeu, sem nunca ter tido, o sabor de infância.
Na vida vamos em busca de novos temperos, salpicando uma erva aqui, outra ali, experimentando as combinações e ganhando novas experiências, pois elas são infindas.
Só não é possível ficarmos passivos, insossos, como se nascimento e morte significassem a mesma coisa, produzissem a mesma expressão...
Comer é sagrado. Viver também!
Renata Iacovino, escritora, poetisa e cantora / reiacovino.blog.uol.com.br /
reval.nafoto.net / reiacovino@uol.com.br
OS MEUS LINKS