Milhões de cristãos do Brasil, em meio aos quais me incluo, estão atentos e com a alma voltada para a visita do Papa Francisco, sucessor de Pedro, ao Rio de Janeiro e Aparecida, motivado pela Jornada Mundial da Juventude, que acontece de dois em dois anos, com testemunho vivo e vibrante da fé. O encontro, que já aconteceu na Itália, Espanha, Polônia, Estados Unidos, Filipinas, França, Alemanha, Austrália e Argentina, tem como tema: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (MT 28,19).
Nossa Diocese acolheu na “Semana Missionária da Juventude” – precede a Jornada -, de 13 a 19 de julho, diversos jovens de países mais ou menos distantes que, junto com os daqui, se preparam para a peregrinação no Rio de Janeiro, em oração, reflexão sobre a Palavra, participação na Eucaristia e anúncio do Kerigma.
No último dia 19, por indicação do jovem José Augusto Aguiar, que é muito do Altíssimo, da Paróquia do Retiro, Deus me concedeu a graça de conviver, por alguns momentos, com um grupo de jovens e adultos – leigos, sacerdotes, religiosa, seminaristas -, do Panamá, integrantes do Caminho Neocatecumenal, que foram acolhidos por famílias da referida paróquia.
Pela manhã, com duração de três ou quatro horas, partindo do final da Estrada Municipal do Varjão e incluindo a Rua Oito do Jardim Novo Horizonte, com a Cruz à frente e cantando, abordaram as pessoas e visitaram casas, anunciando o Evangelho. A caminhada se encerrou na Casa da Fonte, onde trabalho, quando se juntaram ao nosso povo de lá.
Chegaram plenos da Boa Nova de Jesus Cristo, não somente por a noticiarem nos lugares por onde passaram, mas por uma experiência forte de acolhida na caridade. Carregavam, ainda, uma alegria que não passa, por estar firmada no Céu. E foi esse clima que invadiu a Casa da Fonte. É indescritível. Associaram-se aos nossos em um grande círculo, cantando, dançando, batendo palmas e bendizendo a Deus. Ali estavam pessoas de crenças e religiões diferentes, iluminadas pela unidade que somente o Espírito Santo de Deus pode proporcionar. Moradores do bairro adentraram ao espaço para se integrar a essa experiência forte de simplicidade, esperança e ternura. E é incrível como o idioma não é uma barreira. Onde o amor a Deus e ao irmão se faz maior, as criaturas dialogam através do Criador que é único.
Creio que aqueles que tiveram contato com esse grupo do Caminho Neocatecumenal, da paróquia do Retiro e do Panamá, carregarão, para sempre, esse instante de olhos desconhecidos que se fazem conhecidos no amor por ver, em cada um, sem preconceitos, um irmão, filho do mesmo Pai.
Não imaginava que a vinda de jovens à nossa Diocese me marcaria tanto. Senti-me peregrina, com eles, ao encontro do Papa Francisco, repetindo como Pedro: “Senhor, Tu sabes tudo; Tu sabes que Te amo”.
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - É coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.
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