Excetuando-se o desencontro involuntário com o amigo Humberto Pinho da Silva na cidade do Porto, por desatenção da atendente do hotel, minha viagem a Portugal no mês de julho foi excelente em todos os aspectos. Primeiro, pelo orgulho de acompanhar meu filho João Paulo na conclusão de seu curso de Pós-Doutorado em “Democracia e Direitos Humanos” na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Em segundo, por conhecer melhor a nação de meus ancestrais maternos. Depois, por estar junto com a esposa Ivone e os filhos, também o Daniel e e o Felipe, ótimas companhias.
O que me impressionou sobremaneira foi a beleza daquele país. Lindas paisagens naturais, monumentos históricos e excelentes opções gastronômicas são comuns em quase todas as cidades, percorridas por ótimas estradas. Além destes aspectos, uma circunstância é de ser ressaltada: a energia positiva do Santuário de Fátima. As posturas de inúmeros peregrinos chegam a emocionar. Diversas pessoas, algumas com sérias dificuldades de locomoção, vão de joelhos da entrada até o local de exposição da imagem. Tais cenas, acrescidas das inúmeras orações, a milhares de velas, aos testemunhos depositados e às flores colocadas sobre o altar, demonstram o quanto a fé é importante para superarmos obstáculos e principalmente, para obtermos um equilíbrio de vida.
Além deste, há outros locais abençoados. É o caso do Mosteiro de Batalha, um município próximo, que além de sua grandiosidade, mantém o ambiente sereno e tranqüilo típico dos monastérios, levando-nos a momentos de reflexão, consolidados por uma profunda paz. E podemos citar inúmeros lugares privilegiados: o esplendido cenário do Palácio São Jorge e as edificações antigas do Baixo Chiado em Lisboa; o encanto das ruas e das muralhas de Óbidos; o Museu do Brinquedo em Sintra; a animação na praia de Estoril; o canal com seus barcos típicos em Aveiro; o castelo de Guimarães; as vistas maravilhosas e as degustações dos vinhos do Porto, entre outros.
O respeito à tradição e a cultura popular reinam em todos os cantos do país, sem contar a sensibilidade das canções que compõem o fado. E apesar da crise política e dos problemas econômicos que os afligem, os portugueses em sua maioria, são pessoas educadas e amistosas. Compõem realmente um povo irmão do brasileiro e enfrentam problemas comuns aos nossos: corrupção e incompetência de diversos políticos que acabam por macular um ambiente que se poderia classificar como perfeito para se viver. A saudade já é grande e a vontade de retornar maior ainda.
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário.
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