Existem alguns ditados que nos dão idéia do que quero falar.
Um deles é: “Nem tanto a terra, nem tanto ao mar”. Ele quer dizer que ser extremo não é bom.
Fico pensando sobre este aspecto com o que está acontecendo com o Sacramento da Confissão. Antigamente era costume de o católico fazer sua confissão várias vezes por ano. A própria Igreja nos alertava dessa necessidade e dessa graça dada por Deus. Os padres, às vezes, eram até bem duros ao pregarem sobre o assunto. Constantemente a gente ouvia nas pregações falarem sobre os pecados e da necessidade de confessá-los. Nossa consciência ficava alertada pelos sermões, como era chamada a atual homilia que ouvíamos.
As filas dos confessionários estavam sempre com bastante gente à espera do perdão de Deus. Os padres passavam horas e horas nessa missão santificadora, tal era o sacrifício que faziam.
Hoje tudo mudou.
Dificilmente a gente ouve nas pregações o sacerdote falar sobre pecado ou sobre a necessidade da Confissão. Parece que os padres têm uma orientação sobre isto, pois todos, ou quase todos, agem assim. Somente por ocasião da Páscoa costumamos ver fila diante do confessionário, assim mesmo não tão grandes como antigamente.
Nos quadros de avisos das igrejas vemos muitos avisos, muitos programas de festas, mas não vemos neles a informação dos dias e horas que o fiel poderá fazer a sua confissão. Em alguns lugares agenda-se a confissão na secretaria da paróquia.
E o leigo parece gostar do que vê, pois ninguém fala sobre o assunto. Até os vicentinos estão nessa. Faça uma pesquisa em sua Conferência e veja se tenho ou não razão!
Aliado ao silêncio dos padres, a própria consciência das pessoas está amortecida pelos costumes e ensinamentos impostos pela mídia. Nada mais é pecado. Tudo é permitido. O que antes era pecado, hoje é natural, é moda. Para citar apenas dois aspectos, vejam o que se pensa hoje sobre a virgindade e a castidade. Quem é virgem, quem é casto é motivo de chacota entre os amigos e colegas. A pressão sobre os que ainda são virgens e castos é muito grande. E a Igreja pouco vem em socorro deles. Os próprios pais têm facilitado para que os filhos deixem de sê-los. “Ficar” com mais de um e dormir juntos na época do namoro são coisas comuns. Troca-se de par com muita facilidade. É como se fosse trocar de camisa ou de vestido. E ninguém mais liga se ontem seu par atual dormiu com outra pessoa.
O outro aspecto é se achar que o que vale hoje é “levar vantagem em tudo”. Não interessam os meios utilizados. Se trouxer vantagem financeira, tudo pode ser feito, tudo é permitido.
E tem gente, vendo nos noticiários a impunidade de quem é corrupto, fica até com um pouco de inveja por não ser ela quem está levando vantagem.
Infelizmente, a televisão é mais ouvida e seguida do que as homilias. Aliás, poucos vão à igreja ouvir as homilias, enquanto a audiência aos programas, novelas e filmes deseducadores aumentou em proporção infinitamente maior.
A igreja não consegue chegar até àqueles que não a freqüentam. E mesmo aqueles que a freqüentam, quando alertados sobre algo errado, costumam achar que “não é bem assim”.
Talvez a Igreja não precise ser tão enfática como era antigamente, mas não pode achar que nada deve ser dito.
Tenho a certeza de que alguns que estão lendo este artigo estão pensando que estou fora do tempo. Que hoje tudo é diferente. Que o tempo mudou.
Será mesmo?
Deus não mudou com o passar dos tempos e com a modificação dos costumes. O que era pecado para Ele, continua sendo.
Por isso a Igreja precisa descobrir um meio de o ser humano valorizar o Sacramento da Confissão.
Já imaginaram se Deus, através de Jesus, não tivesse instituído a Confissão?
Quem se salvaria?
Mas o não utilizar deste instrumento de salvação é perder uma oportunidade que pode não aparecer novamente.
Embora Deus seja misericordioso, Ele nos deu o instrumento para obter o seu perdão.
Usá-lo ou não é uma decisão nossa.
Aí, poderá não haverá mais tempo de voltar atrás. E não adiantará se lamentar.
ALUIZIO DA MATA - Vicentino, Sete Lagoas, Brasil
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