Se você tivesse que rezar apenas dez Ave Maria e oferecê-las pedindo ou agradecendo algo, quais seriam suas intenções? Acredito que poderia não ser tão fácil lembrar-se de tudo que considera importante na vida, mas, com tempo para pensar, os critérios para isso brotariam do coração.
Na minha opinião, sentimentos de amor devem permear todas as intenções, permitindo inclusive rezar pelos inimigos – se houver. Nossa Senhora não abençoaria pedidos que contrariam princípios de cristandade; por isso, todo cuidado é pouco nas escolhas dos objetivos das orações.
Minha primeira Ave Maria seria pedindo graças à minha família, não por egoísmo, mas para continuarmos tendo paz, saúde, fé no coração; e melhor servir a Deus. A estes pedidos, certamente acompanhariam outros ocultos: esperança, coragem, emprego, caridade, felicidade etc. Eu colocaria tudo na mesma oração que, de tão fortes palavras, agraciaria muita gente que precisa de paz.
Consciente disso, a segunda eu ofereceria às intenções que guardo escritas em meu oratório. São casos de desempregos, doenças, vícios, pobreza e outros mais. Você já pensou em ter uma lista permanente de nomes aos pés de uma imagem de Nossa Senhora? Sabia que muitas graças podem ser alcançadas assim? Logicamente que a oração não pode faltar, mas evitaria repetições que demandam muito tempo. Considero que rezar uns pelos outros são presentes do Céu!
A terceira Ave Maria seria pelas intenções do Santo Padre, o Papa. Pode parecer estranho uma intenção contemplar outras, porém, nesse caso, eu estaria rezando pela construção do Reino nos corações dos homens. Ninguém sabe mais daquilo que a Igreja precisa do que o nosso querido Pastor, Bento XVI. Ah, só lembrando: eu também sempre rezo pelas intenções de minha mãe, que pede graças para um monte de gente!
A quarta oração seria pela libertação das almas do purgatório. Quantos parentes e amigos podem estar esperando a oportunidade de se encontrar com Cristo! Tais almas não conseguem mais se ajudar, porém, podemos e devemos rezar por elas, principalmente as esquecidas e as que mais precisarem da misericórdia Divina. E, com certeza, todas que ajudarmos a entrar no Céu intercederão a Deus por nós.
Quinta Ave Maria: pelos religiosos, missões e vocações do mundo inteiro. Se a messe está diminuindo é por culpa nossa – faltam orações e valores cristãos nas cabeças das pessoas. É preciso mais joelhos no chão e terços nas mãos para melhorar a força-tarefa da evangelização. Quem foi batizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, pode reclinar do seu compromisso missionário?
A sexta eu rezaria pelas pessoas que sofrem: desempregados, injustiçados, internados em hospitais, viciados, abandonados e incrédulos. Sim, também os incrédulos sofrem, e muito! Mesmo eu não conhecendo todos os sofredores da Terra, Nossa Senhora saberia quem mais precisa de graças e conversões.
Sétima Ave Maria: pelas pessoas que convivo diariamente no trabalho e nas pastorais da Igreja. Também ofereceria a todos os leitores que prestigiam e crescem com as mensagens que escrevo neste jornal, e mais: pediria bênçãos àqueles que rezam por mim. Rogaria à querida Mãezinha que retribuísse com graças o carinho de todos.
Oitava oração: em agradecimento a tudo aquilo que sou, que tenho e que farei. Sei que, se depender da vontade Divina, somente coisas boas virão e fatos ruins não mais voltarão. Aprendi bastante com os erros que cometi e, hoje, aceito melhor o Plano de Deus em minha vida.
A nona Ave Maria eu colocaria na intenção mais urgente que trago no coração e, no momento, pediria perseverança na fé aos cursilhistas que participaram do 20º Cursilho Masculino de Cristandade no final da semana passada. Quem os viu e quem os vê! Na segunda-feira, muitos estavam na Escola Vivencial à noite e transbordavam alegria – são pessoas que receberam mais uma graça na vida. Como nos disse o Pe. Edvaldo naquela noite: graça é um presente fora de hora; mesmo não merecendo, é um grande favor que vem exclusivamente pela bondade de Deus.
Completando a dezena, rezaria a última pelos assistidos da Sociedade São Vicente de Paulo no mundo inteiro. São centenas de pessoas que dependem de outras para sobreviver. Para quem não sabe, o vicentino serve Jesus Cristo na pessoa do pobre e se santifica pela obra de caridade. É preciso muito amor no coração e muita ajuda do alto para dar conta de milhares de miseráveis por toda a parte. Uma Ave Maria é pouco pra tanta gente, mas a intenção é que vale.
E quem estará acolhendo cada continha de um mistério do terço será nossa maravilhosa Mãezinha do Céu, que disse os ‘doze sim’ na história da humanidade. Sobre isto escreverei no próximo artigo, mas encerro este dizendo que agrada muito o Senhor louvar Nossa Senhora. Ele que tudo sabe e tudo vê, conhece bem o coração daquele que ama a filha de Deus-Pai, a mãe de Deus-Filho e a esposa do Espírito Santo.
A historinha que faltou hoje também estará na continuação deste texto. Até lá.
PAULO ROBERTO LABEGALINI -- Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI
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