PAZ - Blogue luso-brasileiro
Domingo, 25 de Abril de 2010
PAULO ROBERTO LABEGALINI - OS DOZE "SIM" DE MARIA - PARTE ll

  

                                

 

 

Alguns de meus artigos rendem um pouco mais daquilo que normalmente se pode esperar nesse tipo de evangelização. Na semana passada, quando comentei as intenções das dez Ave Maria que rezei, diversos amigos pediram mais uma por outra causa ou ofereceram orações a mim. Rezando mais, se aproximaram dos céus e novas graças também receberam.

Oração é um banho em Deus, um mergulho no amor Divino; e quem faz uma experiência profunda na fé altera o futuro de muitas pessoas, como São Francisco que, mudando de vida, transformou o rumo da História. Portanto, o banho em Deus nunca é sozinho.

Ouvi isto do Padre Maristelo no Retiro para a Festa de Nossa Senhora do Sagrado Coração, sábado passado, dia 24. Ele fez reflexões a partir do documento: ‘Maria, rumo ao novo milênio, publicado pela CNBB em 1998. Irei citar os doze ‘sim’ da Santíssima Virgem no final do texto, mas, até chegar nesse parágrafo, transcreverei minhas anotações do Retiro.

Sabemos que, embora batizados para uma vida na santidade, quase todos reclinam dessa condição e caem nos piores pecados. Com Maria Santíssima não foi assim. Concebida sem pecado original, se tornou a primeira discípula de Jesus, além de a mais pura alma que passou pela Terra, a mais santa e a escolhida do Pai. Para São Lucas, ela é a perfeita discípula, aquela que respondeu sempre: ‘Eis-me aqui, Senhor’. Por isso, Nossa Senhora ocupa um lugar especial na Igreja e, considerando que nossa consciência afetiva está no coração, nós a veneramos ainda mais a cada dia.

Na minha vida, muita coisa aconteceu e mudou para melhor com ela. Eu me chamaria Maria Auxiliadora se nascesse mulher e, desde pequeno, as comunidades que freqüentei foram todas marianas: Fátima, Medalha Milagrosa, Soledade, Agonia e do Sagrado Coração. Minha conversão maior em 1994 aconteceu quando comecei a rezar o terço e coloquei no peito uma medalha de Nossa Senhora.

Todas as curas e grandes graças que alcançamos em família tiveram a intercessão de Maria. E mesmo sabendo que todo poder vem do Altíssimo, sem a ajuda da querida Mãezinha nossa caminhada teria sido mais difícil. Então, faz muito sentido para mim a frase: ‘Tudo por Jesus, nada sem Maria’. Também a música que cantamos nas missas é sempre oportuna: ‘Oh, vem conosco, vem caminhar, santa Maria vem!’.

Quem não perde a devoção em Nossa Senhora é mais feliz, porque somos seus filhos pelo laço da fé e ela é a imagem daquilo que a Igreja quer. E o que mais me ajuda a viver com ela é a perseverança na fé. Caminho sabendo que nunca estou sozinho e posso receber aquela ajuda que mais preciso. Também acredito piamente nos quatro dogmas de Maria: Mãe de Deus, Virgem Santa, Imaculada Conceição e Assunção ao Céu.

Os doze ‘sim’ que disse a Deus fizeram dela a santa maior da Igreja. Eis um pouco daquilo que aprendi e guardo no coração:

O ‘sim da salvação’ na anunciação do anjo, o ‘sim da caridade’ na visita à prima Isabel, o ‘sim da vida’ no nascimento do Filho, o ‘sim da obediência à tradição’ na apresentação do Menino no Templo, o ‘sim do Plano de Deus’ na fuga para o Egito, o ‘sim à família’ na perda e encontro do Filho, o ‘sim da humildade’ ao saber que Jesus disse “minha mãe e meus irmãos são os que fazem a vontade do meu Pai”, o ‘sim da intercessão’ quando pediu vinho ao Filho nas Bodas de Caná, o ‘sim do silêncio’ quando acompanhou Jesus caminhando para o Monte Calvário, o ‘sim de Mãe da Humanidade’ ao acolher aos pés da cruz a vontade de Deus: “Mulher eis aí teu filho”, o ‘sim da felicidade’ ao saber da ressurreição, e o ‘sim de Mãe da Igreja’ em Petencostes.

Eu gostaria de explicar um a um, mas prometi que contaria esta história neste artigo:

Construía-se uma grande catedral e muitos operários se ocupavam dos acabamentos. Um pavilhão fora especialmente preparado para outro importante trabalho – era o atelier dos escultores das imagens.

 Um dia, um senhor resolveu penetrar na intimidade daquele recinto e, tendo identificado o mestre escultor, aproximou-se e contemplou o que fazia. Era a estátua de uma figura humana, entalhada em fino mármore. Lá pelas tantas, atreveu-se a indagar:

– Esta é a imagem que irá para o altar-mor?

O escultor voltou-se para ele como quem emergisse de profunda concentração e contestou:

– Não, este é um dos doze apóstolos que serão colocados ao longo do alinhamento mais elevado da cobertura.

– Nesse caso, as imagens ficarão a grande altura do solo e os detalhes jamais poderão ser apreciados! Vale a pena dedicar tanto tempo a isso?

A resposta do escultor veio rápida, encerrando o diálogo com sabedoria:

– Ele verá!

Pois é, caro leitor, mesmo que nem todos saibam de nossa paixão pela Mãe do Nosso Senhor, Ele sabe. A partir disso, Jesus fará florir no deserto da nossa vida. Isso aconteceu com o Padre Júlio Chevalier, que pediu para esculpir a imagem de Nossa Senhora do Sagrado Coração, onde o Menino aponta para a Mãe, como se dissesse: ‘Ela soube como chegar ao meu Coração’.

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI --    Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI



 



publicado por Luso-brasileiro às 18:51
link do post | comentar | favorito

mais sobre mim
arquivos

Setembro 2023

Agosto 2023

Julho 2023

Junho 2023

Maio 2023

Abril 2023

Março 2023

Fevereiro 2023

Janeiro 2023

Dezembro 2022

Novembro 2022

Outubro 2022

Setembro 2022

Julho 2022

Junho 2022

Maio 2022

Abril 2022

Março 2022

Fevereiro 2022

Janeiro 2022

Dezembro 2021

Novembro 2021

Outubro 2021

Setembro 2021

Julho 2021

Junho 2021

Maio 2021

Abril 2021

Março 2021

Fevereiro 2021

Janeiro 2021

Dezembro 2020

Novembro 2020

Outubro 2020

Setembro 2020

Agosto 2020

Julho 2020

Junho 2020

Maio 2020

Abril 2020

Março 2020

Fevereiro 2020

Janeiro 2020

Dezembro 2019

Novembro 2019

Outubro 2019

Setembro 2019

Agosto 2019

Julho 2019

Junho 2019

Maio 2019

Abril 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Janeiro 2019

Dezembro 2018

Novembro 2018

Outubro 2018

Setembro 2018

Julho 2018

Junho 2018

Maio 2018

Abril 2018

Março 2018

Fevereiro 2018

Janeiro 2018

Dezembro 2017

Novembro 2017

Outubro 2017

Setembro 2017

Agosto 2017

Julho 2017

Junho 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

favoritos

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINEL...

pesquisar
 
links