A pedofilia é uma distorção da sexualidade. A pornografia, as agressões sexuais, as perversões como sexo em grupo, a zoofilia, a bestialidade e o sadomasoquismo também. E os prejuízos, inúmeros. Não somente leio a respeito, mas o convívio, de quase 28 anos, com mulheres, abusadas sexualmente na infância, que passaram ou estão na prostituição, me ajudam a escrever este texto.
Diversos meios de comunicação decidiram, nos últimos tempos, denegrir a imagem da Igreja, do Papa Bento XVI e do Clero, devido à denúncia de alguns padres (o número é muito reduzido, embora não justifique) que violentaram sexualmente crianças. Questiono o motivo de associarem, com alarde, somente a imagem desses padres a uma conduta pedófila, já que encontramos professor, médico, advogado, político, pai biológico, padrasto que cometeram o mesmo delito. Estatísticas de delegacias de polícia e de setores de saúde que atendem vítimas de abuso sexual comprovam que os pais biológicos, padrastos e outros parentes próximos constituem o maior número de abusadores. Afirmar que o celibato gera a pedofilia é imbecilidade. É possível, sim, viver equilibradamente na castidade e na fidelidade. Se a extinção do celibato fosse condição para uma sexualidade sadia, a fim de que não acontecessem práticas sexuais ilegítimas, não existiriam, por exemplo, homens casados, na calada da noite, à procura de travestis. Não haveria clientes para os anúncios que oferecem mocinhas ou mocinhos que saciam prazeres e taras. Não aconteceria o comércio do sexo e o tráfico de seres humanos com esse objetivo. Lamentável, ainda, as mulheres que abusam sexualmente de crianças, que as manipulam para seu prazer ou para transformá-las em fonte de dinheiro. Defendo uma ampla campanha de conscientização àqueles que se sentem sexualmente atraídos por crianças, que procurem ajuda médica.
Vivemos numa sociedade de homem instinto - diviniza a sexualidade como energia selvagem, sem canalizá-la para o amor -, de mulher objeto, de destruição da família, de decadência, em que se perdeu o significado do outro. Uma sociedade na qual muitos clamam pelo direito a matar crianças no ventre materno. E defender que se mate um bebê não causa repulsa como a pedofilia?
Detestável e absolutamente injustificável a atitude dos padres agressores contra indefesos. O Papa Bento XVI não encobriu o problema, agiu com firmeza, comentou sobre os danos que causaram às vítimas, sobre o descuido na seleção dos candidatos ao sacerdócio em alguns seminários e conclamou os bispos a garantirem os princípios da justiça e a comprometerem-se com a cura dos atingidos. Pediu perdão às vítimas. Acusar o Papa de omisso é maligno.
A situação é séria. São discípulos que traem o Mestre. Judas na sociedade contemporânea. A Igreja e o Papa Bento XVI, porém, jamais compactuaram ou compactuam com a imoralidade, seja ela qual for ou de onde vier. Os que tentam, com esses fatos, abalar os alicerces da Igreja constituem o grupo dos que não suportam a voz forte em defesa da vida, da dignidade humana, da família. São os que se deixam levar pelo espírito de Lúcifer.
Em solidariedade ao Papa e ao Clero continuo reafirmando: “Creio na Igreja Uma, Santa, Católica e Apostólica Romana”, apesar da fraqueza de alguns de seus membros.
MARIA CRISTINA CASTILHO DA ANDRADE- É coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher e autora de “Nos Varais do Mundo/ Submundo” –Edições Loyola
OS MEUS LINKS