Ao longo da vida, todos nós, tomamos decisões que podem ter graves consequências. Tenho para mim que a atitude mais difícil e quantas vezes levada levianamente, é a escolha do companheiro/a.
Concordo com quem asseverou: “Há sempre testo que serve à panela”, mas sei, infelizmente, que nem sempre o “príncipe” consegue acordar a Bela Adormecida: porque chega demasiado tarde ou porque não a descobre; e o mesmo acontece, e quiçá mais frequentemente, à “princezinha”.
O facto da busca do companheiro/a iniciar-se, em norma, em verdes anos, em nada favorece.
Pais, avós, educadores, em regra, aconselham e orientam; e moralistas recomendam atitudes e predicados, que os jovens cristãos devem tomar, mas raramente são escutados pelos apaixonados.
O amor não é como se pensa, só amizade e torna sempre quem ama feliz: felicidade que se estampa no rosto, que é, como se sabe, o espelho da alma.
Namorar devia ser a preparação para o casamento, mas nem sempre é. Escolhe-se olhando ao vencimento, grau académico e bens de família, e por isso os vejo tão mal casados.
Uma vez matrimoniados, os conjugues devem tudo fazer para manter a chama do amor. Não basta amar, é preciso saber amar.
Saber amar é respeitar, interessar-se pela vida cultural e espiritual do outro. Contribui para o bem-estar, terem actividades conjuntas, rezarem em comum e entusiasmarem-se pelos ideais do companheiro/a.
É necessário saber transformar o ardor da paixão dos primeiros encontros, em ternura, cuidados e afectos.
Importante, também, é não se esquecerem de cumprirem, religiosamente, os deveres que lhes compete no casamento.
Vários são os modos de amar, e ama-se em todas as idades:
Ama-se em criança e na velhice. Paixões há que nascem na puerícia e perduram uma vida, como a de D. João da Câmara; por vezes são platónicas, mas arrebatadoras. Outras despertam em idade avançada, em regra mais espirituais, onde o desejo se confunde com amizade.
Uma coisa é certa: quem não ama, quem não se dedica ao pai, mãe, irmão, marido, filho ou a um ideal, é infeliz e torna infelizes os que com ele convivem.
Mas, só ama quem respeita:
Ama a namorada, o que descobre a nudez após o casamento; ama quem se entrega incondicionalmente a causa nobre.
No entanto sendo a escolha do conjugue o acto mais importante da vida, é, em norma, tomado impensadamente. Seria interessante que os movimentos juvenis através de dirigentes, facilitassem encontros e encaminhassem, de jeito subtil, os que mostram semelhanças, mormente os mais tímidos.
Tarefa árdua e ingrata, mas necessária, em muitos casos, a meu ver.
HUMBERTO PINHO DA SILVA - Porto, Portugal
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