Jesus nunca condenou a riqueza.
Em algumas ocasiões Ele se referiu a ela e a tônica de suas observações foram que a posse de muitos bens torna o homem egoísta e dificulta a salvação. Ele mesmo se serviu da riqueza de alguns dos seus amigos para poder viabilizar Sua missão. Algumas pessoas convertidas financiaram Sua caminhada. A riqueza desses seus amigos foi utilizada para o bem.
O problema é que à medida que ficamos mais ricos, mais nos esquecemos de Deus. A riqueza impõe uma série de procedimentos que nos afastam d'Ele. Para exemplificar, o rico tem tempo para festas, para passeios, para ter tudo o que quiser, mas não tem tempo, sequer, para ir a uma igreja agradecer o que conseguiu ou para visitar e ajudar quem é pobre.
Jesus avisou que o caminho para o Reino é estreito, é difícil, e por isso o rico tem dificuldade de ir por ele. E acrescentou que o caminho do Céu leva a pessoa ao sofrimento, mas que a recompensa vale à pena.
Para exemplificar as suas situações Ele contou a historia do rico e do lázaro. Jesus não deixa dúvida quanto ao resultado das ações que acontecem no mundo. Quem muito sofreu recebe o prêmio da salvação, quem não sofreu e foi desumano vai para o lugar dos tormentos.
Hoje existem igrejas que pregam a Teologia da Prosperidade, dizendo que Deus não quer que ninguém seja pobre. Elas vão de encontro a um ensinamento de Jesus que disse: “Pobres sempre tereis convosco”.
A exigência de doação do dízimo, que até é um dever do fiel quando ofertado dentro de suas possibilidades, nem sempre é caridosa. Exigem dos seus seguidores, até, que façam o impossível para doar o dízimo, que às vezes é maior que o que o nome indica. Existem pessoas que contraem dívidas e dispõem de seus pertences para satisfazê-las. Muitas pessoas esquecem que Jesus ensinou que não é o valor que conta na doação e sim a disposição de coração com que ela é ofertada.
É certo que a oferta dada com sacrifício tem valor maior junto de Deus, mas Ele não quer que a pessoa se sacrifique ao ponto de prejudicar a si próprio e à sua família. Não pode haver egoísmo de quem pede e nem de quem oferece.
Tomemos, como exemplo, a vida de qualquer verdadeiro Apóstolo, seja ele um que tenha vivido com Jesus ou os que vieram depois dele. A vida desses seguidores de Jesus foi só sofrimentos terrenos, mas com recompensas celestes. Como pode, então, se divulgar que Jesus não quer o sofrimento, se ele redime? Como se pode apenas pensar em riquezas e alegrias, se não é isso que Jesus ensinou?
Sei que esses ensinamentos da Teologia da Prosperidade são convidativos e são o que muitas pessoas querem, mas não é o que Deus deseja, pois o nosso sofrimento pelos outro oferecido a Ele é sublime e agradável.
Não é de se admirar que as igrejas que pregam essa teologia cresçam. As pessoas pensam muito no aqui e agora, mas se esquecem do depois.
Também não é difícil de entender porque nossos assistidos passam tão facilmente para outra religião, mesmo tendo que dar o dízimo do pouquíssimo que têm ou recebem. Ilusoriamente eles também querem ficar “ricos”.
ALUIZIO DA MATA - Vicentino, Sete Lagoas, Brasil
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