Lendas e Mitos do Brasil –
Região Norte (Amazonas)
A VITÓRIA RÉGIA
Era uma noite de luar. As estrelas brilhavam no céu como diamantes. E a lua iluminava a terra com seus raios prateados. Um velho cacique, fumando seu cachimbo, contava às crianças as histórias maravilhosas de sua tribo. Ele era também um feiticeiro e conhecia todos os mistérios da natureza. Um dos curumins que o ouvia, perguntou ao velho de onde vinham as estrelas que luziam no céu. E o cacique respondeu.
- Eu conheço todas. Cada estrela é uma índia que casou com a lua.
Não Sabiam ?
A lua é um guerreiro belo e forte.
Nas noites de lua, ele desce à terra para se casar com a índia. Aquela estrela que estás vendo é a Nacaína, a índia mais formosa da tribo dos Maués. A outra é Janã, a flor mais graciosa da tribo dos Aruaques. A respeito disso, vou contar para vocês uma história que aconteceu, há muitos anos, em nossa tribo.
Prestem atenção:
Havia entre nós, uma índia jovem e bonita, chamada Naiá. Sabendo que a lua era um guerreiro belo e poderoso, Naiá por ele se apaixonou, recusando as propostas de casamento que lhe fizeram os jovens mais fortes e bravos de nossa tribo.
Todas as noites, Naiá ia para a floresta e ficava admirando a lua com seus raios prateados. Às vezes ela saía correndo através da mata, para ver se conseguia alcançar a lua com seus braços. Mas esta continuava sempre afastada e indiferente, apesar dos esforços da índia, para atingi-la.
Uma note Naiá chegou à beira de um lago. Viu nele, refletida, a imagem da lua. Ficou radiante. Pensou que era o guerreiro branco que tanto amava. E para não o perder, lançou-se nas águas profundas do lago.
Coitada ! Morreu afogada!
Então a lua, que não queria fazer de Naiá uma estrela do céu, resolveu torná-la uma estrela das águas. Transformou o corpo da índia numa flor imensa e bela .
Todas as noites, essa flor abre suas pétalas enormes, para que a lua ilumine sua corola rosada.
Sabem qual é essa flor ?
É a vitória- régia.
(*) Theobaldo Miranda Santos (Campos dos Goytacazes, 22 de junho de 1904 - 21 de março de 1971) foi um escritor, professor e catedrático brasileiro.[1]
Biografia
Frequentou o Liceu de Humanidades e a Escola Normal Oficial. Mais tarde diplomou-se em Odontologia e Farmácia no Colégio Grambery, na cidade mineira de Juiz de Fora. Esta instituição é de origem metodista com princípios da pedagogia americana. Iniciou sua trajetória profissional na Cidade de Manhuaçu – MG, como professor primário. No ano de 1928 retornou à sua cidade natal ocupando os cargos de Diretor e professor das disciplinas de Física, Química e História Natural, do Liceu de Humanidades na qual fora aluno. Esta instituição é uma instituição de ensino secundário considerado um colégio de excelência inaugurado em 1847 e extinto em 1858, porém foi refundado em 1880. Como catedrático, lecionou História Natural na escola Superior de Agricultura e Veterinária e na Faculdade de Farmácia e Odontologia, sendo titular de Ortodontia e Odontopediatria. Ainda neste período, Theobaldo Miranda dos Santos foi professor no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, onde ensinava História da Civilização.
Sua carreira como escritor começa em 1932 publicando artigos para jornais nas cidades de Campos e Niterói. Neste período, converteu-se ao catolicismo e escreveu artigos para a revista A Ordem, de cunho católico. Em 1938 foi convidado pelo Secretário de Educação do Rio de Janeiro, para ser professor de História Natural, no Instituto de Educação, na cidade de Niterói, então capital do Rio de Janeiro. Também neste período lecionou na Universidade do Distrito Federal (1935 –1939), atual Rio de Janeiro, a disciplina Prática de Ensino. Na década de 1940 sua trajetória de vida profissional foi mesclada entre a docência e os serviços administrativos trabalhando no colégio de Serviço Social especificamente no curso de Pedagogia e também lecionou Física no Colégio Nossa Senhora de Sion, fundado em 1901. Em 1941 foi nomeado Diretor Técnico Profissional e Diretor da Educação Primária. Já em 1942 assumiu o cargo de Diretor Geral do Departamento de Educação Básica concomitante atuando como professor a disciplina Filosofia e História da Educação na Pontifícia Universidade Católica, e Professor no curso de Pedagogia da Faculdade de Filosofia de Santa Úrsula. No ano de 1944 através de um concurso, Theobaldo Miranda dos Santos assume a cátedra de Filosofia da Educação do Instituto de Educação do Rio de Janeiro.
O autor também atuou como Diretor do Departamento de Divisão de Cultura, membro da Comissão técnica do Estado do Rio de Janeiro e Membro oficial do Estado na Convenção Educacional Fluminense. Poliglota, e conhecedor de diversos assuntos, inspirava-se em autores de reconhecimentos internacionais como: Aguayo, De Hovre, Paul Monroe, Jacques Maritan, L.Riboulet, J.Admas, John Dewey, PIstrack entre outros e alguns autores brasileiros como Tristão de Athayde (pseudônimo de Alceu Amoroso Lima), padre Leonel Franca. Everaldo Backheuser, Rui de Aires Bello, Lourenço Filho, Fernando de Azevedo. Estes últimos são mencionados no Manual de Filosofia quando o autor vai se dirigir a Escola Nova – ou escolanovismo, na qual se posiciona contra o método divulgado pelo Filósofo americano John Dewey.
O que se ressalta na vida do Intelectual, como escritor, é que a partir da década de 1930 sua carreira se consagra e transita entre o meio educacional/administrativo e literário, sendo considerado o autor que mais publicou em quatro décadas. Segundo a Companhia Editora Nacional o autor escreveu 150 obras sobre diversos títulos, dentre os quais podemos citar: Literatura Infantil, Psicologia, Pedagogia, Sociologia, Filosofia, entre outros mais. Publicou livros didáticos para o ensino primário com autorização do Ministério da Educação, algumas coleções como: Curso de Psicologia e Pedagogia onde foi autor e editor, Curso de Filosofia e Ciências, Atualidades Pedagógicas cuja direção foi de Fernando de Azevedo, a Coleções de Iniciação Científica. Todas as coleções tiveram bons resultados editoriais assim como os diversos Manuais que escreveu para o curso de Formação de Professores. Dentre eles daremos destaque ao Manual de Filosofia da Educação: Os grandes problemas da Pedagogia Moderna pelas Edições Boffoni – Rio de Janeiro - publicado em 1942, quando Theobaldo Miranda dos Santos lecionava no curso de Pedagogia na Faculdade de Filosofia, de Santa Úrsula.
ANTÔNIO J.C. DA CUNHA, da Academia Duquecaxiense de Letras e Arte, da Associação do Rotary Club Duque de Caxias- Distrito 4571,Membro da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade, Membro da CPA/UNIGRANRIO, diretor Proprietário da Distribuidora de Material Escolar Caxias ltda.
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