Passado algum tempo, os habitantes começam a escutar um choro de bebê vindo do fundo da lagoa.
Posteriormente, as lavadeiras que trabalhavam na beira da lagoa viam um menino pela manhã. Quando voltavam à tarde, davam com um homem adulto, de barbas ruivas, que tentava beijá-las e abraçá-las. Por fim, ao entardecer, viam um velho com barbas brancas.
Era o “Barba Ruiva”. O menino que fora abandonado, mas acolhido pela YARA. Ele tenta desesperadamente aproximar-se de uma moça que seja corajosa para libertá-lo do seu encanto, jogando água benta sobre sua cabeça.
Numa versão do Professor Theobaldo Miranda Santos temos algumas diferenças com fundamentos bem semelhantes.
Perto da lagoa de Paranaguá, no Estado do Piauí, morava uma pobre viúva com três filhas. A mais jovem teve um filho. Era vaidosa e malvada. Resolveu abandonar a criança. Colocou o filho dentro de um tacho de cobre e o atirou dentro da lagoa.
O tacho desceu ao fundo da lagoa, mas foi trazido à tona pela Mãe-d´água. Ela amaldiçoou a moça que chorava arrependida, e mergulhou furiosa. As águas foram, então, crescendo, crescendo, até que cobriram todo o vale.
Daí por diante, a lagoa ficou encantada. Cheia de luzes e vozes. Ninguém podia morar nas suas margens, porque, durante a noite, subia do fundo das águas um choro de criança, nova, como se chamasse a mãe para o amamentar.
Com o decorrer dos anos, o choro parou. Mas, de vez em quando, aparece um ser humano que, pela manhã, é um menino; ao meio dia, um rapaz de barbas ruivas; e, à noite, um velho de barbas brancas.
Muita gente tem visto esse ser fantástico. Ele foge dos homens quando os avista. Mas corre atrás das mulheres quando as descobre. Depois, pula dentro da lagoa e desaparece.
Por isso, nenhuma mulher lava roupas, sozinha, à beira da lagoa. Todas tem medo que apareça o Barba Ruiva. Muitos homens de respeito têm encontrado o filho da Mãe-d´água. E ficam meio amalucados durante horas e horas.
Mas O Barba Ruiva não ofende ninguém. Cumpre a sua sina nas águas da lagoa, perseguindo as mulheres e fugindo dos homens. Um dia, será quebrado o seu encanto. Bastará que uma mulher atire em sua cabeça algumas gotas de água benta e as contas de um rosário. Barba Ruiva é pagão e ficará cristão.
Mas, até hoje, não apareceu essa mulher corajosa. Por isso, o Barba Ruiva continua encantado nas águas claras da lagoa de Paranaguá
Bacharelada e Licenciada em História pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ), em 2001 e Especialista em Relações Internacionais pelo Centro Universitário La Salle do Rio de Janeiro (Unilasalle-RJ), em 2010. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha, em 2012.
Professora de História no ensino fundamental e das Religiões e História da Religião no Instituto Estrela da Evangelização, Niterói (RJ).
Sua segunda paixão é a música e realizou estudos de piano e teoria musical pelo Conservatório de Música de Niterói (CMN). Desde 2017 trabalha como redatora de conteúdos educativos no site Toda Matéria.
(2) A Lagoa de Parnaguá é o maior lago natural do Brasil , localizado no estado do Piauí, sendo entre as demais, naturalmente reconhecida como maiores, lagos artificiais como é o caso de sobradinho, ou lagunas, dos da maiores reservatórios de agua natural do brasil. A laagoa Juparanã , quando cheia atinge um volume de 72km². Suas águas são abastecidas pelo Rio Paraim, um rio perene, do extremo sul do estado.[
A lagoa fica distante 960km da capital Teresina, e localizado em um dos municípios mais antigos do estado, onde nasceu o ministro do império, João Lustosa da Cunha - o Marquês de Paranaguá.
A Prefeitura de Parnaguá criou um decreto que transformou cerca de 70 mil hectares em Parque Ambiental Municipal e em Área de Proteção Ambiental – APA Lagoa de Parnaguá.
Hoje boa parte da lagoa está em degradação, com sua imensa área sendo transformada em campo de pasto, as estiagens cada vez mais forte na região sul piauiense, e o uso descontrolado de sua água natural, causaram a destruição das suas margens, assim como a sobstrução do leito do rio que abastece o lago. A agricultura também pode ter sido um dos agravantes para a atual situação
ANTÔNIO J.C. DA CUNHA, da Academia Duquecaxiense de Letras e Arte, da Associação do Rotary Club Duque de Caxias- Distrito 4571,Membro da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade, Membro da CPA/UNIGRANRIO, diretor Proprietário da Distribuidora de Material Escolar Caxias ltda.
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