AS D0ZE VIRTUDES CAPITAIS DO SÉCULO XXI
1ª. Série
2ª. A IGUALDADE (2A)
Igualdade é a ausência de diferença. A igualdade ocorre quando todas as partes estão nas mesmas condições, possuem o mesmo valor ou são interpretadas a partir do mesmo ponto de vista, seja na comparação entre coisas ou pessoas.
A palavra igualdade está relacionada com o conceito de uniformidade, de continuidade, ou seja, quando há um padrão entre todos os sujeitos ou objectos envolvidos.
A igualdade na justiça parte da premissa que todos os indivíduos, de uma determinada nação, por exemplo, estão sujeitos às mesmas leis que regem o país, devendo obedecer
Aos mesmos direitos e deveres.
Etimologicamente, a palavra igualdade tem origem do latim”aequalitas”, que quer dizer “aquilo que é igual”, “semelhante”.
Liberdade, Igualdade e Fraternidade, são os direitos que foram exigidos pela população da França durante a Revolução Francesa. Esta viria a sintetizar toda a natureza da revolução e do espírito do novo cidadão francês. Este grito de ordem passaria a ser modelo para muitas outras revoluções em várias partes da Europa incluindo Portugal.
Três conceitos de igualdade.
1.Um tipo de igualdade é a chamada igualdade formal, diante da lei. Esse tipo de igualdade pressupõe que a lei (e, consequentemente, o governo) deve tratar todos de forma igual, sem qualquer discriminação, simplesmente em função do facto de serem humanos – mesmo que sejam totalmente desiguais em quase todos os aspectos particulares da sua vida, sejam eles naturais(biológicos e psicológicos) ou desenvolvidos na vida em sociedade.
2. Outro tipo de igualdade é a chamada igualdade de resultados. Aqui não se espera simplesmente que a lei(e, consequentemente o governo) trate de forma igual, mas que todos, a despeito de suas diferenças(genéticas ou desenvolvidas na vida em sociedade), alcancem resultados iguais, do ponto de vista social e económico, com o que resolverem fazer com a sua vida.
3.Igualdae de oportunidades. A igualdade de oportunidades é um meio termo. O que se espera é que as pessoas tenham todas as oportunidades iguais na vida – o que fazem dessas oportunidades, através de suas escolhas e decisões, é um problema delas. O que é preciso é que as “condições iniciais” da “ corrida pela vida” sejam idênticas. O que cada um faz na corrida é problema seu.
Parece bonito, quando dito assim. Mas como é que se consegue igualizar as condições iniciais de quem nasce em São Paulo, no Brasil, de quem nasce na Madeira, e quem nasce na África? Ou de quem nasce numa família de milionários na Suiça e quem nasce uma pobre mãe solteira? Ou de quem nasce com o talento e oportunidades de um Cristiano Ronaldo e quem nasce onde não consegue chutar uma bola? Ou de quem consegue estudar competentemente os grandes mistérios da vida, da mente ou do universo, como Darwin, Freud e Einstein, e digamos, alguém que não consegue sequer aprender a ler, escrever e contar na escola, depois de anos de tentativa?
(continua no próximo número)
ANTÓNIO FRANCISCO GONÇALVES SIMÕES - Sacerdote Católico. Coronel Capelão das Frorças Armadas Portuguesas. Funchal, Madeira. - Email goncalves.simoes@sapo.pt
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