A palavra “miudeza” provém do substantivo “miúdo” com o sufixo “eza”, formando o adjectivo “miudeza” Estam palavra expressa a qualidade do que é miúdo, minudência, tenuidade e delicadeza.“Miudeza” tem ainda outros sinónimos: detalhes, minúcias, particularidades, minudências. pormenores, pontos, minuciosidades, particularizações.
Há tempos tomei conhecimento de que houve uma exposição designada de “o murmurar os búzios e as miudezas da alma, da autoria de Pedro Mourana, com curadoria de Jorge Dias. Soube que este artista pintou uma série de quadros a ilustrar poemas de um livro com o mesmo título da exposição, obra da autoria de Rudêncio Morais., o Falso Poeta, seu pseudónimo.
Nos quadros expostos foram colocados símbolos que nos permitem leituras aproximadas à intenção daquilo que o pintor desejava transmitir, embora houvesse alguma ligação com o livro referido. Foi possível ver algumas “miudezas da alma”.
Foi possível ver, por exemplo: uma pomba branca, um rato, gatos, um pavão, búzios em diferentes quadros. Uma árvore sagrada, uma cadeira num quarto escuro, Estes símbolos recordam, em diferentes culturas, uma árvore sagrada quase os mesmos significados, nomeadamente, pomba branca -paz, Deus, rato. Negatividade e fertilidade; gato, positividade, negatividade, feitiçaria e fertilidade, búzios, árvore sagrada, altar,e cadeira no quarto - segurança e protecção de deuses~
Nas culturas moçambicanas, para que os ratos signifique, negatividade é preciso que através deles tenha sido enviado um feitiço. Já os gatos. A partir de determinado tipo de miar, prenunciam algum agouro.. Nestes significados não há qualquer verdade científica, além de m que ela não é superior à religiosa ou à espiritual. Trata-se de uma forma de estar diferente, que trazida para a arte , chama -.nos a atenção a um trânsito entre a realidade e a ficção., área nas quais em poesia africana se transmite automaticamente, sem necessariamente sgnificar que não haja distinção entre uma e outra área. É que no seu dia a dia, o africano é educado para a vida, através da arte. Os mitos, as adivinhas, as “ estórias”, lendas, provérbios, entre outros modos de fazer literatura. Não esperam para um momento certo e demarcado para acontecer. Mourana verteu nos seus quadros uma vertente estética ao mesmo tempo representação de uma forma de nossa fé. Mourama verteu nos seus quadros uma verdadeira estética ao msmo tempo uma representação duma forma de nos fazer ler a vida, Convidou-nos a dialogar com o mundo que nos foi apresentado, até porque do jeito que o fez, remonta, em parte, às nossas sociedades tradicionais, das quais nem sempre, hoje, em tempos modernos, nos recordamos.
O autor da exposição diz ainda”falo os nossos rituais de nascimento: poder baptizar as nossas crianças, poder dar-lhes o “remédio da panlinha”, para apaziguar perturbações trazidas pela lua. Dos nossos rituais pós-nascimento, os qu retiram a mãe e a criança o resguardo preconizado pelo pós-parto- Dos rituais ligados à morte, apaziguamento, do nosso jeito, mas em forum doméstico. Não mencionamos isso em nossa vida publica.
Todos estes exemplos foram trazidos à luz da leitura de expressão de Perdro Mourana, qu nos traz elementos simbólicos que convidam ao debate sobre a espiritualidade, sobre as culturas moçambicanas - até com outros mundos e outras espiritualidades(sugestivas de uma leitura intercultural, pela partilha do mesmo espaço na mesma expoição). Esta exposição transporta-mos também para o surrealismo,
A palavra “miudezas” na Bíblia .No Egipto
, o Senhor falou com Moisés e Aarão e disse-lhe “Este mês srá o vosso mês mais importante e o primeiro dos meses do ano. Digam a todo o povo de Israel o seguinte: No dia dez deste mês cada um de vós escolha um cordeiro por família, um por cada casa. Se a família for pequena para comer todo o cordeiro, então o chefe da família e o seu vizinho mais próximo comerão juntos, repartindo o cordeiro conforme o número de pessoas e a quantidade que cada um pode comer. O cordeiro não deverá ter defeitos, deve ser um macho de um ano; m vez de cordeiro pode ser um cabrito. Deverão guardá-lo até o dia catorze deste mês e, nesse dia. Todos os israelitas o matarão, ao entardecer. Com o sangue do animal marquem as duas ombreiras e a verga da porta da casa onde o estiverem a comer. Nessa noite comerão a carne assada ao lume, como pão sem fermento e com plantas amargas. Não comam nem um só pedaço da sua carne crua ou cozida em água, apenas assada ao lume, mesmo a cabeça, as patas e as “miudezas”.
Não devem deixar ficar nada para o dia seguinte; o que dele sobrar para o dia seguinte deve ser queimado. Quando comerem o cordeiro ou cabrito, deverão estar vestidos como se fossem viajar, ter os pés calçados e o cajado na mão e comer depressa, pois é a Páscoa do Senhor.. Nessa noite passarei por todo o Egipto e farei morrer o primeiro filho de todas as famílias Egípcias e a primeira cria de todos os seus animais e exercerei a minha justiça contra todos os deuses do Egipto, porque eu sou o Senhor. O sangue há-de servir-se para assinalar as casas onde se encontram. Assim, quando eu vir o sangue, passarei adiante e nenhum de vós morrer´, quando eu ferir de morte os egípcios. Este dia devera ser entre vós recordado e celebrado com grande festa em honra do Senhor. Ficam obrigados a celebrá-lo para sempre, bem como os vossos descendentes. Durante sete dias, comerão pão sem fermento, portanto, não deverá haver fermento nas vossas casas, desde o primeiro dia. Todo aquele que comer pão cm fermento, durante esses sete dias será excluído do povo de Israel. Tanto no primeiro dia como no sétimo. Deverão reunir-se para uma assembleia solene de oração. Nesses dias não se trabalhará,, a não ser o que é preciso fazer para cada um preparar a sua comida. A Festa dos pães sem Fermento, é uma festa que deverão celebrar, porque naquele dia fiz sair o povo de Israel do Egipto como um exército. É uma obrigação que também os vossos descendentes têm de celebrar para sempre, Comerão pão sem fermento,, desde a tarde do dia 14 catorze, até à tarde do dia vinte e um do primeiro mês. Durante sete dias não deverá haver fermento nas vossa casas, E todo aquele que comer pão com fermento será excluído da comunidade de Israel, quer seja estrangeiro, quer seja Israelita. Portanto, não comam nada que tenha fermento, onde quer que vivam, deverão comer pão sem fermento.
Moisés mandou chamar todos os anciãos de Israel e disse-lhes:”Vão escolher um cordeiro ou um cabrito, por cada uma das vossas famílias e matem-no para celebrar a Páscoa. Em seguida, pequem num ramo de hissopo e embeba-no no sangue, que estará numa bacia, depois marquem com esse sangue a verga e as duas ombreiras da porta. Nenhum de vós deverá transpor o limiar da porta até de manhã. Quando o Senhor passar para ferir de morte os egípcios, ao ver o sangue na verga r nas duas ombreiras da porta , passará adiante e não deixará que a destruição entre nas vossas casas. Respeitem. portanto, esta lei, como lei eterna para vór e para os vossos descendentes. E quando entrarem na terra que o Senhor vos dará como prometeu, deverão continuar a celebrar esta festa. E quando os vossos descendentes perguntarem o que é que ela significa, devem responder-lhes:” Isto é o sacrifício da Páscoa, em honra do Senhor, porque quando ele feriu de morte os Egípcios, livrou as casas dos Filhos de Israel no Egípto e poupou as nossas famílias..E foram cumprir o qu o Senhor tinha ordenado.
ANTÓNIO FRANCISCO GONÇALVES SIMÕES - Sacerdote Católico. Coronel Capelão das Frorças Armadas Portuguesas. Funchal, Madeira. - Email goncalves.simoes@sapo.pt
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