Aproximam-se as eleições presidenciais, ritual máximo das repúblicas e, ao mesmo tempo, sua maior fraqueza. Queira-se ou não se queira, as eleições para a mais alta magistratura da nação abrem, inevitavelmente, feridas profundas que um quatriênio não basta para cicatrizar. A unidade - bem supremo e objetivo fundamental de toda sociedade, segundo Aristóteles e São Tomás de Aquino - dificilmente pode ser alcançada de modo estável em regime republicano. Essa a minha convicção, que sustentei em livro de 400 páginas publicado em 1993 e agora relançado em nova edição: “Parlamentarismo, sim, mas à brasileira: com Monarca e com Poder Moderador eficaz e paternal”.
Reproduzo a seguir, na coluna de hoje, alguns versinhos que “perpetrei” há quase 30 anos, quando ainda nutria veleidades poéticas. Permanecem atuais os versos, não as veleidades poéticas...
O dia já está chegando
Da escolha do presidente,
Quem presta atenção já sente
Que o clima vai esquentando.
Vem disputa pelo mando,
Nesse tempo de eleição,
Brigaria e discussão
No horário eleitoral,
Demagogia em jornal,
Em rádio e televisão.
Paredes bem “enfeitadas”,
Com retratos sorridentes
Dos diversos pretendentes;
Postes, muros e calçadas
Com propagandas pichadas
Em confusão infernal...
Ninguém sabe, no total,
Qual será o personagem
Que afinal terá vantagem
No páreo presidencial.
De quatro em quatro anos
Se repete a mesma história:
Sempre um leva a vitória
E depois traz desenganos.
Militares ou paisanos,
Em discursos doutorais
Se apresentam como "os tais",
Mas todos sabem fingir:
Brigam antes de subir,
Quando sobem são iguais...
Passo agora a outro assunto. Enviei no último dia 24 de agosto mensagem à Câmara Municipal de São Pedro, nos seguintes termos: “Venho cumprimentar a Câmara Municipal de São Pedro pela aprovação, por esmagadora maioria, da Moção de Repúdio 19/2018, graças à oportuna iniciativa dos nobres vereadores Adilson de Jesus, Albino Antunes, Carlos Eduardo Oliveira, Cássio Capellari, Elias Candeias, Gilberto Vieira e Roberson Pedrosa. Não cabe ao STF chamar a si funções legislativas que não lhe competem, sobretudo em matéria de tanta gravidade que afronta a consciência e o sentimento da imensa maioria da população brasileira, que repudia o aborto, crime cruel contra a vida de seres inocentes que não têm a menor possibilidade de defesa. Sem dúvida, a mulher é dona do próprio corpo, mas não é dona do corpo do ser humano que carrega em seu ventre.”
ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS, é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História e da Academia Piracicabana de Letras.
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