Será lançado ao público em São Paulo, no próximo dia 24 (última quarta-feira deste mês) o número 102 da Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, referente ao ano de 2018. Trata-se de uma das mais antigas publicações periódicas do País, com 124 anos de existência, tendo seu primeiro número sido lançado em 1895, e vem sendo editada desde então, com alguns períodos de interrupção.
É uma revista cultural de altíssimo nível, com um Conselho Editorial do qual fazem parte grandes nomes da Cultura, como os professores Antonio Roque Dechen (piracicabano e diretor da ESALQ), o historiador Arno Wehling (Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e membro da Academia Brasileira de Letras), os juristas Damásio de Jesus, Ives Gandra da Silva Martins e João Grandino Rodas, o poeta Paulo Bomfim, os intelectuais portugueses D. Marcus de Noronha da Costa e José António Falcão (ambos da Academia Portuguesa da História) e outros mais.
Esse número da Revista, com 216 páginas, contém matéria não só de grande interesse, como também muito diversificada, tanto nos temas escolhidos pelos respectivos autores como nas abordagens pelas quais optaram.
Entre os artigos científicos, merecem especial atenção as sugestivas pesquisas históricas, historiográficas e cartográficas efetuadas a partir de um painel de azulejos conservado em Itu, pelo Prof. Jorge Pimentel Cintra; a rememoração dos 30 anos da promulgação da Carta Magna de 1988, pelo Dr. Ives Gandra: a rememoração da Expedição Roncador-Xingu (que nos anos 40 do século passado atraiu as atenções de todo o Brasil para o nosso até então inexplorado hinterland e preparou o clima que propiciaria a transferência da Capital para o Planalto Central), pelo Prof. Luiz Alberto Schneider e sua orientanda Thays Fregolent de Almeida ; as considerações críticas sobre a sistemática dessacralização de topônimos que se seguiu à proclamação da República, pelo Prof. Lincoln Etchebéhère Junior; um interessante estudo sobre Revolução Constitucionalista de 1932, focalizando a atuação da imprensa na propaganda dos dois lados em conflito, pelo Coronel Carlos Roberto Carvalho Daróz; e preciosas e pouco divulgadas informações sobre a chamada “farmacopeia jesuítica”, que nos últimos anos vem atraindo a atenção dos pesquisadores e também dos grandes laboratórios farmacêuticos de vários países.
Na parte II da Revista, os leitores encontram - ou melhor, reencontram - textos dignos de memória de alguns sócios veteranos do IHGSP, assim como a merecida homenagem prestada à Presidente de Honra Dra. Nelly Martins Ferreira Candeias, na sessão solene em que ela passou a presidência efetiva da entidade para o atual Presidente, Prof. Jorge Pimentel Cintra.
Na Sessão de Noticiário, especial destaque para o Projeto “Roteiro dos Príncipes”, desenvolvido pelo jornalista Malcolm Forest - um primeiro passo dado no sentido das comemorações do Segundo Centenário da Independência, a ser celebrado em 2022 - e para os Passeios/Bandeiras e as Tardes Culturais, iniciativas da atual Diretoria do IHGSP.
Com uma nota de tristeza e luto a Revista se encerra com dois textos escritos em homenagem à memória de Edivaldo Machado Boaventura, ilustre membro do Conselho Editorial da Revista do IHGSP, escritos por dois consócios que particularmente privaram de sua amizade.
O lançamento será, repito, no dia 24 de março, na sede do IHGSP (Rua Benjamin Constant, 158), bem no chamado Centro Velho de São Paulo. Às 15 horas. Anotem em suas agendas, compareçam se puderem e, garanto, encontrarão um ambiente acolhedor, simpático e verdadeiramente devotado à Cultura e às tradições brasileiras e paulistas.
ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - É licenciado em História e em Filosofia, doutor na área de Filosofia e Letras, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História.
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