Comemora-se a 21 de março o DIA INTERNACIONAL CONTRA A DISCRIMINAÇÃO RACIAL, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1969, nove anos após o denominado Massacre de Sharperville, cidade próxima a Johannesburg, na África do Sul e que vitimou quase 250 pessoas participantes de uma manifestação contra a Lei do Passe que exigia da população negra, a exibição de cartões de identificação, contendo os locais onde podiam circular. Embora o movimento fosse pacífico, o exército não hesitou em utilizar armas para conter a população negra que saiu às ruas reivindicando seus direitos, o que causou um saldo de sessenta e nove mortos e aproximadamente cento e oitenta feridos.
Trata-se de uma data muito importante, reveladora de algumas das faces cruéis do racismo, que não hesita em atirar em pessoas indefesas. Infelizmente, decorridos 39 anos, ainda vivemos num mundo onde as diferenças de raça, cultura, crenças, sexo ou condições sociais são motivos para discriminação, marginalização, lutas e preconceitos. Há perseguições e desrespeito contra ideias, comportamentos e povos. Atrás disso, está grande e injustificada prepotência de seres humanos que se julgam superiores a outros.
Ressalta-se por isso, que promover a igualdade é de extrema importância para o desenvolvimento social e econômico de um país, principalmente o Brasil, no qual há “o preconceito de se negar o preconceito”, mas ele continua forte e revela constantemente suas mazelas. A educação é a melhor arma, já que sem ela, a mobilidade social estará emperrada e a própria sociedade permanecerá refém de suas limitações, de suas desigualdades e de suas distinções. Mais do que nunca, é preciso combater veementemente todas as formas de intolerância e exclusão social, constituindo-se tal premissa num compromisso não só do governo, mas de toda a população em geral.
Há um preceito que diz todos são iguais perante a lei, inexistindo qualquer fundamento ou comprovação científica que justifique a aversão contra algumas pessoas, a não ser uma concepção falsa com opiniões sem lógica, fruto da ignorância daqueles que discriminam. A pedidos de alguns alunos, novamente evidenciamos esse texto, na esperança de que futuramente cada cidadão respeite o próximo, aniquilando completamente todos os tipos de manifestações preconceituosas.
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta de Jundiaí. É ex-presidente das Academias Jundiaiense de Letras e de Letras Jurídicas (martinelliadv@hotmail.com).
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