Em pleno século XXI ainda encontramos algumas pessoas que se sentem superiores as demais e outras, preconceituosas e discriminatórias. Acham-se melhores, não se misturam, isolam-se em grupos integrados por indivíduos que pensam da mesma forma. Acreditam que podem tudo, são prepotentes, muitas vezes arrogantes. Chegam a esnobar seus semelhantes e para elas, tudo gira em torno de status financeiro e posição social. Julgam-se eternas. Na realidade, são inseguras, infelizes, incompetentes e desconhecem a felicidade de contarem incondicionalmente com alguém. Não têm noção de finitude da vida. E às vezes, apesar de irritarem, apenas são dignas de piedade.
Realmente, há os que não percebem o quanto a vida é curta e principalmente, a rapidez com que o tempo passa. Influenciado pelo sistema, que só valoriza os que têm dinheiro e poder, vivem competindo até com parentes próximos e procurando angariar cada vez mais recursos para talvez se sentirem maiores ou melhores que os demais indivíduos. Agem apenas em função de suas próprias vantagens. Esquecem-se das pequenas coisas, dos gestos simples e se afastam daqueles que não tem as mesmas ou menores condições.
E o pior, esnoba-os ou os ignoram. Praticam constante e nitidamente atos de desigualdade, prepotência, empáfia e egoísmo, acreditando que são soberanos e são melhores que qualquer um e por isso mesmo, tendo “o rei na barriga”, tudo podem.
Ledo engano. Próximos do fim da vida verificarão que as suas verdades não passam de mentiras veladas; remontam o passado e surgem remorsos; descobrem que os amigos só se aproximaram por interesse; procuram, mas não acham qualquer relacionamento consistente e descobrem que a falsidade encobriu o manto de todos os que os cercaram.
Aprendem muito tarde a maior de todas as lições: valorizaram só a matéria e deixaram a espiritualidade de lado. Assim, os seus legados são manifestamente frágeis, vazios e inócuos, pois não prezaram quaisquer dos valores reais: amizade sincera, simplicidade, solidariedade, amor ao próximo e respeito irrestrito aos indivíduos indistintamente. Os seus passaportes para o outro lado acabam se vencendo e provavelmente irão a lugar nenhum. Suas novas trajetórias serão de desencontros, infortúnio e absoluta solidão.
Vamos pensar muito nestes aspectos e circunstâncias. Talvez assim, trataremos os seres igualmente, sem quaisquer diferenças, lembrando que todos são idênticos perante Deus e que a Constituição Federal do Brasil dispõe que um dos fundamentos da República Federativa é “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.
A VIDA É BEM MAIS QUE “COISAS”
O famoso poeta português Fernando pessoa, já dizia: “Sinto-me nascido a cada momento / para a eterna novidade do mundo”. Realmente, o milagre da perfeição é obra de esforço, conhecimento, disciplina, elevação, serviço e aprimoramento próprios, pois a grandeza humana não consiste apenas em ter sabedoria e sim em sabermos usá-la. Ter fé em Deus e aceitar os percalços da vida tornam as dificuldades mais suportáveis.
BREVE REFLEXÃO
“Se temos de esperar, que seja para colher a semente boa que lançamos hoje no solo da vida. Se for para semear, então que seja para produzir milhões de sorrisos, de solidariedade e amizade... (Cora Coralina).
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É presidente de Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)
OS MEUS LINKS