Comemorou-se a oito de dezembro último o DIA INTERNACIONAL DA FAMÍLIA, uma celebração que objetiva destacar a importância do instituto como o primeiro grupo social do qual desde o nascimento tomamos parte e como o mais antigo agrupamento humano, constituindo-se ainda no núcleo vital da coletividade.
Infelizmente, nos últimos anos vários fatores têm contribuído para enfraquecer a identidade da família brasileira, como as agressões de certos meios de comunicação social, de uma publicidade permissiva e da difusão do uso descartável da sexualidade. No entanto, precisamos lutar constantemente por sua estabilidade, em prol da própria ordem social.
Com efeito por mais inovações que se pretenda implantar em relação à família, por mais que se tente colocá-la em segundo, terceiro ou até último plano na escala de importância, não há como negar seu caráter indispensável na vida de quem quer que seja. É ela quem garante a sobrevivência do indivíduo e providencia para ele o sentido da sua identidade.
Às suas finalidades principais - a procriação e o amor recíproco - aparece a circunstância eminentemente social que a torna um centro de socialização, de formação da pessoa em todos os níveis, fazendo com que essa dependência não se esgote apenas no aspecto biológico, mas abranja, também, o moral, o psíquico, o espiritual, etc. Como afirmou Plinio Sampaio, “a família é que providencia para o ser humano o sentido da sua identidade, do seu ser-pessoa, da sua singularidade e particularidade no corpo social” ( revista “Família Cristã”- 03/1985 – pág. 8). E essa questão adquire mais seriedade na medida em que a sociedade passa a desempenhar um papel negativo, sendo massificadora, opressora, agente de desidentificação. O que exige da família atitudes mais coerentes nesse processo de formação, em que a pessoa aprende a sentir-se sujeito dos direitos e deveres, a se libertar do egoísmo; cresce na fé; se adestra, enfim, para contribuir ativamente na construção de um novo corpo social.
Vale reiterar que, partindo da concepção de que se situa na origem não só da existência, como também do desenvolvimento pessoal, estamos diante de uma entidade jurídica que não pode ser vista como algo descartável ou ultrapassado. Ao contrário, ela se insere numa realidade muito concreta, na qual lhe cabe o importante papel de participação na formação de indivíduos aptos a viverem em agremiação e contribuírem para seu aperfeiçoamento.
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras.
OS MEUS LINKS