Mais um ano está terminando e com ele muitas expectativas também chegaram ao fim. É o momento de contabilizarmos sucessos, perdas, cumprimento ou não de propósitos formulados em seu início e principalmente, tomarmos consciência do lento e gradativo processo de transformação que acontece, diariamente, conosco e com as demais pessoas ao nosso redor, ajudando-nos a renovar a cada ano e a lidar melhor com as mudanças e nos beneficiar delas. Devemos nos lembrar “que há os que envelhecem como o pão e se tornam duros. Há os que envelhecem como o leite e se tornam azedos. Mas há também os que envelhecem como o vinho que o tempo purifica”.
Acima de qualquer outra coisa faz-se necessário crescermos constantemente dentro de princípios e valores reais, que nos incentivem a construir um mundo mais justo, humano, com menos desigualdades sociais e mais diálogo, compreensão, amor e empenho nas reivindicações para que a dignidade da pessoa humana se revele na maior finalidade de todas as conquistas e avanços. As lutas e as dificuldades existem, fazem parte do cotidiano, mas ao supera-las demonstramos que o otimismo, a dedicação e a crença em nossa própria capacidade, sempre auxiliarão na consecução de uma vida mais sólida, onde o respeito pelo próximo prevaleça sobre todos os aspectos em geral.
O mundo completa outra volta ao redor do sol e marca o início de um novo ano. Vivemos a expectativa de encará-lo com otimismo e esperança, pois faz parte do coração humano esperar sempre. Entretanto, não podemos acreditar que as coisas vão melhorar só porque domingo já é 2017. Ao contrário, o momento é de profunda reflexão na busca do aprimoramento da cidadania, não podendo, por isso, perder de vista que a efetiva participação de todos é imprescindível ao processo democrático, que não é um objeto pronto e, portanto está longe do ideal a se aperfeiçoar. Além do mais, o crescimento e o desenvolvimento do país e de seus cidadãos deve ser uma constante, independentemente de uma página virada no calendário.
Efetivamente a vida está mais dura pela distância dos homens à sensibilidade, ao amor verdadeiro, ao respeito ao próximo e ao direito alheio. Por outro lado, a gigantesca diferença social provoca uma situação de insegurança em todos os sentidos, além do que, os que deveriam trabalhar pela melhora desse quadro, ignoram-no de forma a agravar o relacionamento humano e a piorar as condições de milhares de pessoas.
DIA DA PAZ
Aproveitamos a proximidade do Dia Mundial da Paz, Primeiro de Janeiro para reiterar que a paz não pode ser vista como um simples intervalo entre conflitos quer no espaço ou na rua, quer na posse de armamento ou poder, mas como procura incansável de uma convivência geral mais fraterna, vivenciando o preceito supremo da caridade: ‘Ama o teu próximo como a ti mesmo’ (Mt, 22,39)”.
DIA DA LEMBRANÇA
No dia seguinte ao Natal, vinte e seis de dezembro, celebra-se o Dia da Lembrança. A data faz parte do calendário formal, inexistindo, todavia, uma explicação e alguns historiadores afirmam que a celebração foi criada justamente nessa ocasião pós-festa natalina para fazermos uma reflexão. E nessa trilha, invocamos Jeremy Irons :- “Todos nós temos nossas máquinas do tempo. Algumas nos levam pra trás, são chamadas de memórias. Outras nos levam para frente, são chamadas sonhos”.
MOMENTO DE POESIA
“Chegou a hora/ é ano novo/ Não porque há relâmpagos no ar./É ano novo/ porque o desânimo é passado/ e porque o sol reflete sua luz/nas pedras e nos campos sem fim./Porque existe o prazer de viver/de sorrir/de ouvir canções/ e vontade de saudar os dias e as noites./ É ano novo/ porque há cor / há sonho com a posse das coisas limpas./ Porque há vozes e o eco do canto dos galos/que seguem anunciando as manhas./É ano novo, /porque o mar que se abre,/eternamente,/ao comando da mão/deixa passar a brisa/e fecha passagem/às praias espessas e desertas da alma”( Maria Regina Caetano Soares)
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. Presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)
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