O Dia Internacional da Paz, 21 de setembro, quarta-feira próxima, foi instituído pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 1981 para “comemorar e fortalecer os ideais de paz em cada nação e cada povo entre elas”. Objetiva despertar a solidariedade e a fraternidade entre os povos, sobrepondo-se ao egoísmo, ao unilateralismo e principalmente, as conseqüências de um capitalismo desenfreado, onde o lucro dá tônica às relações.
Efetivamente, não podemos perder de vista que a paz é fruto da justiça, inclusive por indicação bíblica (cf. Is 32,17). Sem a sua prática não há harmonia nos relacionamentos entre as pessoas e até entre os povos. Na mesma trilha, pode-se dizer que ela é uma conquista a ser buscada, exigindo nossa indignação pelo desrespeito aos direitos fundamentais do ser humano e nossa preocupação com a prevalência da concórdia entre todos, ainda que tais posicionamentos conflitem muitas vezes, com privilégios de muitos que os pretendem imutáveis.
Os embates sociais e a competitividade crescente em todos os campos colocam os países, as empresas e os indivíduos em constante posição de agressão/defesa. Esquecemos assim, que a tranqüilidade pública pressupõe uma base em valores profundos e inabaláveis, notadamente em épocas como a atual em que a corrupção é um mal visível e a situação política complexa em função mais dos interesses pessoais dos representantes da população do que da própria administração pública, gerando desigualdades sociais, fontes de tensões e explosões de violência.
Somos responsáveis por esta infeliz realidade. Para vencer a injustiça social e a situação hoje do Brasil indispensável que cada um seja capaz de reconhecer a dignidade do próximo e se disponha a lutar por seus anseios fundamentais. Invocando trecho de Paulo Freire, podemos dizer que “a paz se cria, se constrói, na e pela superação de realidades sociais perversas. A paz se cria, se constrói, na construção incessante da justiça social.”
SUBSTITUIR “PRECONCEITO” POR RESPEITO
Um caminho mais produtivo para substituir o preconceito seria canaliza-lo construtivamente para tornar o portador de necessidades especiais, independente tanto quanto a si próprio, como consequentemente em relação à sociedade. Talvez seja este o caminho para atingir um degrau a mais na evolução do desenvolvimento e integração da pessoa com deficiência. Celebrações como a do Dia Internacional de Luta da Pessoa Portadora de Deficiência – 21 de setembro - revestem-se de suma importância para refletirmos sobre importantes questões de cidadania que afetam tais indivíduos e que não podem mais ser tidas, como de puro assistencialismo, mas sim de Justiça e Dignidade.
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta de Jundiaí. Ex-presidente das Academias Jundiaienses de Letras e Letras Jurídicas
(martinelliadv@hotmail.com)
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