PAZ - Blogue luso-brasileiro
Sexta-feira, 28 de Dezembro de 2018
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - ANO NOVO. BUSQUEMOS SEMPRE A BELEZA DA POESIA QUE NOS REMETE TODOS ENCANTOS DA EXISTÊNCIA.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No início de cada ano, realizam-se muitas simpatias e análises, cultos esotéricos e religiosos. Visando melhorar a situação principalmente em momentos de crise econômica, as pessoas se socorrem dos mais variados meios na esperança que tudo se transforme. Efetivamente a vida está mais dura pela distância dos homens à sensibilidade, ao amor verdadeiro, ao respeito ao próximo e ao direito alheio. Por isso, sobram desejos e pedidos de paz, prosperidade e saúde.

No entanto, as mudanças concretas só se sobreporão aos sentimentos repentinos ou as manifestações artificiais dessas festas, se realmente assimilarmos gestos de boa vontade e unirmos nossas mãos em atitudes concretas de partilha, para a construção de uma nova sociedade, em que as desigualdades não sejam tão ostensivas e chocantes. Com efeito, os cumprimentos recíprocos não se consolidarão enquanto persistir a concentração de riquezas nas mãos de poucos; as gritantes injustiças cometidas sob os mais frágeis argumentos; a corrupção devassadora e outros males provocados pela prevalência das questões financeiras sobre as sociais – verdadeiros acintes aos valores cristãos.

         E para não voltamos, após as comemorações, à constante tensão, preocupados com a sobrevivência e isolados em nossos mundos particulares, devemos primordialmente nos agarrar a três atributos fundamentais: solidariedade, fraternidade e sensibilidade. Através das duas primeiras, passamos a priorizar o respeito à dignidade humana, com a participação e a ajuda permanentes, virtudes que se subordinam à disposição afetiva em relação a quem nos avizinha notadamente numa época em que o desenfreado consumismo faz frente aos inúmeros princípios, tornando os indivíduos mais frios e insensíveis. Levam-nos a entender ainda que a educação e a obediência aos diplomas legais vigentes não se constituem em favor nenhum: são deveres naturais e essenciais a uma convivência civilizada e que a inversão de valores precisa ser combatida.

         Quase concomitantemente, busquemos a beleza da poesia que nos remete aos encantos gerais e completos da existência. Traz paz ao espírito, alivia as inquietudes do cotidiano, valoriza o amor e paixão, faz-nos exercer a sensibilidade em seus mais importantes aspectos. No sentido figurado, é tudo aquilo que comove, sensibiliza e desperta sentimentos. Por essa razão, há milhares de motivos para sermos atingidos por ela no ano de 2019, que se inicia amanhã.

Com certeza, seremos mais humanos e o mundo bem melhor. Assim, meus votos são para que as pessoas se permitam atingi-las por ela. A  vida fica muito mais coerente, quando sentimos os elos poéticos transmitidos por coisas e seres, às vezes simples e próximas da gente, mas que não conseguimos enxergar pela dolorosa competitividade da qual participamos no cotidiano e que mascaramos como luta pela subsistência.

E nessa trilha, invocamos trecho de “Ano Novo Na Cor da Paz” de  Carlos Drummond de Andrade: “Para ganhar um ano-novo/ que mereça este nome,/ você, meu caro, tem de merecê-lo,/ tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,/ mas tente, experimente, consciente./ É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.”

 

 

DIA DA PAZ

 

 

Por instituição da Igreja Católica, celebra-se a primeiro de janeiro o Dia Mundial da Paz. “Onde quer que ela venha a perder o seu equilíbrio e a sua eficiência, os Direitos do Homem tornam-se precários e ficam comprometidos; onde não há paz, o direito perde o seu caráter humano” (Papa Paulo VI). Devemos sempre consolidar uma cultura pacifista.

 

 

ESPERANÇA

 

 

“Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano/ Vive uma louca chamada Esperança /E ela pensa que quando todas as sirenas /Todas as buzinas/Todos os reco-recos tocarem/ - Ó delicioso vôo!/ Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,/ Outra vez criança…/ E em torno dela indagará o povo:/ - Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?/ E ela lhes dirá/ (É preciso dizer-lhes tudo de novo!)/Ela lhes dirá bem devagarinho,/ para que não esqueçam:- O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA…” (Mario Quintana)

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)

 



publicado por Luso-brasileiro às 11:58
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