Em homenagem à Santa Ana, mãe de Nossa Senhora e avó de Jesus, comemora-se a 26 de julho, o Dia da Vovó. Realmente, uma justa reverência, já que avós merecem consideração e respeito, pois viveram mais tempo, possuem grande experiência e podem transmitir inúmeros ensinamentos a todos da família. Por outro lado, são pessoas ligadas a nós através de laços consangüíneos, sendo os pais dos nossos pais. A maioria se constitui num grande exemplo de trabalho, de honestidade, de paciência, de fé, de firmeza e principalmente de muito amor. Às vezes, revelam-se em força estabilizadora dentro do lar, em exemplos reais de superação humana e em arquivo imenso de bons conselhos. A importância deles na vida familiar é tão intensa que a Lei 12.398/2011 promulgada no Brasil lhes garante o direito de visitar os netos em caso de separação, podendo, a critério do juiz, ser extensiva a eles a guarda e educação dos menores, levando em conta os interesses da criança ou do adolescente.
Aproveitemos a ocasião para refletir sobre a situação em que os idosos se encontram atualmente em diversos países. A questão dos direitos fundamentais, relevante por si só, adquire uma nova e inusitada dimensão quando considerada à luz do crescimento demográfico da terceira idade em todo o mundo, pois envolve, em relação a ela, aspectos e peculiaridades que não podemos ignorar. Origina exigências de respeito, acatamento, reverência e solidariedade, tão importantes quanto os aspectos materiais e de saúde.
Em nossa carreira profissional, tanto como advogado, como jornalista, pudemos constatar que milhares de pessoas nessas condições estão marginalizadas em todos os setores. São tratadas em determinadas ocasiões como inúteis ou como crianças inconscientes e irresponsáveis. No mercado de trabalho quase inexiste tarefa digna que possam exercer, mesmo com toda vivência que acumularam em seus anos de atividades.
Assim, o idoso perde os referenciais e se sente incapaz e inseguro, refugiando-se forçosamente no núcleo familiar, que o acolhe, às vezes, como um verdadeiro problema sem solução. É necessário valorizar as pessoas mais velhas e despertar na comunidade que elas mesmas ajudaram a construir, uma visão ampla das possibilidades de aproveitamento da força laborativa de que dispõem; a experiência, a criatividade e a imensa capacidade de amor e energia que podem transmitir, como meio, inclusive, de combater e prevenir problemas relacionados com sentimentos de inutilidade, solidão e infelicidade.
Cada ruga, às vezes, representa uma história. E são tantas. Vamos ouvi-las, curti-las e principalmente respeitar todos, pois poderemos aprender bastante e ainda retribuímos um pouco pelo muito que fizeram e fazem por nós, pela sociedade e pela humanidade como um todo.
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)
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Por motivo de férias, como tem acontecido nos anos anteriores, não será atualizado o blogue,durante o mês de Agosto.
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