Um desses enfoques, inclusive, tem data especial. A FAO, órgão da ONU para a alimentação e a agricultura, escolheu o dia 16 de outubro, aniversário de sua criação ocorrida em 1945, como o DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO, sexta-feira passada, visando destacar a importância dos gêneros alimentícios à qualidade de vida das pessoas em todo o planeta. Mesmo assim, o número de indivíduos com fome no mundo continua subindo, em razão da disparada dos preços dos alimentos, anunciou o diretor da entidade, Jacques Diouf.
Por outro lado e na trilha de dependência dos graves problemas, esta alta nos valores ameaça reverter todos os avanços globais com desenvolvimento e levar cem milhões de pessoas em todo o mundo para abaixo da linha da pobreza, avançando a miséria, o que contraria todos os preceitos outorgados em prol de atendimento das necessidades fundamentais dos seres humanos. Tanto que as cúpulas sobre alimentação de 1996 e 2002 concluíram por “alcançar a segurança alimentar” e “reduzir à metade o número de pessoas subnutridas até 2015, no máximo”. Para Diouf, no entanto, se a atual tendência for mantida, a última meta indicada será alcançada em 150 anos e não em 2015, como proposto. Para obtê-la, seria necessário tirar 500 milhões de indivíduos desta triste condição em sete anos. Desta forma, é preciso que se criem políticas específicas, já que a fome é uma causa da pobreza, não apenas sua conseqüência. Atualmente, globaliza-se a pobreza e não o progresso; a dependência e não a soberania; a competitividade e não a solidariedade (Manifesto do Grito dos Excluídos – 2001), consolidando-se um sistema de tal forma que, para que poucos tenham muito, é necessário que muitos tenham pouco. Esse quadro de desigualdades é uma afronta à dignidade da pessoa humana e impede de construirmos um mundo solidário e justo, onde todos possam indistintamente satisfazer suas necessidades fundamentais.
No entanto, se quisermos uma sociedade onde o viver e o convívio sejam os valores máximos, faz-se necessário um esforço maior em dar a todos iguais possibilidades de participação. A fome se revela num agravo à consciência ética da humanidade. Não por acaso a Declaração Universal dos Direitos do Homem dispõe que o alimento é condição indispensável à vida e à cidadania, ao que se poderia acrescer, também à liberdade. Assim, permanecem plenamente atuais as palavras de Adlai Stevenson, que “um homem com fome não é um homem livre”. E seja qual for o entrave que tolhe a liberdade dos indivíduos, é sempre um empecilho ao desenvolvimento dos seres humanos e à plenitude da vida.
DIA DO MÉDICO
A Universidade e Pádua, na Itália, proclamou no dia 18 de outubro de 1468, o evangelista e médico Lucas como patrono do Colégio dos Filósofos e dos Médicos. A partir daquele ano essa data passou a ser comemorada como o Dia do Médico. É uma homenagem aos profissionais que exercem a arte de curar, através de métodos científicos. Nessa trilha, transcrevemos parte de artigo publicado pelo jornal “Folha de São Paulo”, assinado por Miguel Srougi: “A medicina nos oferece um privilégio sem paralelo na existência humana: a chance de aliviar o sofrimento e de resgatar seres para vida. A sensação proporcionada por esses momentos é arrebatadora. E isso acontece no cotidiano da vida médica. Esse processo de insere no conceito de felicidade plena, cuja melhor definição roubei da telinha despretensiosa de meu computador. Li e concordei que felicidade é um estado de contentamento como que somos, é viver num “continuum” de bem-estar físico, mental e afetivo. Nada material.” (16/01/2011- p. A-3)
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. Presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)
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