O Dia Mundial da Oração é comemorado em mais de cento e setenta países na primeira sexta-feira do mês de março, ou seja, no próximo dia 06. Esse movimento foi iniciado por mulheres em 1887 e, desde então, congrega pessoas de diferentes raças, culturas e tradições religiosas, para orarem em conjunto e compartilharem esperanças e temores, alegrias e tristezas. Com efeito, constitui-se num evento de grande relevância já que visa difundir uma das principais e mais importantes condutas ou até hábitos praticados pelos seres humanos.
Realmente a oração se revela num ato interior do indivíduo, com a qual conversa com Deus para pedir graças; solicitar proteção, saúde, melhores condições de vida, emprego, cura interior, paz e segurança para si, familiares e amigos; declarar seus temores, anseios e necessidades diárias; e muitas vezes, para se redimir, desculpando-se por suas atitudes egoístas, invejosas e outras contrárias aos princípios e valores espirituais. Busca-se uma força que se pode dizer divina, para obter o que almejamos principalmente certa tranquilidade de consciência perante o momento da morte e também mais harmonia, amizade e respeito, tão difíceis na atualidade.
Nessa trilha, o consagrado escritor brasileiro Rubem Alves, com brilhantismo, expressou-se: "Orações e poemas são a mesma coisa: palavras que pronunciamos a partir do silêncio, pedindo que o silêncio nos fale." Por isso concordamos expressamente com o filósofo Platão, que dizia “o homem pode fazer de melhor para a sua felicidade é pôr-se em harmonia constante com Deus por meio de súplicas e orações”.
Pode-se dizer ainda que a oração é um instrumento de gratidão ao Criador, agradecendo-Lhe por tudo que nos oferece como o ar que respiramos; a natureza que continuamente floresce; as realizações que temos em nossas vidas; os alimentos que ingerimos; os trabalhos que executamos e as dádivas e coisas, simples ou importantes que alcançamos, ou seja, louvamos o Senhor demonstrando nossa fé, sem discriminação de religião, crença ou seita. Há os que fazem grupos, vigílias e encontros para proferirem e cantarem palavras de reverência e de adoração ao Redentor, que é onipotente e onipresente e através dessas invocações, atingem uma necessária serenidade mística.
Desta forma, inspirados pela data comemorativa de sexta-feira, procuremos nos silenciar por alguns instantes e façamos uma oração, cientes de que “dez minutos orando são melhores do que um ano murmurando” como asseverou Charles Haddon Spurgeon, inspirando-nos também em Santa Terezinha, para quem “a oração é um impulso do coração, um simples olhar dirigido para o céu, um grito de agradecimento e de amor, tanto do meio do sofrimento como do meio da alegria. Em uma palavra, é algo grande, algo sobrenatural que me dilata a alma e me une a Jesus".
A corrupção não deve ser parte de nossa cultura
“A corrupção é o mal que exaure a dignidade e a cidadania dos povos, drena a riqueza das nações e desvia recursos que proporcionariam o bem-estar e o processo de todos para o bolso e privilégio de alguns poucos” (Paulo Adib). O nosso país é um dos mais tolerantes do mundo com práticas desta natureza, que são constantes e infelizmente, perdem-se no espaço e no tempo da impunidade e morosidade da Justiça brasileira, sem contar que muitas vezes são maquiadas e manipuladas pelos interesses de muitos poderosos.
Stuart Gilman, com raro brilhantismo, assim se expressou: “o mais nocivo custo da corrupção é humano. A corrupção corrói o elo da sociedade, degrada instituições públicas e enfraquece o ambiente de investimentos. E o impacto maior recai sobre a população mais vulnerável. Este é o culto real: crianças sem educação, doentes sem acesso a serviço de saúde, pequenos negócios que não conseguem sobreviver”.
Eliminar a corrupção por completo não será possível, mas devemos controlá-la e preveni-la. A população precisa combatê-la, denunciá-la e principalmente, não aceitá-la como se fosse uma espécie de característica de nossa cultura. A sua estagnação se inicia com a conscientização de impedi-la, cobrando punição coerente dos órgãos responsáveis aos infratores e evitando políticos já condenados por esses delitos.
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com).
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