A preservação dos meios naturais como as florestas se constitui numa defesa da própria vida. A violência contra o nosso planeta, deteriorado de tantas formas, desmatamentos, aquecimento global, poluição etc., traz graves resultados para a própria preservação da espécie humana.
21 de março é o Dia Mundial das Florestas conforme deliberação da Organização das Nações Unidas, numa iniciativa que visa reconhecer as florestas e seu manejo sustentável como fundamentais para o desenvolvimento, a erradicação da pobreza e a conquista dos objetivos de desenvolvimento do milênio. Trata-se de excelente oportunidade para uma reflexão séria, para medidas concretas relacionadas a sua proteção e para uma gestão responsável sobre elas, objetivando sua conservação sustentável em benefício das atuais e futuras gerações.
Com efeito, as florestas guardam uma grande riqueza em sua diversidade, tais como vegetação natural, animais de variadas espécies, minérios e outros recursos de manifesto interesse para o homem, principalmente de ordem econômica, o que vem provocando uma exploração até insana, já que muitas vezes deixam de ser restauradas. Tal descontrole faz com que desapareçam e produzam graves conseqüências: destruição da biodiversidade; erosão e empobrecimento dos solos; enchente e assoreamento dos rios; redução dos índices pluviométricos; elevação das temperaturas; desertificação e proliferação de pragas e doenças, entre outros males.
O descuido com a questão ambiental, às vezes, pela ganância de alguns, ou pela falta de cuidado cônscio de muitos outros, está sendo nocivo para toda a população. Territórios essenciais à manutenção da vida no Brasil como os grandes biomas que estão todos acuados por sérias ameaças, como o desmatamento na Amazônia e no Cerrado, circunstâncias bem indicadas recentemente pelo jornalista José Pedro Martins no “Correio Popular” (12/09/2010- p. A14). Por outro lado, cite-se a título ilustrativo que a Mata Atlântica cobria todo o litoral brasileiro (um milhão de km2) e hoje está reduzida a apenas 4% de sua extensão original.
Toda a degradação e os usos insustentáveis são efetivados em contrariedade com a própria legislação vigente (Código Florestal) e por mais que se aperte a fiscalização, são inúmeras as ocorrências ainda impunes e que acabam incentivando práticas ilegais. Além desses impactos locais e regionais, há também um perigoso abalo em escala global. A queima das florestas, seja em incêndios criminosos, seja na forma de lenha ou carvão vegetal para vários fins, tem colaborado para aumentar a concentração de gás carbônico na atmosfera, um dos principais responsáveis pelo efeito estufa. Assim, a utilização sustentável dos meios naturais como as florestas, não é penas uma questão ambiental, mas tem reflexos sociais e econômicos. A violência contra o nosso planeta, deteriorado de tantas formas, desmatamentos, aquecimento global, poluição etc., traz graves resultados para a própria preservação da espécie humana. Por isso, defender o meio ambiente é defender a vida. Afinal, ignorar que vivemos num mundo de recursos finitos e no qual todas as coisas interagem, numa cadeia de causas e efeitos que tem relação direta com nossas vidas, compromete o futuro. Desenvolver, portanto, uma responsabilidade ecológica nada mais é do que expandir para muito além dos limites da nossa existência individual o princípio de proteção do coletivo. Se continuarmos a percorrer o caminho do desrespeito ao meio ambiente, estaremos comprometendo o destino de nossos filhos, netos e bisnetos.
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário.
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