Com muitas solenidades cívicas, celebra-se a sete de setembro o Dia da Independência no Brasil já antecedido por diversos festejos durante a Semana da Pátria. Sem dúvida alguma uma data histórica extremamente importante, cujo próprio significado traduz um processo ou uma condição a ser conquistada a cada dia. E aqui reside uma grande preocupação: efetivamente, uma nação que não investe prioritariamente em educação, trabalho, saúde e cultura, não pode ser considerada independente de fato e, assim, seu povo também não o será. Um indivíduo inculto não tem condições de se revelar num homem psicologicamente livre porque, incapaz de avaliar seus esforços, deixa-se sonegar pelas injustiças dos poderosos.
O Brasil tem sérios e profundos problemas que demandam soluções urgentes, estando na iminência de se instituir um verdadeiro caos social, onde o desrespeito às normas e às instituições se transforme numa abusiva constância. Grande parte dessa situação se origina da alienação e massificação que prevalecem até em pessoas que frequentam escolas em função da baixa formação que recebem. Tais circunstâncias geram egoísmo e comodismo levando ao embrutecimento espiritual e moral, tão bem produzidos por uma cultura consumista, embasada exclusivamente pelo poder econômico, muitas vezes, estritamente ligado à área política.
Para se combater problemas como a desigualdade social, a corrupção, a violência, a recessão e tantos outros, é necessário mais que a simples indignação. O percurso passa pela organização cada vez maior da sociedade civil e pelo exercício concreto da cidadania, também no cumprimento de se exigirem posturas compatíveis com as necessidades fundamentais da população, garantindo-lhe seus direitos básicos, sustentáculo da vida social.
Como já se disse, a solidariedade e a capacidade de reivindicar são armas poderosas e imprescindíveis, que nos outorgam a convicção de que, apesar das adversidades, somos e devemos ter capacidade de resistir a uma dominação que só privilegia poucos. A sociedade precisa se decidir de vez a cobrar menos improviso e mais planejamento de seus governantes e estes, ouvirem o clamor por mais eficácia. Por outro lado, patriotismo não é só ufanismo em vitórias da seleção de futebol ou de vôlei, nem tão pouco só em momentos de comoção nacional. Ele principalmente se consolida com sentimento, ação, idealismo, bravura, abnegação e esforço. Mas é também realismo, lealdade, esforço, e concretiza-se no exato cumprimento do dever, na solidariedade e na responsabilidade.
Cada cidadão, por isso, precisa fazer a sua parte, privilegiando a ética nos seus próprios atos e cobrando o máximo de seriedade dos governantes e das instituições, de forma permanente e participativa. Entendemos que uma Nação só atuará com determinação própria e com concreta independência, quando todos tiverem seus direitos assegurados, com livre acesso, sem quaisquer distinções ou restrições aos legítimos e inalienáveis instrumentos concernentes à dignidade humana, pondo-se fim à enorme exclusão social, à grande concentração de renda nas mãos de poucos e à privação para a maioria, dos bens mais primários.
DIA DA ALFABETIZAÇÃO
No dia oito de setembro, o mundo celebra o DIA INTERNACIONAL DA ALFABETIZAÇÃO, criado pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), cuja luta prioritária, é a educação para todos. Num momento em que evolução é sinônimo de conhecimento, em que se produz uma admirável revolução no campo das comunicações, é intolerável que tantos brasileiros continuem a ter seu acesso barrado ao mundo da cultura e da informação, apesar dos significativos avanços nos últimos tempos. Por isso não deve ser descurado o combate ao analfabetismo e quando o Estado não propicia condições para tanto, evidentemente que o voluntariado se faz cada vez mais necessário, já que o setor privado, preenchendo uma lacuna deixada pelo Poder Público, beneficiar-se-á das conquistas neste campo. Associar o desenvolvimento educacional ao desenvolvimento social é fundamental para que se obtenham resultados positivos verdadeiros no processo de alfabetização, principalmente no caso daqueles que perderam a chance de passar pela escolarização regular.
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta de Jundiaí. Ex-presidente das Academias Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas (martinelliadv@hotmail.com)
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