As praças humanizam as cidades e as relações entre as pessoas. São centros de lazer democráticos e gratuitos; abertas a pobres e ricos, crianças e idosos. Sem preconceitos, nela brincam as crianças, os idosos jogam cartas, os namorados se beijam, os cachorros passeiam e fazem xixi nos postes, todos batem papo e se encontram para fazer o que tiver vontade.
Há muita poesia e música falando de seus encantos e da sua concepção democrática. No final dos anos 60, Ronnie Von no Brasil cantava as lembranças de “um banco da pracinha onde um amor nasceu”. O compositor Caetano Veloso a celebrizou indicando que “a praça Castro Alves é do povo, como o céu é do avião”. Na TV, há trinta anos no Brasil, “A Praça É Nossa” traz ao SBT muita diversão com personagens autênticos e universais.
As praças são carregadas de gente de fé. Muitas delas abrigam igrejas que promovem atos litúrgicos prestigiados por fiéis que acabam passando por elas. São tão simpáticas as nossas recordações, que até uma pessoa quando é boa, recebe carinhosamente a indicação “boa praça”.
Falamos tudo isso, porque 22 de outubro, é o Dia da Praça no Brasil. Momento de celebrarmos esse centro- um pouco limitado durante a pandemia - que, como propósito urbano que vincula o indivíduo à sociedade, faz com que partilhe construtivamente da vida do seu semelhante, encerrando vários aspectos que nos levam a solidariedade.
As ágoras, na Grécia, podem ter sido as primeiras praças na história, já que era um ambiente público aberto para os cidadãos discutirem política. Historicamente se formaram nas cidades europeias, normalmente relacionadas com a configuração natural de um espaço livre a partir dos planos de edifícios que foram sendo construídos ao redor de construções importantes, como mercados centrais, igrejas, catedrais e prédios públicos, conforme publicações sobre o assunto.
No entanto, para nós, constitui-se ainda em espaços ao ar livre, importantes à convivência social, principalmente à consolidação de relações amistosas, local de encontros e até de reflexões e reinvindicações.
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito Padre Anchieta de Jundiaí. É ex-presidente das Academias Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas (martinelliadv@hotmail.com)
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