A mais importante dentre as missões educativas é a de ensinar a ler. Por isso é que o alfabetizador mereceria reconhecimento singular, distintivo e preferencial em relação às demais todas nobres funções docentes. É que ensinar a ler significa abrir as janelas d‘alma para a maravilha do universo.
Quem lê viaja sem pagar passagem, se transporta para o interior de outras mentes, se transforma e se aperfeiçoa de forma divertida, espontânea e gratuita. Além disso, a leitura completa a formação integral do ser humano. Atende aos objetivos da educação, direito de todos e dever do Estado e da família, a ser propiciado em colaboração com a sociedade.
Objetivos que são o desenvolvimento pleno das potencialidades de cada pessoa, a formação para a cidadania e a qualificação para o trabalho. 53 mil estudantes que se submeteram ao Enem – Exame Nacional do Ensino Médio, tiraram nota zero na prova de redação. Não sabem escrever. Qual o motivo? Não sabem ler. Ou não gostam de ler. Ou não foram estimulados a fazer da leitura o mais saudável hábito e o mais enriquecedor do nosso patrimônio pessoal.
Muitas pessoas já despertaram para isso. Em São Paulo, capital, a lei 16.333/2015 institui o Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca. A lei 14.999/2009 institui a Semana de Incentivo e Orientação ao Estudo e à Leitura e a lei 14.477/2007 cria a Semana da leitura.
Há projetos de lei como o 547/2014, que cria o Programa Leitura nos ônibus, com espaço para livros dentro dos veículos, o 266/2014, que cria a Parada Cultural, com bibliotecas nos pontos de ônibus, o 279/2014, que amplia as atribuições da Biblioteca Mário de Andrade e o 517/2013, que institui o Programa Vale-Leitura aos profissionais de educação do Município.
Barueri promove todos os anos o dia da leitura, Lençóis Paulista é a cidade em que mais se lê no Estado de São Paulo, em Catanduva o projeto “Centopeia” incentiva os alunos da rede pública estadual a lerem ao menos 10 livros por ano. Mas todos podemos fazer mais para que a leitura se torne prazerosa, não obrigatória. Uma satisfação, uma alegria, um momento de crescimento prazeroso, não uma obrigação. Sem isso, não haverá futuro para o Brasil. É missão urgente, para a qual todos somos chamados.
Fonte: Jornal de Jundiaí | Data: 26/06/2016
JOSÉ RENATO NALINI é secretário da Educação do Estado de São Paulo. E-mail: imprensanalini@gmail.com.
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