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Segunda-feira, 25 de Abril de 2016
JÚLIA FERNANDES HEIMANN - PIPAS

                                   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  Assim como muitas palavras na Língua Portuguesa, o termo pipa pode ser um recipiente bojudo de madeira para armazenar bebidas e também um brinquedo usado por crianças do mundo inteiro.

  Sobre esta pipa brinquedo é que o texto versará.

  Quem vê uma pipa no ar, não imagina que esse brinquedo teve origem na China, no século 2 a.C. A História registra que um general de nome Han-Sin usava um pequeno planador, preso a um fio, para enviar informações aos seus soldados prisioneiros num campo sitiado. Pela cor, forma e movimento do objeto, tornava-os cientes do que estava acontecendo do outro lado.

    Dessa estratégia nasceu a pipa que, no Brasil, dependendo da região, recebe os nomes de: papagaio, pandorga, arraia, pião, entre outros. A tradicional, usada pelas crianças de Norte a Sul, é feita com varetas de bambu e papel de seda. Em campeonatos, são utilizados materiais como a microfibra e outros, sendo estas mais atrativas em tamanho e desenhos.

    A pipa teve até um papel importante na invenção do tão indispensável para-raios, considerando o conhecido episódio de Benjamin Franklin que, em 1752, pendurou uma chave de metal no fio de uma pipa, num dia de tempestade, para demonstrar a eletricidade contida no raio.

     As pipas também são famosas nos quadros de Cândido Portinari; nas músicas de Villa-Lobos; de Pixinguinha – que também as confeccionava – e de outros músicos brasileiros.

     Um livro que virou filme e bateu recorde de vendas foi “O Caçador de Pipas”, de Khaled Hosseini. O título do livro e do filme refere-se a Hassan, menino caçador de pipas durante os campeonatos realizados em Cabul. O enredo é deveras triste, mas colocado com muita inteligência pelo autor, ao abordar o mal causado pelo ciúme e pela inveja. É uma lição de vida. E a pipa uma protagonista...

     O romance já vendeu oito milhões de exemplares, sendo mais de um milhão no Brasil.

       A pipa tem, além do caráter lúdico, o poder de se transformar em tema para enredos inteligentes, como o citado acima.

        Em 1999, em São Paulo, capital, foi inaugurado o “Pipódromo” que fará dezessete anos no próximo mês de setembro.

         Bem menos prejudicial do que os balões – se o acessório cerol  não for utilizado - a pipa é brinquedo barato e acessível a todas as crianças. Serve, também, como forma de trabalho e ressocialização de presidiários, pois as vendidas em mercados e lojas são por eles confeccionadas.

       Não sei por que, mas durante a primavera, verificamos mais pipas enfeitando o ar e os campeonatos são, também, realizados nessa época.

       Vamos, então, soltar pipas? É um bom exercício para os braços!

       Eu fui pipeira, quando pequena! Vai tempo.... Saudade da pipa cortada; saudade da pipa fugida; saudade da pipa rasgada...

       Fugit irreparabile tempus.

 

                                                          

 

JÚLIA FERNANDES HEIMANN   - escritora, poetisa e acadêmica. Jundiaí. 

 

   



publicado por Luso-brasileiro às 18:45
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