“Escolha a Escola” é o título do primeiro livro do meu amigo Prof. Eliezer Barbosa da Silva, embora ele já tenha participado de antologias. Nascido em Pernambuco, em Bezerros, encontra-se em Jundiaí desde 1997. Sua cidade natal é rica em cultura como a encontrada no ateliê do Mestre de xilogravura, artista e cordelista J. Borges, que retrata o cotidiano do nordestino. É impregnada também pelas belezas da natureza: as do Parque Ecológico de Serra Negra.
Trouxe para cá sua alma inspirada por essa realidade, além dos cuidados ternos que recebeu de seus pais, de quem possui o maior orgulho. Foi aqui que se fez professor e transformou muitas de suas aulas em poesia.
O amor à palavra, inerente ao autor, me faz recordar o Romanceiro da Inconfidência de Cecília Meireles: “Ai, palavras, ai, palavras/ que estranha potência a vossa! / Todo sentido da vida/ principia a vossa porta:/(...)/ sois o sonho e sois a audácia, / calúnia, fúria, derrota...”
Gostei muito do título do livro: “Escolha a Escola” e o acréscimo: “Porque estudar é a maior rebeldia”. Verdade. Estudar, não apenas frequentar a escola, possibilita a lucidez das virtudes, que de fato podem transformar a sociedade em que vivemos; a lucidez sobre os limites da liberdade de expressão para o bem.
Seu amor incondicional aos alunos e à equipe das escolas pelas quais passou se sobressaem.
No poema à Escola Estadual Dom Joaquim Justino Carreira, na qual foi professor, colocou como título “Dom Jardim”. Dentre outros versos, “Lá no bairro do Almerinda/ Comecei a florescer/ Juntamente àquelas flores/ Que ainda estão lá plantadas. / (...) Amo minha segunda casa/ Dom Joaquim Justino Carreira/ Um jardim que nos abraça...”. Além da beleza das imagens, o título “Escola Dom Jardim” me transporta para quem lhe deu o nome, meu inesquecível amigo Dom Joaquim, que era das sementes, das flores, dos frutos. Dom Joaquim afirmava que “Ter fortaleza é ficar firme diante dos acontecimentos principalmente das dificuldades...”. O mestre, sem dúvida, carrega o dom da fortaleza.
Quanto ao poema “A Casa da Fonte”, com seu histórico desde a inauguração da CSJ – responsável pela construção e operação da Estação de Tratamento de Esgoto, nossos agradecimentos e a certeza de que desejamos ser o que o autor coloca em versos:
“...O amor une as pessoas, estreita os laços também
Quem antes era ajudado, agora ajuda alguém
Se você não nos conhece o convite está feito
Venha beber desta fonte, que a todos tem aceito...”
Conforme ele escreve na apresentação, o livro é “gostoso de se ler, é uma ode à educação...” Sem dúvida, estudar e ser do correto é a maior rebeldia.
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -
Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil
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