Gosto demais dessas vivências de alinhavo do passado com o presente e do presente com o passado. Não permitem que nada se perca.
No último dia oito de julho, a Nicolina Nogueira completou 80 anos de vida e de coração bonito. Foi aluna da mamãe, aos oito, em 1945, na Fazenda Ipê em Itatiba. E seu irmão Clodoaldo Nogueira, também. Eram filhos do administrador do local. A mamãe ficava hospedada na fazenda durante a semana e, dessa forma, aproximou-se mais deles ainda. O reencontro entre os alunos e sua professorinha, assim a chamam até hoje, se deu há três anos pelo Clodoaldo. O irmão mais velho, com 90 anos, Gervásio, gosta de relembrar que era ele que selava o cavalo para ela andar ou que a conduzia de charrete até o ponto da estrada onde aguardava, aos finais de semana, a jardineira a fim de retornar a Jundiaí. Um acontecimento raro o da semana passada: a mestra de 93 anos cantando parabéns para a ex-aluna de 80. Essa família Nogueira - com seus descendentes - entrou para sempre no meu coração. E percebo que o convívio com eles rompe os limites da idade da mamãe: ela se faz presença com alegria. E tem mais, a Nicolina propôs, como lembrança dessa data, aos convidados, um item para os quitutes da Magdala ou de material de escola para a Casa da Fonte – CSJ. Projetos com os quais a mamãe possui laços de ternura e se integra.
Considero tudo isso incrível! Um privilégio fazer parte, de alguma forma, dessa história. Gente de alma iluminada a família Nogueira.
Na mesa do bolo da Nicolina, dentre outros encantos, havia a frase: “Desejo que você tenha a quem amar e, quando estiver cansada, ainda exista amor para recomeçar”. Amor, sem dúvida, não lhe falta. Amor, sem dúvida, não lhes falta.
Gratidão imensa por essa experiência de afeto e amizade que o tempo não leva.
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -
Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.
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