Em solo deserto tracei o destino
Descobri o mar de angústias em meu ser
Parti em barco à vela clandestino
Nadei em águas turvas ao entardecer.
De longe mirei a vastidão do cosmos
Perdida em labirintos de douta erudição
Dos grandes mestres li Súmulas e Tomos
Mas nada atenuou a densa solidão.
Ao leito deste rio aonde recolhi
Em águas transparentes renasci
Se na Foz da noite escura mergulhei
Foi na esperança modelada nas tormentas
Que sublimei a dor nas ferramentas
Ditando, em suma, aquilo que eu serei.