PAZ - Blogue luso-brasileiro
Terça-feira, 20 de Dezembro de 2022
MARIA DE LURDES FONSECAMARQUES - SEM ABRIGO

Não vejo nada mais triste
Que a tristeza em teu olhar
Quem passa vê e assiste
Ao teu lento caminhar
Caminhas em passo incerto
Já te chamam vagabundo
Estás aí por decreto
Da injustiça deste mundo.
Teu lar tranquilo e seguro
Deixou de te pertencer
E no horizonte escuro
Sentiste o entardecer.
Teu emprego te deixou
Seguido da depressão
e naquilo que restou
Ninguém te deitou a mão.
MARIA DE LURDES FONSECAMARQUES , mestre em Filosofia e Cultura Portuguesa.