PAZ - Blogue luso-brasileiro
Domingo, 25 de Setembro de 2016
PAULO R. LABEGALINI - A CARA DO CRISTÃO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Como é a cara de um cristão ou de uma cristã? Se nos referirmos simplesmente ao rosto, fica difícil saber a religião que cada pessoa pratica, não é mesmo? Por exemplo, se víssemos um padre conversando no meio de outras pessoas, não saberíamos que é sacerdote olhando apenas sua fisionomia. Da mesma forma, não identificaríamos com certeza o olhar de um vigarista.

Eu cheguei a pensar que seria bom se isso fosse diferente e não precisássemos perguntar sobre a fé de cada um, mas, como Deus fez tudo certo, hoje vejo que se a religião estivesse estampada no nosso rosto, muitos nem se aproximariam de irmãos com outras crenças, não é verdade?

Há tempos atrás, um aluno me procurou pedindo para fazer prova noutro dia porque queria acompanhar sua mãe numa cirurgia. Eu concordei de imediato, mas querendo orientá-lo na busca da cura – ele estava preocupadíssimo! –, perguntei: ‘Você é católico?’. Ele respondeu que não e eu falei: ‘Então, já que não acredita na intercessão dos santos, peça a Jesus com fé. Ele nos atende quando confiamos na Sua misericórdia’. Ele agradeceu e, antes de sair, disse-me: ‘Fique com Deus’.

Viu como mostramos um ao outro que temos fé no coração? Nem foi preciso sermos da mesma igreja, porém, não são somente as palavras que expõem a ‘cara do cristão’. Já ouvimos tantas vezes dizer que a ‘fé sem obras é morta’ que já é hora de agirmos como cristãos autênticos!

Para isso, as palavras, as gesticulações e os nossos atos precisam ser coerentes com os ensinamentos de Jesus Cristo. Ele disse: “Ide e evangelizai todos os povos”; que significa ter dito: ‘Fale de mim, dê bons exemplos e estenda a mão aos necessitados’. Eu concordo que pouca gente age sempre assim, mas é possível melhorar.

Hoje em dia, quem olha as coisas do mundo com ambição, não tem tempo nem vontade de buscar a santidade. A televisão mostra rotineiramente desde palavrões até corpos degolados, e as audiências de programas de baixo nível estão sempre aumentando! Pelo menos, quanto a isso, nem tenho tido tempo para desperdiçar.

E numa das confraternizações que participei em final de ano, uma amiga de Pastoral comentou que está cada vez mais decepcionada com as pessoas no seu emprego. Ela é professora, afirmou que leva uma rasteira após a outra por parte de gente falsa e não reage à altura para não provocar baixaria. E como é triste constatar a falta de amor ao próximo vendo deslealdade a toda hora!

Portanto, quem segue os Mandamentos de Deus e da Igreja tem a verdadeira cara de cristão, porque age com humildade, perdoa sempre, participa de orações e ama o irmão sem distinção. Sabemos que é muito mais fácil praticar isso tudo quando somos bem educados na infância, como nesta história:

Um garoto de onze anos e seu pai estavam hospedados num chalé para pescarem no imenso lago ao lado. À tarde, quando o pai foi comprar alguns sanduíches, o menino pegou a vara, colocou isca no anzol e o lançou n’água. Em pouco tempo, fisgou um enorme peixe, mas não conseguia tirá-lo do lago de tão grande! Então, avistou o pai se aproximando e gritou:

– Corra, papai, me ajude!

E não demorou muito para puxarem o peixe e verem que se tratava de uma pesca de muita sorte! O filho pulava de alegria e abraçava o pai, até que se acalmou e foi chamado para uma conversa um pouco mais séria:

– Filho, eu lhe disse que a temporada de pesca só começa amanhã, lembra?

– Sim, pai, mas eu só quis treinar um pouquinho!

– Tá certo, agora já treinou, mas temos que devolver o peixe ao lago.

– Devolver? Ele é muito grande e não sabemos se iremos pescar outro igual!

– Sei disso, filho, mas temos que respeitar as regras. Olhe, veja que ninguém está pescando ainda e não é justo fazermos isso escondido dos outros.

–Pai, deixa eu ficar com ele! Ninguém está vendo!

– Um dia você irá entender que fez a coisa certa jogando-o na água. E tem que ser agora, antes que morra, certo? Você o pescou e você irá devolvê-lo.

Com os olhos cheios d’água e ajudado pelo pai, o garoto retirou o anzol e viu o peixe sumir no lago. Hoje, o menino também é pai, leva seus filhos para pescarem no mesmo lugar e, antes de pegarem nas varas, ele orienta: ‘Como dizia o vovô: temos que fazer o que é certo. Antes de nos avisarem que começou a temporada, ninguém pesca, entenderam?’.

Ele nunca mais pegou um peixe tão maravilhoso como daquela vez, escondido do pai, mas aprendeu que a boa conduta respeita os direitos dos outros, mesmo sem ninguém estar olhando. E nas histórias que conta aos filhos, ele acrescenta:

– A ética é uma questão de certo ou errado. Quando temos certeza do que é correto, agimos lealmente, mesmo que isso signifique ‘jogar um grande peixe n’água’. E lembrem-se: ‘A boa educação é como uma moeda de ouro: tem valor em toda parte’.

Eu acrescentaria: Deus tudo vê!

 

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas



publicado por Luso-brasileiro às 16:40
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