Quatro velas estavam queimando calmamente quando uma delas disse: ‘Eu sou a Paz! Apesar da minha luz, as pessoas não conseguem manter-me acesa. Acho que vou apagar...’ E diminuindo devagarzinho, apagou.
A segunda vela falou: ‘Eu me chamo Fé! Infelizmente quase ninguém me percebe e não faz sentido eu continuar queimando.’ Assim que também apagou, a terceira vela se manifestou: ‘Sou o Amor! Não tenho mais forças para queimar porque ninguém cuida de mim.’ E, sem demora, perdeu toda a luz.
De repente, entrou uma criança na sala quase escura, viu as três velas apagadas e perguntou chorando à quarta vela: ‘Por que as outras não estão queimando até o fim?’ Ouviu, então, a resposta: ‘Não tenha medo de ficar no escuro, criança. Eu sou a Esperança e, enquanto eu estiver acesa, poderemos acender também a Fé, a Paz e o Amor.’
Com esta história, pretendo hoje desenvolver a alegria de viver em cada um de nós e, sem esperança na Misericórdia Divina, isso seria impossível. Desde que a ‘Vela da Esperança em Deus’ nunca se apague dentro do nosso coração, poderemos continuar caminhando – crescendo na fé, espalhando o amor e buscando a paz.
Mas, o correto não seria o inverso? Não teríamos que primeiro cultivar a fé, plantar o amor e pregar a paz para termos mais esperança na salvação? Acompanhe antes esta outra história e voltaremos ao assunto:
Dois irmãos moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, mas, por desavenças, não se falavam há anos. Certa manhã, um carpinteiro veio procurar emprego na casa do irmão mais velho e logo recebeu uma missão do proprietário: construir uma cerca bem alta, de modo a separar definitivamente as terras da família.
Na semana em que o carpinteiro trabalhou, o dono da fazenda fez uma viagem de alguns dias e, quando voltou, ao invés da cerca, avistou uma linda ponte sobre o riacho – ligando as duas propriedades. Enfurecido, pegou o machado e foi se aproximando para destruí-la, quando percebeu que seu irmão mais novo vinha feliz em sua direção, gritando: ‘Que gesto maravilhoso, mano! Esta ponte veio para nos unir definitivamente!’
Após se abraçarem demoradamente, foram atrás do carpinteiro para lhe agradecerem pelo excelente serviço e convidá-lo para uma grande festa em família, mas, olhando o horizonte e com a caixa de ferramentas nas mãos, o bom homem lhes disse: ‘Eu adoraria ficar, mas ainda tenho muitas outras pontes a construir!’
Agora, já dá para concluir a ‘ordem das coisas’? É preciso sempre ter esperança para colher bons frutos ou é plantando o bem que crescerá em nós a esperança? Eu penso que tanto faz, pois as duas coisas andam juntas. Quando falamos na esperança da graça de Deus em nossas vidas, sabemos que ela só continuará existindo se Lhe apresentarmos boas obras, assim como toda boa obra realizada nos enche de esperança em chegar ao Céu, concorda?
No caso dos irmãos fazendeiros que brigavam, a ponte foi a obra necessária para manter a esperança de união definitiva da família e, no caso das velas que queimavam, foi a esperança que reacendeu a luz do amor, da fé e da paz na vida da criança; portanto, como lição geral, não é a ordem em que isso ocorre que importa.
E quando se perde a esperança, o que fazer? Eu diria: fortalecer-se na fé, receber muito amor e cultivar a paz! Basta agir com dignidade cristã que, aos poucos, a esperança volta para ficar e, voltando, faz crescer o sentimento essencial em nossas vidas: o amor! Santo Agostinho dizia que ‘o amor não se gasta como dinheiro; o dinheiro se esgota quando é usado, enquanto o amor cresce com o uso’.
É difícil separar uma coisa da outra, não? Se não desejarmos fazê-lo, basta não amarmos o pecado e, cada vez mais, nos santificaremos a ponto de evitarmos as coisas mundanas que nos afastam de Deus. É importante alguém dar esperanças a quem precisa; não apenas isso, mas principalmente falar com o coração à frente da boca, passando muita credibilidade nas palavras de paz, de amor e de fé.
Portanto, em qualquer ordem: viva construindo pontes de esperança ou de caridade; ame profundamente a chama da paz – para que nunca se apague; aumente a fé que está em seu coração, rezando o Terço todos os dias; e se, por engano, você for parar no inferno, o próprio diabo levará sua alma ao merecido lugar – já reservado, no Paraíso. Assim seja!
PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor Doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas.
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