PAZ - Blogue luso-brasileiro
Quinta-feira, 30 de Junho de 2022
PAULO R. LABEGALINI - SORTE OU GRAÇA ?

 

 

 

 

 

 

Paulo Labegalini.jpg

 

 

 

 

 

 

Um homem esperava para atravessar uma avenida quando um brilho na grama chamou sua atenção. Deu uma olhada, imaginou ser um caco de vidro e foi embora. Mais tarde, outro homem percebeu o brilho, abaixou-se, pegou a pedra suja e viu que era diferente, enviando raios luminosos quando iluminada pelo sol. Olhou, olhou e disse a si mesmo:

– Imagina se isto é uma pedra preciosa! Deve ter caído de algum anel de bijuteria. Se levar a um joalheiro, ainda terei que aguentar a gozação por ter achado que poderia ser valiosa. Logo eu iria achar uma joia perdida na grama?

Então, jogou a pedra no chão e atravessou a avenida, meio triste pela sua pouca sorte; porém, em seguida, outro homem percebeu o brilho na grama e, atraído pela beleza da pedra, pensou:

– Parece um diamante, mas também pode ser apenas um pedaço de vidro colorido. Preciso levá-la ao joalheiro e pedir uma avaliação. Quem sabe é a resposta às minhas orações?

Colocou-a no bolso e, à tarde, descobriu ser um diamante de muitos quilates e lapidação especial. Assim, devido ao valor da pedra, o homem de sorte pode saldar muitas dívidas e estruturou sua vida. Mas, será que foi somente sorte mesmo?

Quando alguém especial aparece em nossa vida e nos ajuda nas aflições, é sorte? Se ganharmos na loteria, é sorte? E quando um tratamento de saúde nos leva à cura, também é sorte ou é mais competência médica? O que dizer então do ar que respiramos, dos alimentos que comemos, da fé que temos, da família que nos cerca... Na verdade, tudo é graça!

Como na história que contei, algumas pessoas aproveitam as oportunidades que aparecem para melhorarem de vida. Isso acontece principalmente porque acreditam na providência Divina, que tarda, mas não falta! Outros seres humanos preferem desprezar a mão de Deus e nem agradecem as graças que recebem!

Li um livro que ganhei de um ex-aluno: ‘Diário - A Misericórdia Divina na minha alma’, escrito por Santa Faustina no século passado. O valor espiritual do livro não tem preço e nos leva a entender o significado das provações, mesmo considerando todo amor que Jesus tem por nós. Somente às almas simples, Deus revela as verdades ocultas aos sábios e doutores deste mundo.

Em 22 de fevereiro de 1931, no quarto de um convento na Polônia, Irmã Faustina viu Nosso Senhor vestido de branco e, da túnica entreaberta sobre o peito, saíam dois grandes raios: um vermelho e outro pálido. Jesus lhe disse: “Pinta uma imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: ‘Jesus, eu confio em Vós’. Por meio dessa imagem, concederei muitas graças às almas”.

Eis as promessas a quem confiar na Sua misericórdia: salvação eterna, grandes progressos no caminho da perfeição, graça de uma morte feliz e outros dons que a Ele suplicarem. Para ter direito a isto, Jesus ressaltou que precisamos confiar na Sua bondade, dedicar amor ativo ao próximo e perseverar no estado de graça santificante – confissão e comunhão. Em especial, na Festa da Misericórdia – primeiro domingo depois da Páscoa –, Ele citou a última tábua de salvação aos pecadores: “Se não venerarem a Minha misericórdia, perecerão por toda a eternidade”.

E as promessas vão além: “Quando recitam o Terço da Misericórdia junto a um agonizante, aplaca-se a ira de Deus e a misericórdia insondável envolve a alma. Pela recitação desse Terço, aproximas a humanidade de Mim”. Confesso que, mesmo quando fiquei limitado na compreensão da leitura, encontrei estas palavras de Jesus: “Como Deus é na sua essência, ninguém compreenderá, nem a inteligência dos anjos, nem a humana; mas o Meu amor não engana ninguém”.

Nas 500 páginas do livro, percebi que pelas graças concedidas à alma, pode-se conhecer o grau da sua intimidade com o Senhor. E a Irmã confessou como conseguiu isso: “Foi Nossa Senhora que me ensinou a amar Deus interiormente e em tudo cumprir a Sua santa vontade. O amor suporta tudo, o amor vencerá a morte, o amor não teme nada. Sois alegria, ó Maria, porque por Vós Deus desceu à Terra e ao meu coração”.

E que lindo este ensinamento de Jesus: “Procura fazer com que todo aquele que se encontrar contigo se despeça feliz. Cria à tua volta uma atmosfera de felicidade, porque tu recebeste muito de Deus, e por isso dá muito aos outros”. A isto também a santa cumpriu fielmente, mesmo tendo sofrido muito nos 33 anos que viveu. Deixou esta certeza: “O sofrimento é uma graça. Pelo sofrimento, a alma assemelha-se ao Salvador; no sofrimento, cristaliza-se o amor. Quanto maior o sofrimento, tanto mais puro torna-se o amor”.

E voltando à história do início, concluo que nada é puramente sorte. Santa Faustina escreveu: “A graça que é destinada para mim nesta hora, não se repetirá na hora seguinte”. E foi uma tamanha graça que recebi quando o meu ex-aluno me disse: “Labegalini, estou com um livro para presentear uma pessoa e vi você chegando...”. Ele leu o Diário e sabe de mais esta promessa:

“As almas que divulgam o culto da Minha misericórdia, Eu as defendo por toda a vida como uma terna mãe defende seu filhinho e, na hora da morte, não serei Juiz para elas, mas sim o Salvador Misericordioso” (Jesus Cristo).

 

 

PAULO R. LABEGALINI   -  Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre - MG).

 



publicado por Luso-brasileiro às 10:21
link do post | comentar | favorito

mais sobre mim
arquivos

Julho 2024

Maio 2024

Março 2024

Fevereiro 2024

Janeiro 2024

Dezembro 2023

Novembro 2023

Outubro 2023

Setembro 2023

Agosto 2023

Julho 2023

Junho 2023

Maio 2023

Abril 2023

Março 2023

Fevereiro 2023

Janeiro 2023

Dezembro 2022

Novembro 2022

Outubro 2022

Setembro 2022

Julho 2022

Junho 2022

Maio 2022

Abril 2022

Março 2022

Fevereiro 2022

Janeiro 2022

Dezembro 2021

Novembro 2021

Outubro 2021

Setembro 2021

Julho 2021

Junho 2021

Maio 2021

Abril 2021

Março 2021

Fevereiro 2021

Janeiro 2021

Dezembro 2020

Novembro 2020

Outubro 2020

Setembro 2020

Agosto 2020

Julho 2020

Junho 2020

Maio 2020

Abril 2020

Março 2020

Fevereiro 2020

Janeiro 2020

Dezembro 2019

Novembro 2019

Outubro 2019

Setembro 2019

Agosto 2019

Julho 2019

Junho 2019

Maio 2019

Abril 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Janeiro 2019

Dezembro 2018

Novembro 2018

Outubro 2018

Setembro 2018

Julho 2018

Junho 2018

Maio 2018

Abril 2018

Março 2018

Fevereiro 2018

Janeiro 2018

Dezembro 2017

Novembro 2017

Outubro 2017

Setembro 2017

Agosto 2017

Julho 2017

Junho 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

favoritos

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINEL...

pesquisar
 
links