Não custa nada darmos boas dicas de negócios aos amigos, não é mesmo? Quando isso acontece, além de os ajudarmos a lucrar um pouco mais, preservamos algumas amizades e uma boa imagem pessoal, com certeza. Mas, qual seria o melhor conselho que poderíamos dar a quem é muito desconfiado, não concorda em pagar comissão e também não quer correr riscos desnecessários?
Eu conheço um negócio cem por cento garantido, aliás, um verdadeiro tesouro! É a aquisição de uma propriedade, cujo dono é riquíssimo e, tamanha a sua generosidade, nem faz questão de dinheiro. Se provarmos a ele que somos obedientes aos seus ensinamentos, ganharemos um lote do seu reino sem desembolsar nenhum tostão! E, ainda, este investimento está ao alcance de todos!
Você já deve estar imaginando que só é possível isso tudo ser verdade se a propriedade for o Céu e o dono for Deus. E, sabendo disso, agora posso dizer-lhe que é o melhor negócio do mundo, pois não há chance de sermos enganados confiando nesta milenar promessa: “Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furam nem roubam” (Mt 6,20).
Eu fico muito feliz quando penso que a minha fé cresce a cada dia e, com ela, aumenta a certeza de que vale a pena procurar viver em espírito de santidade aqui na Terra. Quem assim o faz, além das graças que recebe no dia-a-dia, será recompensado com uma vida de felicidade eterna – junto aos anjos e santos do Paraíso (Mc 10,30).
Se todos pensassem assim, não seria necessário contar esta história – que retrata a maldade que existe no mundo:
Era uma vez uma cobra perseguindo um vaga-lume que vivia a brilhar. Ele sempre fugia rápido com medo da feroz predadora, mas a cobra nem pensava em desistir. Um dia, já sem forças, o vaga-lume parou e disse à cobra: ‘Antes de me comer, posso lhe fazer uma pergunta?’ Mais do que depressa a serpente concordou, preparando-se para dar o bote. E o pobre vaga-lume perguntou: ‘Se não pertenço à sua cadeia alimentar e nunca lhe fiz nenhum mal, por que insiste em me comer?’ A resposta já estava na ponta da língua da cobra: ‘Porque não suporto mais o seu brilho.’
Eu imagino que muita gente agora, lendo este conto, deve estar se lembrando de ‘cobras’ e ‘vaga-lumes’ soltos pela cidade. Mas não adianta caracterizarmos os personagens da história sem nada fazermos para ajudá-los, não acha? Uma ‘cobra’ também pode chegar ao Céu se a perdoarmos, se rezarmos pela sua conversão e se ela própria aceitar as oportunidades que lhe dermos para melhorar. Será que alguém que não concorda em estender a mão aos ‘predadores de cristãos’ também não foi ‘cobra’ um dia?
Por outro lado, eis um relato de alguém que merece ser imitado:
A história é de um fazendeiro muito bem sucedido que, ano após ano, ganhava o troféu ‘Milho Gigante’ na feira de agricultura do município. Ele sempre entrava no concurso com seu formoso milho nas mãos e saía com uma faixa azul de vencedor no peito.
Numa dessas ocasiões, um repórter de jornal ficou intrigado com esta informação dada pelo entrevistado sobre como costumava cultivar seu qualificado e valioso produto: ‘Eu compartilho a semente do meu milho com os vizinhos!’ Então, o repórter lhe perguntou: ‘O que o leva distribuir sua melhor semente aos seus vizinhos, quando eles estão competindo com o seu milho gigante a cada ano?’
O fazendeiro sorriu por um instante e respondeu: ‘Você não sabe? O vento apanha o pólen do milho maduro e o leva de campo em campo. Se meus vizinhos cultivam milho inferior, a polinização degradará continuamente a qualidade do meu milho! Portanto, se eu quiser cultivar milho bom, tenho que ajudar meus vizinhos a cultivá-los também.’
Assim é a nossa vida: se quisermos ter paz, devemos colaborar para que o próximo a tenha em abundância, caso contrário, o nosso bem-estar será instável e sujeito a muitas decepções. Mas é preciso muita humildade para deixar de ser ‘cobra’ e compartilhar a boa semente com os vizinhos.
Lembre-se que Jesus Cristo nos fala no Evangelho de Mateus (Mt 24,44): “Por isso, também vós ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá.” E sabemos que quando isso acontecer, quem tiver feito bons negócios será muito bem recompensado.
PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor Doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas.
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